Prólogo

721 56 0
                                    

Cada um acha a sua forma de lidar com as coisas. A forma que eu encontrei foi essa: fingir. Parece sarcasmo mas eu gosto de fingir, gosto de enganar as pessoas para elas pensarem que não tem nada de errado comigo. Pensam que sou forte, que tenho uma armadura que me protege, ingênuos (risos). Mal sabem que eu sou de vidro, que quebro fácil, que me desmancho em lágrimas todas as noites em meu travesseiro. O gosto de fingir é bom, me machuca por dentro, mas é bom. Salgado, dói, mas continuo sorrindo. Depois de um dia fingindo, com a boca cansada de tanto forçar sorrisos, me deito, sentindo cada músculo do meu corpo doer, e aí sim, com a escuridão, minhas lágrimas se misturam com a dor de ser tão fraca. Fazem isso todas as noites, até o sono aparecer e roubar tudo o que restou de mim... Sim, eu sou de vidro, só pareço ser de ferro.

Cuidado, frágil.Onde histórias criam vida. Descubra agora