Capítulo IV - Uma História De Parto.

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(Narração de Valéria)

Eu segurava a Agnes com toda a delicadeza do mundo.
Ela é tão pequenininha... Já tô vendo que ela vai dar muito trabalho quando for grande. E as inimigas da escolinha que se preparem.

. . .

*Flashback on*

4 dias atrás...

Eu estava na cozinha quando ouvi meu nome.

Era a Vanda me chamando na sala. Provavelmente querendo alguma coisa.

Aí meu Deus, será que é agora?

Valéria: O que foi Vanda?!
Seus olhos estavam arregalados, e suas mãos seguravam a barriga.
Vanda: A bo-bolsa estourou!

É AGORA!
Jesus amado!
A Vanda começou a se contorcer de dor.

Cadê o Raimundo?

Valéria: Aí meu Deus, Aí meu Deus, RAIMUNDOO!
Raimundo não respondeu. Corri para o quarto e lá estava ele roncando na cama...
Linda, linda cena. Merece até aplausos.
Valéria: ACORDA BRUCUTU! TUA MULHER VAI PARIR.
Ele levantou a bunda dele da cama e, assim como todo o corpo, foi para o chão, causando um tombo, eu até iria zoar da cara dele, mas agora tem uma sobrinha que precisa ser libertada das trevas.
Nós dois corremos até a gestante e enquanto o Raimundo ajudava ela a andar em direção ao carro, eu fui no meu quarto, peguei a câmera e uma bolsa, e também peguei algumas toalhas...

Sim, toalhas.

... O que foi?

Se ela melar o carro? Como que eu fico?

Cobri o banco de passageiro com as toalhas e ajudei o Raimundo a colocar a Vanda no carro. Nós entramos nele e acelerei com tudo. Duzentos metros depois, me deparei com zilhões de carros, e neles estavam:
um monte de bombeiros (ui, fortões) policiais (também fortões)
e uns caras do pronto socorro (magrelos).

Raimundo: O que aconteceu?
Valéria: Acho que foi um acidente. Merda.
Buzinei no carro, abri a janela do carro e coloquei a minha cabeça para fora.
Valéria: TEM UMA GRÁVIDA AQUI NO CARRO E ELA VAI DAR A LUZ AGORA!
Os fortões (e os magrelos) ouviram... Mas me ignoraram.

Tomara que peguem hemorróida, bando de imbecis.

Um taxista gordo e meio coroa se aproximou do carro.
Taxista: Bom dia! precisa de ajuda?
Valéria: Minha irmã está atrás de mim e está grávida, o bebê já vai sair.
Taxista: Tá vendo aquela rua ali? - eu assenti - você vira por lá, e anda reto até chegar na rua principal, depois é só virar pra esquerda que você já acha um hospital.
Ele tirou do bolso da calça um cartão.
Taxista: Aqui o cartão do hospital.
Valéria: Muito obrigada.
Taxista: Pegue o meu cartão também - deu uma piscadela - me ligue.

PORRA AMIGO! ESTÁ TÃO DESESPERADO ASSIM A PONTO DE PEDIR A PRIMEIRA QUE VÊ NA RUA?

Valéria: Você tem três segundos pra sumir daqui antes que eu te atropele.

Imediatamente o taxista correu a velocidade da luz. Ele pode ser gordo mas corre mais do que o Flash.

Raimundo: Seduzindo todo mundo, hein?
Valéria: Cuida da sua mulher, senão quem vai ser atropelado é você.

Ambos começaram a rir, mas Vanda tinha dificuldade, até porque né? Não é um bom momento para rir...

Mas voltando ao que realmente importa.

Aquele atalho que o taxista mencionou é estranho e dá um ar sombrio. Me arrepiei. Nunca tinha visto aquele atalho. Isso dá até medo...

Vai dar merda.

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⏰ Última atualização: Mar 19, 2016 ⏰

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