After All || {Sequela}

2| sixteen

[ 2|sixteen ] 

Caminho pelas ruas agitadas em direção á gelataria em que trabalho. O dia estava solarengo o que me deixava animada, um dia belo e quente, significa que um bom gelado calha sempre bem, ou seja mais trabalho para mim. 

Uma semana atrás lamentei a minha vida com situações passadas á vários anos atrás, situações que decidi que serão esquecidas, na realidade estou a esforçar-me bastante para superar isso e manter tudo atrás das costas. Manter todo  o meu passado num bau trancado a sete chaves. Para falar verdade, está a ser bastante difícil, prometi ao Aidan resolver as coisas com a Talia mas é deveras complicado lidar com ela e não me sentir traída. As coisas nunca serão as mesmas, nem melhores, mas eu tento. 

Sobre o outro assunto o William e o Aidan têm feito um bom trabalho a distrair-me e impedir-me de pensar. Além deles, o estágio está quase no final, apenas um mês para obter o diploma final. As coisas estão a começar a correr bem outra vez, estou a colocar o que realmente importa em destaque. O que realmente vai servir para algo no meu futuro e vai fazer de mim alguém com várias portas abertas. É sem dúvida bom preocupar-me apenas com isso. A realidade é que eu estou feliz. É bom deixar o passado atrás das costas. Estou contente com as minhas decisões. 

Um sorriso paira nos meus lábios com a minha confissão mental. 

Toda a minha alegria se dissipa quando acordo para a realidade e vejo o que aconteceu por minha culpa. 

- Desculpe-me, oh meu deus, desculpe-me, estava completamente fora da terra, desculpe-me. - Peço ao rapaz com o qual choquei e entornei o batido em cima, sujando-lhe completamente a t-shirt. - Deixe-me ajudá-lo por favor. 

- Está tudo bem, eu também estava no mundo da lua. - Pronuncia-se.

Ergo o meu olhar envergonhado encarando-o pela primeira vez desde o sucedido. Os seus cabelos pretos despenteados, os seus olhos claros e intensos com um brilho característico conhecido de algum lado. Este rapaz não me é estranho.

- A sua cara não me é estranha. - Digo estendendo-me um lenço que havia retirado da confusão que é a minha mala. - Já nos vimos antes.

- Por grande coincidência foi uma situação parecida. 

- Situação parecida? - Questiono.

- Umas semanas atrás ajudei-te com a tua mala que foi derrubada no meio do passeio. - Ele conta e eu depressa lembro-me desse momento constrangedor, diria eu. 

{ (...)um toque forte no ombro, faz-me deixar a mala cair e espalhar todas as coisas pelo chão, viro-me para ver quem me empurro e fez deixar as coisas cair e apenas vejo um homem a andar apressado agarrado ao telemóvel.

- Filho duma mãe. -Murmuro irritada para o ar, agachando-me para apanhar os meus pertences.

- E de um pai. -Uma voz completa-me, levanto o meu olhar do chão.

Ruborizo quando vejo um rapaz agachado á minha frente a ajudar-me a apanhar os meus pertences que foram espalhados pelo chão. A sua feição é jovem, deve ter por volta 20 ou 21 anos, não lhe dou mais, os seus cabelos são negros e os seus olhos claro são visíveis atrás dos seus óculos. O seu sorriso é contagiante e o seu riso ainda mais.