Not today...

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By Matt

Eu a procurei por cada maldito centímetro do Farmers, saí de lá e antes de chegar ao carro meu celular tocou, era ela.

__Baby, ond...

Antes que eu pudesse completar a frase percebi que havia alguém gritando, não era ela, era um homem. Ele estava nervoso e gritava com a minha garota. Apesar da adrenalina que tomou conta imediatamente do meu corpo, agucei meu ouvido pra entender o que o cara dizia. Não estava limpo e parecia que o celular estava longe da pessoa.

Aquilo aumentou meu pânico pois significava que ela estava em perigo. O cara gritava que eu não à merecia, que a tinha expulsado e que eu não à amava. Até então eu me perguntava como esse desgraçado sabia dessas coisas, mas quando ele gritou que ela era dele... o sangue ferveu nas minhas veias. Eu precisava encontra-la, mas como?

Eu podia localizar o celular dela pelo gps, mas pra isso eu teria que encerrar a ligação e eu queria ouvir. Queria estar conectado com ela, eu precisava ouvi-la pra saber que ela estava bem.

Parei uma pessoa que estava indo em direção ao estacionamento e expliquei rapidamente que precisava ligar pra polícia e não podia desligar meu celular. O rapaz me reconheceu e graças à Deus me deu o celular rapidamente. Liguei para o detetive Collins que me instruiu a permanecer em linha com o celular da Liz, ele rastrearia a ligação. Desliguei o celular e o devolvi para o rapaz que perguntou se havia mais alguma coisa que ele podia fazer pra ajudar.

Gesticulando com meu celular colado na orelha eu pedi o número dele, pra que pudéssemos agradecer direito depois e ele foi embora.
O que eu ouvi em seguida, por um segundo dilacerou meu coração. Era ela, ela parecia confusa e assustada e entendi o motivo no momento em que ela pronunciou o nome dele, Cam... Cameron.

Ele estava tocando minha garota e estava machucando ela... achei que minhas veias fossem explodir. Eu me sentia malditamente impotente e aquilo estava me matando. Então ele começou a falar novamente e dessa vez pude reconhecer a voz, o maldito desgraçado disse que foi ele quem atropelou o Joe... ele queria que ela perdesse o bebê, disse que eu não à merecia e por Deus, eu queria mata-lo com minhas próprias mãos pelo que ele fez, por estar com ela... mas foi na última maldita frase que eu congelei de dentro pra fora: "Eu te amo! Você é minha vida, por favor fica comigo... você disse que me amava, disse que era minha garota. "

Eu estava em choque, não sabia o que pensar, não sabia o que sentir, não sabia como agir...

A polícia chegou ao Farmers e o detetive veio até mim.

__Nós localizamos a origem da chamada Sr. Sanders, eles não estão longe daqui, venha comigo por favor e não faça nada idiota para que nós possamos resgatar a Srta. Mitchel em segurança.

Eu mal ouvia o que o homem na minha frente dizia, o segui como um zumbi até o carro e voltei minha atenção para a chamada enquanto íamos ao encontro deles.

Ela falou de novo e a voz dela estava estranhamente fria dessa vez. Assim como as palavras que ela disse. Ela concordou com ele e disse que ficariam juntos e, eu soube no mesmo instante que minha garota estava mentindo; ela estava jogando com aquele desgraçado... eu posso jurar que o silêncio que se seguiu foi um beijo, mas prefiro não pensar nisso, ou eu com certeza vou mata-lo com minhas próprias mãos.

Quando chegamos ao local ele estava saindo com o carro, mas foi cercado. Eu queria correr até eles e arranca-la daquele carro. Queria abraça-la e protegê-la, mas sabia que a situação era delicada.

O detetive Collins saiu do carro com um megafone na mão e chamou Cameron pelo nome completo, porra esse cara era realmente eficiente, ele deu ordens para que ele saísse do veículo e liberasse a Liz. Eu saí do carro e observei a cena mais bizarra da minha vida se desenrolar diante dos meus olhos.

Ele desceu do carro atrás dela, ele à segurava pela cintura, estava com a mão no meu filho e segurava uma maldita arma contra a cabeça da minha garota. Senti meu corpo esquentar e achei que entraria em combustão espontânea. Dei um passo pra frente e senti uma mão contra o meu peito.

__Sr. Sanders! Se o senhor não colaborar eu vou ter que tranca-lo no carro.

Eu via os lábios dele se movendo, mas não ouvia som algum. A única coisa na minha mente era a imagem dela chorando, com uma arma na cabeça e um demente covarde a usando como escudo.

O detetive Collins me sacudiu e me trouxe de volta pra realidade.

__Sr. Sanders, o senhor precisa entender que qualquer movimento impensado pode colocar a vida da sua noiva grávida em risco. O senhor está me ouvindo?

Sinalizei que sim com a cabeça, pois eu estava mudo. A conexão entre meu cérebro e minha boca simplismente parou de funcionar.

Olhei pra ela e todo o meu mundo estava ali na minha frente, minha mulher, meu filho, minha vida...

Ela começou a falar com ele e ele sacudia freneticamente a cabeça em negação. Ele a virou de frente pra ele e começou a chorar, ele falava e falava, mas eu não conseguia ouvir.
Minha garota olhou pra mim e ele abaixou a cabeça em derrota.
Ele tocou o rosto dela e ela olhou pra ele, ele disse alguma coisa e a beijou. Ele beijou a boca dela e eu passei a ver tudo em câmera lenta. Vi o momento exato em que ele levantou a arma e explodiu os próprios miolos, a três centímetros de distância do rosto dela. Vi o corpo dele cair inerte em uma poça de sangue e vi quando ela desmaiou.

Todos ao meu redor se agitaram e isso me trouxe de volta. Corri até ela e a peguei no colo. Eu nunca mais a soltaria...

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