A Ultima Esperança

Capítulo 02: Quando eles chegaram lá

Enquanto eles partiam em direção a igreja na qual Luan era ativo, está se encontrava no bairro lago sul, uma área administrativa onde moradores de alto poder aquisitivo residem, tendo a maioria das casas 25% de áreas verdes.

Edd olhava intrigado o tempo todo pelo espelho, até que finalmente perguntou:

- Por que demônios o Luan precisaria de ajuda para tratar comigo, moleque bombadinho?

Vitor , ainda nervoso responde:

- Você sumiu tem uns três anos, há a dois anos mandou um contêiner a fazenda sem nenhuma explicação... a Gab.... seria melhor ficar de olho em vocês dois. Percebendo que fazia besteira se calou Vitor .

- Ouuuuuu, como assim a Gaby pediu pra você cuidar de mim? Com fúria nos olhos, Luan argumentou – tem nem três anos que eu te treino.

- Sabe chefe, você anda muito imprudente esses dias, além de mim, você nunca mais se reuniu com ninguém.

- Luan, o que tem acontecido para se afastar dos outros? - Edd interpola Vitor

Chegando ao estacionamento, Luan parou o carro com uma tremenda e aparente raiva nos olhos.

Vitor ficou no carro enquanto os dois se encaminhavam para a casa paroquial pois não houve nenhuma reação de seu mestre para que ele saísse do carro.

Na casa do padre, correram até este alto, negro e com seus olhos sinceros, estava assistindo televisão e ficou confuso ao ver e ouvir os dois falarem ao mesmo tempo.

- Padre, tinha um cara no pátio jogando fogo pelas mãos!!!

- Padre, tinha um cara destruindo tudo!!!

- Padre, tinha uma criança que tocou fogo pelas mãos numa outra criança!!!

- Padre, como é possível fazerem aquilo a uma criança?!

- Padre, como é possível alguém queimar o outro?!

- Padre, o que aconteceu?!

O padre olhou para ambos, se levantou impondo sua altura sobre os dois e simplesmente disse com seu sotaque de estrangeiro:

- Luan, um de cada vez. E que faça sentido, por favor.

Logo em seguida riu de sua maneira costumeira e assim acalmou os dois.

Luan explicou tudo o que havia acontecido, o que tinham visto, como saíram da situação e ficou calado ao ver que o padre não ficava quieto ao ouvir toda a narrativa.

- Me conte meu filho, sua história na igreja anda meio distante não? Por quê?

- Fiquei sem tempo de frequentar a igreja Godwin, afinal eu estava fazendo meu mestrado fora do país. O que pode nos dizer do que vimos? Luan estava aflito, ávido por respostas.

- Meu filho, é complicado! Afinal não é vista uma possessão assim há milênios. Você acaba de me relatar algo quase impossível de acontecer, já que demônios grandes não vêm a terra há muitos milênios. O único estudo que sei sobre isso é da época do meu curso de exorcismo, quando o professor mencionou acontecimentos perdidos no tempo.

Mais uma vez riu e os três pareciam bem mais calmos do que no início da conversa.

Edd, que se acalmou ao ver o padre pedindo silêncio, se ocupou em chamar Vitor, este foi fazer café para todos. Quando voltou disse:

- Padre, se for verdade, o que podemos fazer para proteger os que amamos? - Apresentou Edd – Não sei se conhece, mas este é o Vitor .

- É um prazer rever mais um filho perdido voltar à casa do Senhor, Vitor, tudo bem? – Continuou a falar o Padre - Meus filhos se escondam, não sei o que estes seres malignos podem fazer... Sei que não posso abandonar a congregação agora, mas o melhor seria ter um refúgio para se proteger.