A esposa do Coronel

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– Você? – Clint gritou surpreso.

Os olhos azuis e sempre gélidos adquiriam um tom de preocupação e Clint recuou alguns passos para trás, por um momento o major pareceu desorientado e distante de sua sempre presente máscara de frieza.

Se aquela mulher estava ali, isso só poderia significar que alguém muito indesejável também estava em Midgard. E essa possibilidade o deixou um pouco preocupado, se aquele homem chegasse em um momento como aquele, no meio de um assalto, suas chances de comprovar os seus bons serviços sobre aquele povo encrenqueiro cairiam por terra.

Milhões de pensamentos sobre a chegada daquele homem atormentaram a sua mente e Barton se viu observando todo o lugar em busca dele, mas ele não estava ali e seu olhar se perdeu novamente na mulher a sua frente.

Era ela, ele tinha certeza disso. Reconheceria aquele olhar profundo e observador em qualquer lugar, já vira aquele rosto algumas vezes e Angrboda não era do tipo de mulher que se passava despercebida, muito pelo contrário, ela era do tipo que chamava a atenção aonde quer que fosse, com seu rosto de traços delicados e joviais, esculpido cuidadosamente na bela pele morena, ordenada por cachos alinhados de seus longos cabelos escuros.

Barton percebeu que já estava bastante tempo a observando quando sua atenção foi roubada por um movimento estranho no longo vestido verde da mulher, o oficial olhou mais para baixo e reparou que tal movimento era resultado de uma pequena criança que parecia querer se esconder atrás da mulher, o garotinho mesmo encolhido e aparentemente assustado tinha o mesmo olhar penetrante e desafiador de seu superior. O mesmo olhar de Loki.

– Quem é você? – a mulher perguntou de repente com uma voz estranhamente suave, mas determinada.

Aquela simples pergunta pareceu trazer Hawkeye de volta a realidade, fazendo o recuperar sua expressão fechada e neutra.

– Major Clint Barton, do exército Asgardiano.

A menção ao exército asgardiano por algum motivo ainda desconhecido ao arqueiro pareceu afligir a jovem que acariciou com cuidado a cabeça do garotinho agarrado as suas roupas. A leve mudança em seu rosto atiçou a curiosidade do major e provavelmente ele teria lhe perguntado algo se a ideia assustadora do coronel encontrando os bandidos da gangue de Sigyn antes dele não tivessem atravessado a sua mente.

– Com licença madame, mas preciso resolver assuntos de sua segurança.

Cada frase do oficial parecia deixar Angie, como Loki gostava de chamá-la, mais nervosa e preocupada. Um alivio repentino se apossou de seu corpo quando o tal Barton saiu de sua frente, desaparecendo na porta que dava acesso ao outro vagão.

O alívio de Angie durou pouco, precisamente o tempo necessário para ela olhar para o rosto acuado do filho e ser surpreendida por uma onda de ruídos e gritos que chegaram aos ouvidos dos dois.

– Mamãe... – o menino chamou com sua voz infantil e assustada.

– Está tudo bem Fenrir. – ela tentou confortá-lo.

Angie puxou o filho para mais perto de si, e sentou em um dos bancos do trem ainda tentando acreditar em suas próprias palavras, sentindo uma sensação de arrependimento invadir o seu corpo. Ela não deveria estar ali e por um momento se sentiu uma criminosa por isso.

E seu filho não estava a ajudando em se sentir melhor, muito pelo contrário.

– Mamãe, por que o papai não está aqui com a gente? – Fenrir perguntou com um olhar suplicante.

Sentindo-se aflita, Angie desviou o seu olhar do filho, ver aqueles olhos verdes e astutos como os de Loki a deixava desnorteada e mais culpada ainda. Aquela deveria ter sido uma viagem tranquila de trem, em poucas horas ela deixaria toda a sua tristeza em Asgard e começaria uma nova vida em Vanaheim, longe das implicâncias de Odin e Laufey, e principalmente longe de Loki, seu marido.

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⏰ Última atualização: Feb 22, 2016 ⏰

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Destrutivo (Loki e Vingadores)Onde histórias criam vida. Descubra agora