- Sexta-feira, 19 de Fevereiro de 2016, 16:05, Billie Joe Armstrong, 44 anos. Segunda sessão. - Billie estava no diva, sentado, e fitava-me completamente relaxado enquanto eu iniciava a gravação como sempre. - Então Billie, como se sente hoje?
- Sentiria-me melhor se me deixasse de tratar pela terceira pessoa. - Ele responde com um ar estranhamente infantil. - Faz-me sentir velho.
- Tem medo de ser velho? - Pergunto.
- Não. E voltamos com a terceira pessoa. - Ele inclinasse ligeiramente para a frente e olha bem nos meus olhos. - Poderíamos quebrar essa barreira Anna, por favor?
- Muito bem, vamos esclarecer uma coisa. Billie nós não somos amigos, isto é uma relação estritamente profissional. Então...
- Então trata-me por tu! Assim como eu te trato por tu! Ou "Isto" não nos vai levar a nada.
Ele interrompeu-me! Ninguém se atreve a fazer uma coisa destas! Não com "Ele!"
- Mas...
- Mas, nada, Anna! Vá pergunta-me todas as questões retóricas, previamente agendadas na tua cabeça. - Ele fala incrivelmente perto de mim. A sua respiração, o seu perfume, estão demasiado próximos. Respiro fundo, e tento desesperadamente controlar a situação.
- Muito bem. Billie como te sentes? - Falo, e ele afasta-se, uma sensação estranha paira entre mim e ele. A vontade de o ter próximo aparece. E ele responde.
- Bem! Sinceramente. Como não me sentia à muito tempo sabes. É como se fosse livre de novo. - Pausa por um momento e deita-se no divã. As suas mãos entrelaçam-se sobre o peito e ele fita o teto. - É assim que é suposto ser... não é Anna?
- O quê Billie?
- Isto! É suposto eu estar assim deitado. Exatamente como nos filmes. E tu deverias rabiscar algo, há! E fingir que realmente te interessas! - Ele vira o rosto e os seus olhos caem de novo em mim.
- E eu realmente estou interessada! Quem pensas que és? - O meu rosto queima e o meu desagrado é visível.
- Calma querida. - Ele murmura e uma risada escapa pelos seus lábios. Ele estava a zombar de mim. - Há quanto tempo não faz sexo?
Eu nunca fui tão desrespeitada na minha vida. Tentando controlar, todos os meus sentidos, e mordendo a língua para não perder as estribeiras. Levo os meus dedos ao copo de água fria, e bebo um gole. - É assim que se defende? Vejo um homem de meia idade na minha frente, que usa como protecção, sátiras e vestes juvenis. Se a sua ficha não está errada, você tem quarenta e quatro anos mas age como um adolescente revoltado! Essa é a minha análise, Sr.Armstrong! - Parei por um segundo e inalei ofegante.
- Voltamos à terceira pessoa Anna. Julgava que eras mais forte. - Outro riso fez-se ouvir. E num impulso ele estava sentado de novo. As suas mãos agarraram o pequeno sofá de couro onde eu estava sentada, e puxaram. Num segundo, eu estava próxima. Demasiado próxima. - Acontece, que a idade não está na data de nascimento. Mas sim na nossa mente. - Os seus dedos frios alcançaram a minha testa, e duas pancadas suaves enviaram calafrios pela minha coluna. O ambiente tornou-se quente. Demasiado quente, naquele instante, naquele momento. Só existiamos nós. Eu e Ele. - E pelas minhas contas a sessão terminou Anna. Eu marco a próxima consulta com a tua assistente.
Dito isto ele levantou-se e saiu. Deixando-me ali, sem dizer nada, apática.
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ANAMNESE CLINICAL PSYCHOLOGY (Em Pausa)
Fanfiction- Dr.Sanders? - Sim? - O paciente chegou. Isto é apenas uma fanfic, nada do que está descrito é real! :D