Capítulo III - O Presente

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Johan era um garoto simples, não pedia muita coisa e não dava quase nenhum custo, além de não dar nenhum trabalho. As freiras do convento se reuniram junto com o padre Cristóvão para discutir sobre o primeiro aniversário que Johan iria comemorar. A madre Terezinha com a permissão do padre começou:
- Johan é um bom garoto, comportado e não dá muita dispesa. Amanhã ele vai compretar oito anos desde que foi deixado na porta do convento. Devemos fazer uma festa e dar algum presente.
- Eu concordo, ele é um ótimo garoto... Já sei, vamos dar instrumentos cirúrgicos para ele. Como está querendo ser médico cirurgião vai ser de bom proveito. -disse o padre.
- Você acha certo dar instrumentos cirúrgicos para uma criança de oito anos? - questionou a madre.
- Ele é o melhor garoto. Fala latim, conhece a bíblia e vive cercado por freiras. Não acho que ele faria qualquer mal com isso. - respondeu padre Cristóvão.
Com o consentimento de todas as freiras foi aceito por unanimidade que Johan iria ganhar os instrumentos cirúrgicos e ter uma festa. As freiras começavam a se organizar e o padre saiu para a cidade a procura do presente de Johan.

Chegando na cidade o padre encontrou um ferreiro. Era um lugar em um beco pequeno aonde tinha várias lojas, o dia estava nublado e os cigarros traziam um ar mais pesado ainda nas ruas, pessoas passando com cavalos em meio a fumaça densa. Era muito escuro e os muros da cidade eram cinzas e mal acabado, na parte do ferreiro era quente e cheio de facas e espadas, uma fornalha ao fundo e algumas máquinas para apoiar os metais para torcer e formar uma espada ou outro objeto de metal. O padre se aproximando e perguntou:
- Com licença, poderia me arrumar um bisturi ou um punhal cirúrgico de boa qualidade?
- Sim senhor, é uma honra poder ajudar um homem de Deus. Posso arrumar o melhor para você! - disse o ferreiro.
O ferreiro entrou e começou a procurar, trazendo um punhal todo em prata, com uns detalhes em ouro no cabo.
- Está perfeito. Quantos custa?
- Para o senhor apenas a absolvição de meus pecados.
- Que assim seja. Está perdoado, só precisa rezar todos os dias cinco vezes por dia e as vezes fazer alguma caridade.
- Obrigado padre. Vai com Deus.
- Amém filho.
O padre levando entrando em outra loja no mesmo beco e procurou a melhor embalagem para colocar aquele punhal. Encontrou uma perfeita: um pano vermelho e uma caixa de madeira, comprou e guardou o punhal dentro com o lenço cobrindo vermelho cobrindo. A caixa era bem detalhada, com uma serpente e vários detalhes escritos em latim na tampa.
Escondendo a caixa e o pano com o punhal dentro de seu manto negro comprido foi ao mercado de alimentos comprar farinha e alimentos para fazer o bolo. Depois de comprar tudo voltou ao convento, as freiras o esperavam na porta.

Deixou os ingredientes com as freiras e elas foram organizar para a festa de Johan, todas pareciam felizes em poder presentear o garoto. Fizeram um bolo, não parecia muito um bolo de festa, mas foi feito com amor e carinho. Era bege, feito de trigo com açúcar, ovos e óleo, fizeram uma pequena cobertura de chocolate para dar um sabor a mais.
Guardaram o bolo e esperaram pelo grande dia tão ansiosas quanto Johan iria ficar se soubesse da festa surpresa.

Jack EstripadorOnde histórias criam vida. Descubra agora