VIII

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Tem quase duas horas que o Sam chegou aqui no apartamento do Igor e tem me aguentado reclamar com ele sobre a situação que estou vivendo. Prometo que depois faço pra ele algo para recompensar, pois ninguém merece me ouvir quando estou reclamando. Igor e Sam são dois heróis por essa proeza. Principalmente o Igor porque quando fico com ciúmes as coisas são piores. Mas enfim.

A saudade começou fazendo presença depois de um tempo. Um aperto no coração e uma vontade de abraçar o meu pequeno. Só queria ele aqui junto comigo para um acalentar o outro. Ficarmos abraçados e tudo o que tínhamos direito.

Os planos do dia já haviam todos descidos ralos a baixo. Disso eu não estava mais reclamando. Eu só não queria mais criar expectativas e sim realizar a minha promessa que fiz aquela noite tantos dias atrás.

"...Você nunca mais vai precisar chorar. Eu estou aqui com você!"

Lógico que não foi bem assim que aconteceu. Eu e Igor vivemos brigando pelas coisas mais simples e idiotas. Eu quem acabo chorando na maioria das vezes, e na maioria das vezes é ele quem corre atrás para poder se desculpar, mesmo que o errado tenha sido eu.

Não que eu seja orgulhoso demais para assumir meus erros. É que ele sempre procura uma maneira de fazer com que esqueçamos as brigas. Segundo suas próprias palavras: "Não quero perder alguém tão importante para mim por algo tão besta como uma briga por ter comido a ultima colherada de sorvete!". Então ele aparecia com um presente e alguma comida para dividirmos.

-Sam! Acabei de ter uma ideia e você vai me ajudar.

Levantei-me do colo do meu amigo, onde eu estava com a cabeça deitada chorando. Seu sorriso foi instantâneo quando percebeu a minha repentina empolgação. Um sorriso cúmplice, como se aceitasse tudo o que eu disse-se.

-Esse dia ainda não acabou!

10 AnosOnde histórias criam vida. Descubra agora