Ninguém escolhe ser suicida...

Volta!?

Depois que aquele a anúncio da garota desaparecida saiu, logo eles colocaram afirmando que ela estava morta...

Problema, eu não estou morta e agora tem fotos minhas espalhadas por toda a cidade...

Pelo menos já consegui dinheiro para comprar a passagem de avião para poder voltar pra casa...

Fui guardando todas as minhas coisas que estavam espalhadas, quando terminei fui até a porta e encarei tudo que estava naquele cômodo...

Não vou voltar atrás e ficar aqui...

Fechei a porta e peguei o primeiro táxi que apareceu

Quando entrei no aeroporto, me lembrei de quando cheguei lá...

Olhei em volta...
Estava tudo vazio, minha cabeça só pensava em uma coisa...
Miguel
Será que quando ele descobrir que eu mudei de país, ele irá me procurar?

Parei de sonhar quando ouvi a chamada do meu voo...

Entrei no avião, fiquei do lado de um casalsinho de idosos e da janela...

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Acordei por uma aeromoça...

Vi um carro preto e um homem de terno ao lado, com uma placa com meu nome...

Fui até ele e entrei no carro...

Eu me lembro...

De tudo que eu já havia pensado...

"Novo começo!"

Eu queria poder voltar no tempo e mudar esse pensamento...

O que eu pensava?
Que minha vida seria um mar de rosas, só por estar indo para um lugar onde as pessoas não me conheciam!?

Acho que depois disso tudo eu só quero chorar, feito um criança, com direito a soluçar alto e gritar, chorar sem ligar se as pessoas estão me encarando...

Implorar pelo meu pai de volta e por tudo, pela vida pacata que eu nunca dei valor!

Mas não

Onde eu estava?

Sim, no chão de um aeroporto...

Sozinha
Sem motorista da MontVerde Academy, ou amigas me abraçando, falando que sentiram minha falta...

Meu Deus!

Até onde a minha imaginação vai?
Sério isso Larissa!?
"Amigas me abraçando, falando que sentiram minha falta!?"

Amigas?

Eu devo ser louca em sonhar com essa palavra...

Me levanto do chão sujo, indo a procura de uma cafeteria.

Olho em volta, vejo idosos, casais e famílias se abraçando, todos sempre tão sorridentes...

Dou mais uma olhada e finalmente consigo ver uma Starbucks, vou até lá e peço só um café preto com açúcar, depois que a garçonete me entregou, fui andando até onde eu estava sentada e escorreguei na parede...

Estava tentando pensar no que eu faria ao chegar em Porto Alegre...

Procuraria Bruno?
Iria para a casa da minha "Mãe"?
Ou tentaria fazer qualquer outra coisa?

Eu já estava quase dormindo até...

Uma voz ecoou pela minha cabeça, não, pela minha cabeça não, pelo aeroporto...

-LARISSA!?

Olhei rapidamente para minha direita e lá estava ele...

Isso era sério?

Joe!?

Bem na minha frente depois de tudo? O que ele estava fazendo em um aeroporto afinal e como eu iria explicar o simples fato de não estar morta!?

Não sabia como reagir aquilo tudo, só sei que, em uma questão de segundos ele estava me abraçando, com o rosto enterrado na volta de meu pescoço e deixando algumas lágrimas escaparem, ele me abraçava como se fosse a última coisa que ele poderia fazer, o que fazia eu me sentir até mais segura se podemos assim dizer...

Eu estava precisando de alguém para me abraçar, ainda mais naquele momento...

Eu senti que era simplesmente tudo que eu precisava para me deixar mais forte pra assim poder continuar a minha guerra interior...

Nunca me senti tão grata por um simples gesto!