birth day...

272 32 14
                                    

Os dias estão passando preguiçosamente e Matt está finalmente podendo curtir a gravidez, acho que eu também, no fim das contas. Com toda a loucura que passamos, só agora consigo sentir a plenitude de estar grávida.

Estou no oitavo mês e estou enorme, Matt diz o tempo todo que estou mais linda do que nunca e tenho vontade de furar os olhos dele pois sei que estou uma baleia. Ele me cerca por todos os lados e quase não consigo respirar, mas eu amo cada segundo disso, não trocaria por nada.

Hoje vamos ao médico pra marcar o parto, nós optamos por não saber o sexo do bebê e já estou arrependida, a curiosidade está me matando. Passo horas imaginando como meu bebê será. Matt quer uma menina, ele diz que quer que ela seja igualzinha a mim. Já eu, quero uma réplica em miniatura dele, principalmente aqueles olhos verdes que são meu portal para o paraíso.

__Em que você tanto pensa baby?

Ele sempre faz isso. Aposto que está me observando há algum tempo.

__Eu estava pensando no bebê, em como ele vai ser.

O sorriso no rosto dele toda vez que falamos sobre isso, chega a doer de tão lindo.

__Eu penso nisso o tempo todo, nunca fiquei tão ansioso em toda a minha vida. Quero segura-la, quer sentir aquele cheirinho que vem deles e que nenhum produto consegue imitar. As vezes, chego a imaginar ela correndo pela casa, eu quero ser o melhor pai, quero ser o melhor amigo dela, pelo menos por uns trinta anos, até ela começar a namorar.

Olhei pra ele incrédula, isso era um clássico.

__Matt, não fique falando do bebê como se fosse uma menina, nós não sabemos e você pode magoa-lo. E não seja ridículo, minha filha, no caso de termos uma, não vai ser sufocada pelo seu machismo até os trinta anos!

__Você sabe baby, se for um garoto, ele vai destruir corações aos 12, mas minha princesa... eu acho que trinta é uma idade razoável.

Comecei a rir e estiquei meus braços pra ele, eu definitivamente não levantaria sem ajuda.

__Saiba que meu pai dizia a mesma coisa Sr. Sanders. Me ajuda a levantar baby, eu vou subir e me deitar um pouco. Estou meio indisposta hoje.

Ele me olhou com aquela cara de desespero que ele faz toda santa vez que eu ao memos respiro diferente.

__Você quer ir pro médico? Nossa consulta é daqui há 3 horas, mas podemos ir agora.

__Matt... baby, eu só preciso me deitar, por favor não dramatiza.

Ele entortou o pescoço de lado, eu amo quando ele faz isso.

__Ok baby, como você quiser. Eu não quero te irritar. Você manda.

Coitado, eu bem sei como estive insuportável ao longo desse mês. Me levantei devagar e fui a passos curtos até a escada. Eu adoro escadas, acho que elas valorizam o ambiente, mas nesse momento eu queria que elas não existissem.

Subi os três primeiros degraus com Matt atrás de mim, ele sempre ficava atrás de mim na escada. No quarto degrau senti uma fisgada nas minhas costelas que quase me fez vomitar.

Perdi o equilíbrio por um minuto e Matt me apoiou.

__Baby, o que foi? O que você tá sentindo?

__Matt... tá doendo, tá doendo muito!

Ele me pegou no colo e voltou ao escritório, me colocou na poltrona e pegou o celular.

__Jimmy, desce aqui cara, a Liz tá passando mal e eu não quero deixa-la sozinha enquanto pego o carro.

BackstageOnde histórias criam vida. Descubra agora