Ninguém escolhe ser suicida...

De volta

Meus olhos ardem
Minha garganta dói
Acho que meu rosto está vermelho...

Estou sentada em uma cama ao lado da janela...
Lá fora está chovendo muito...

Acho que nunca me senti tão sozinha...

Eu sentia como se estivesse vivendo mesmo tudo aquilo...

Mas pelo jeito era só um sonho lúcido...

Eu queria poder voltar...

Não ter feito aquilo...

Eu poderia estar tão feliz...

Já faz tanto tempo que estou a olhar para a chuva...

Esse lugar é vazio de dia, a noite dá para ouvir gritos aterrorizantes...

Já deve fazer quanto tempo que eu estou aqui?

horas?
dias?
semanas?
meses?

É difícil saber...
Ainda mais em um lugar onde não tem relógio...

Eu só queria acordar...

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-Não sinto os batimentos cardíacos!
-Vamos depressa!- Sinto um choque percorrer por todo meu corpo
-Coloque um pouco mais!
- Voltou! Garoto você teve sorte, mais alguns minutos e ela poderia ter morrido!

Não ouço mais nada...
Tudo parece tão distante

Eu...
Não consigo abrir os olhos, ou ao menos mexer meu corpo...

Eu só consigo sentir o frio...

-Para onde vão levar ela?

Não pode ser...
Eu estou...
MontVerde Academy....
Como posso ainda estar lá?
Eu sinto que estou a dormir faz dias...
E essa voz...
Joe

-Vamos levar ela para um hospital e comunicar ao seus pais!

Eu não sei o que aconteceu...
Não conseguir mais ouvir nada...
Isso pareceu a eternidade...
Eu só estava guardando forças...

Abro meus olhos, ainda sim tentando me acostumar com a luz...

Dou uma olhada em volta, nada de diferente é um hospital comum...
Não a mais nenhum barulho a não ser dos meus batimentos...
Está de noite...

Olho para o lado e vejo uma mochila...

Tiro todos os fios que estão em meu corpo e levanto...

Sento na beirada da cama e pego minha mochila...

Camisetas, calças, moletons e a caixa que meu pai me deu...

Pego um suéter roxo que estava jogado na mochila, uma calça jeans, meus tênis que estavam do lado da cama e pego um gorro já que parece estar muito frio lá fora...

Dou uma olhada na caixa e...
Ufa
Todo o dinheiro está nela...

Pego a mochila e abro a porta, olho para todos os lados para ter certeza que não tem ninguém e saio...

É bom saber que está viva...

Mesmo sozinha em outro lugar...