Capítulo Quatro

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Sabe aquela sensação de estar em meio a multidão e mesmo assim se sentir só? Pois então, eu sinto isso a muito tempo. Vivo rodeadas de pessoas que me fingem sorrisos, risadas, fingem gostar de mim, gostar do que fazem, fingem gostar da vida que tem. E por dentro estou me sentindo sozinha. Saio pelas ruas sem saber direito aonde ir. A cada esquina vejo pessoas com seus olhares voltados para o chão, pensativas, com expressões de sofrimento, com dores ocultas. E eu me pergunto, pra que tudo isso? Porque fingir que tudo está bem. Que você não se sente só? Eu me sinto uma verdadeira atriz, atuando no palco da minha própria vida. Pois fingo ter amigos, fingo gostar da vida que levo, mas na verdade sou sozinha, solitária e depressiva. Sou como um pássaro que foi trancado em uma gaiola e a sentença é de morrer em meio a essas grades. Será que essa sensação nunca vai me deixar? Nunca vou me sentir completa? Nunca vou me sentir viva nem que seja por um breve momento? A brisa gelada cobre o meu rosto me lembrando que eu ainda estou viva, que eu ainda posso tentar, mas o vazio aqui dentro me diz que sou uma fracassada, e que sempre me sentirei assim. Essa voz me perturba. "Você deveria morrer sozinha" Ela me diz. Devo acreditar? Talvez seja esse o meu destino, ficar conversando com uma voz que está no meu inconsciente e tentar convencê-la que ela está errada. Ou morrerei só, rodeada de pessoas mas sozinha. Com esses pensamentos me deito, e adormeço na esperança de amanhã me sentir melhor.

Cuidado, frágil.Onde histórias criam vida. Descubra agora