Capítulo 7

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- Lea ?? Oh meu Deus Lea! O que te deu na cabeça?! (...) Preciso de uma ambulância , ela está a perder muito sangue (...) Sr Daniel! Socorro!! (...) não te posso perder Lea, eu.. Eu acho que te amo.

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Uma luz muito forte atingiu me os olhos assim que os abri. Olhei à volta, estava no meu quarto. Tinha fios ligados a mim e as mãos estavam presas. Não me lembro bem do que se passou. A Crystal estava sentada de costas para a janela , ouvia a sua respiração.

- Minha querida Lea - disse a enfermeira Beth assim que entrava no quarto - como te sentes?

- O que se passou ? - perguntei confusa - posso beber água ?

Ela deu-me água á boca e mostrou me um sorriso - Falamos depois. Posso soltar-te as mãos ?

Acenei que sim e cocei o nariz.

*JOEL POV*

A imagem da Lea às portas da morte não me saí da cabeça. Sinto algo tão grande por ela. Ela precisa de mim, o que é que eu estou aqui a fazer?

*LEA POV*

Aos poucos fui-me lembrando do que se tinha passado. A minha mãe..
Os meus olhos inundaram-se de lágrimas , e a Crystal veio ter comigo.

- Olha eu queria pedir desculpa por no outro dia te ter ignorado. Quando me disseram que estavas em estado crítico senti-me tão mal - riu-se - se morresses eu nunca me iria perdoar
Limpei a cara - Eu compreendo que não te dês com pessoas iguais a mim. Tu és linda, tens que te dar com pessoas ao teu nível.
- Não é nada disso Lea, eu quero dar-me contigo. Dá me um tempo. Nunca fui muito sociável.

Joel bateu à porta e entrou.

- Crystal, deixas-nos a sós ? - disse ele, sentando se numa cadeira que se encontrava ao lado da maca.

Crystal saiu, piscando-me o olho.
Por momentos um silêncio ensurdecedor inundou o quarto.

- Tu não imaginas o quão desesperante foi ver-te naquele estado, Lea. - disse ele olhando para baixo - por um pouco tinhas morrido.

- Eu não estava a pensar muito, mas acho que esse era o objetivo - disse ironicamente.

-  O que te fez fazer tal coisa?

- A minha mãe decidiu começar uma vida nova longe de mim e do Gary.

Dito desta maneira nem soava muito mal.

- Reagi mal na altura - continuei - mas não posso fazer nada que mude a sua decisão. Sou problemática.

- Tens as tuas razões

- Ela não sabe as minhas razões , e não vai saber nunca

Joel aconchegou a minha cara com a sua mão.

- Naquele dia fizeste me perceber uma coisa , Lea - olhou- me nos olhos.

Desviei o meu olhar do dele - O quê?

A infernaria Beth entrou no quarto interrompendo o que Joel estava prestes a dizer.

- Joel,  a Lea precisa de descansar - disse - lhe enquanto me punha um tabuleiro na mesa de cabeceira

- Está bem, saio já.  - levantou-se e esperou que a Beth saí-se.

- De que te apercebestes? - repeti a pergunta.

Inesperadamente , os seus lábios vieram contra os meus. Foi um beijo rápido. Foi o meu primeiro beijo.

Beijou-me a testa e saiu.

Sentia- me feliz. Foi tão bom. Quase bom demais para ser verdade. Como é que ele olhava sequer para mim?

Fechei os olhos e rapidamente adormeci.

Acordei ainda de dia. Dormi cerca de 2 horas. Levantei-me e tomei um fiche que me soube pela vida. Vesti umas calças e uma sweat shirt e saí.
Dirigi-me ao quarto do Joel. Antes de bater à porta fiquei um pouco a pensar naquilo que lhe ia dizer. Ainda pensei em voltar atras mas agora já ali estava
Bati .

- Oh olá Lea - disse ele abrindo a porta -  entra.

Lá dentro estava Jordi e Crystal, ambos a jogar PlayStation.

- Eu posso voltar mais tarde
- Não sejas parva, fica - disse Jordi levantando-se, cumprimentou me com um beijo na bochecha e sentou se novamente.
- Olá Lea, estás melhor? - perguntou Crystal
- Sim, obrigada - sorri.
Sentei-me na sua cama e olhei em volta.  O seu quarto estava cheio de prémios , provavelmente de futebol.
- Lea, já me esquecia - disse Joel - a Beth pediu-me que te acompanha-se, para fazeres as análises ao sangue.
- Está bem , agora?
Ele disse-me que sim com a cabeça e esboçou um sorriso tímido
- Vocês podem ficar aqui, não façam nada que eu não fizesse.

Saímos do quarto, e dirigimo-nos ao elevador.

- Não devíamos estar a descer? - perguntei-lhe.

- Não vamos fazer análises , só queria estar a sós contigo.

Rapidamente estávamos no 'seu' telhado.

- Então... - disse ele quebrando o silêncio - acho que percebestes a mensagem

Sorri. - sim, penso que sim.

- Posso repetir? - disse ele com um sorriso malicioso.

- Por favor

Desta vez não foi tão rápido. Lentamente Joel juntou os nossos lábios, misturando a nossa respiração, dando-me sensações até agora desconhecidas.

-amo-te. - sussurrou encostando os nossos narizes.

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