Jack Estripador

Capítulo XXX - Consumação

    Após grande período de viagem, Jack e Cipriano chegam em Londres, Cipriano conduz Jack em sua carruagem para um campo coberto por plantas moribundas, onde se encontrava uma grande mansão envolta por uma névoa rala e quase não transparente. Na mansão habita um leal servo de Cipriano, que o ajudaria independente do que for pedido; seu nome era Citu, era baixinho, feio, mas forte como um cavalo. Jack não foi apresentado a Citu, mas apenas com um olhar de Cipriano o servo correu para desembarcar as bagagens da carruagem.
  - E agora? disse Jack
  - Precisamos de uma ponte para ter uma conexão melhor e encontrar sua árvore. Vamos utilizar minha árvore já encontrada para servir como objeto de condução! exclamou Cipriano
   Jack o seguiu até a sala para prosseguir com a consumação da magia. Chegando no cômodo estava todo empoeirado, com garrafas espelhadas pelas beiradas, todas empoeiradas e havia um cheiro forte de carcaça misturado com enxofre impregnado no ar; mas Jack não conseguia nem ao menos sentir aquele cheiro, por isso ainda se mantinha calmo. 
    Cipriano então pediu para que Jack o esperasse, enquanto ele e Citu iria buscar todos os aparatos para a realização no porão da casa. Depois de muito tempo ambos emergiram do porão, Cipriano carregando um punhal brilhante cravejado por pedras preciosas, algumas velas e um pote com terra e uma pequena planta dentro; a planta estava com todas as suas folhas secas, mas se recusava a morrer. Citu carregava em seus ombros uma jovem desfalecida. 
    Cipriano utilizou a areia do pote para fazer alguns símbolos antigos no chão, colocando a planta no centro dos símbolos. Após isso puxou a jovem para o perto do símbolo, a arranco bruscamente dos ombros de Citu. A jovem acordou subitamente com o ocorrido e começou a gritar em completo desespero, Cipriano calmamente foi preparando o punhal para o abate.
    Jack olhando aquilo, gritou para Cipriano:
   - O que você vai fazer com ela?
   - Ela é uma jovem virgem, totalmente pura e imaculada, nasceu e foi criada em um convento. Para você poder ter a vida eterna, ela precisa ser descontada de algum lugar e não é barato fazer transações com o diabo. Quantas dessas você acha que eu tive que matar para ter tantos anos de vida?! exclamou Cipriano.
    Jack ficou congelado olhando para o que estava acontecendo bem na sua frente, fazer aquilo iria contra tudo o que ele acreditou; Jack matava, mas apenas pessoas impuras, matar alguém puro seria contra tudo aquilo que ele acreditava. 
   - Vai ficar aí parado olhando? Vocês dois, me ajudem! Levante ela sobre a planta. Eu preciso de mais tempo. gritou Cipriano.
     Naquele momento Jack ficou vermelho, com todo a sua fúria fluindo por seu corpo rapidamente correu na direção dos símbolos e ao pisar sobre a pequena planta, a esmagando.
    Cipriano não acreditava no que estava passando em sua frente e utilizando o punhal furou o coração de Jack, o encarando com um olhar mortal e ao mesmo tempo de medo e espanto.