Capítulo Onze.

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Olhei em volta no refeitório lotado, já era uma sexta feira e tinha perdido a contas dos dias que passei na cama de um hospital. Tentei ver os homens que surgiram em todos os meus pesadelos mas não os vi; e no fundo sei que ninguém aqui os vai ver outra vez. Barry já tinha feito oque deveria para que eles não me tocassem outra vez.
As dores no corpo eram menores e o meu estômago ainda não se acostumará com as refeições forçadas no hospital. Tudo era tão ruim.
Tentei beber a água gelada que acompanhava o prato de macarrão; a tal enfermeirazinha ainda encarava meu prato cheio e eu tive certeza que ela contaria isso para a Dra.Riley.
Niall estava ao meu lado e eu queria gritar com ele por estar me incomodando com o barulho que fazia ao bater a colher no prato ritmicamente. Ele parecia estar inerte em pensamentos e eu me repreendi por o estar observando tão atentamente. O loiro olhou repentinamente para mim e sorriu malvado.
"Gosta do que vê?"
Bufei pesadamente e ignorei o comentário. Wilson observava nossa mesa e eu começava a me sentir incomodada com o olhar pela primeira vez. Qualquer enfermeiro me assusta depois do ocorrido.
Eu só preciso sair daqui e abraçar meu pequeno Steve; preciso sair daqui antes que ele consiga me matar e eu nunca possa estar novamente com Steve. Preciso que Barry se compadeça ao menos uma vez e me tire daqui; se ele me colocou também pode tirar.
Meu peito pesava com a dor e eu mordi o interior da minha bochecha fortemente até sentir o sangue. Quanto mais quebrada eu me sinto, mais cresce o sentimento de que talvez eu pertença a este lugar. E eu não sou louca!





Estávamos pintando outra vez e Niall pintava um quadro, que embora seja difícil admitir, estava bem bonito. Sorri para a bagunça lilás e cinza que expressa meus medos e algo desconhecido bem no fundo de mim. O sorriso logo se desfez e eu observei a expressão de Niall ao olhar meu quadro; um sorriso debochado se plantou nos seus lábios antes de me surpreender com um elogio seco ao invés de uma ofensa. Oque quer que ele estivesse tentando para me fazer falar não daria certo; já tive uma prova do seu temperamento explosivo.
Assinei o quadro cinza e lilás antes de guardar tudo para sair da sala; alguns pacientes resmungavam raivosamente e o loiro riu. Revirei os olhos pois nada daquilo era engraçado, muito menos o fato de ele me seguir para todo canto e ficar ao meu lado. Caminhamos pelo corredor em fila para voltarmos aos quartos. De certa forma, era bom saber que tinha um paciente perigoso ao meu lado caso ele tentasse vir me matar.
Flashes de uma lápide com um nome masculino e um adolescente esfaqueando o pai vieram sucessivamente quando avistei Dr.Barry rindo em um corredor; lembrei-me de Steve sujo de terra e senti minha mente apagar enquanto caia.

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⏰ Última atualização: Feb 22, 2016 ⏰

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