Puft!

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Okay. Como vou dizer o que realmente aconteceu sem passar o resto do caminho a ser importunada? Isso importa?

Bem lá no fundo sabes que sim,hein? Do contrário não veria problemas a falar-minha subconsciência diz orgulhosa de si.

Decido parar o carro em uma vaga mais acessível enquanto vou mentalizando as palavras certas,afinal dirigindo eu sou incapaz de falar qualquer coisa. Meus dedos batucavam nos arredores do volante,precisa ser agora...
-Hoje ,ainda pouco antes da primeira aula,a Morgana sismou em que eu estava a rir dela,então desta vez eu não me mantive calada como pensei que aconteceria, quando ela quase voou na carteira. Meu livro seria seu 'desconto' de alguma forma,bem,não foi na verdade-pauso-Niall interviu logo assim e a sério,seu tom e toda aquela calma foram para o ralo vendo como ela ainda resistia com o livro-nem ao menos concluo o minímo que resta e sua boca está num perfeito O. Fico surpresa por não ouvir histérias e sim apenas um gesto para eu prosseguir.-Ele acabou por recuperá-lo e o constrangimento que causaram fez com que ela saísse logo assim-claro,só até o jovem professor chegar.
-Isso ...isso é quase surreal Chrizan,o cara,Niall,mas como?
-É o que tenho me perguntado-retiro meus fios teimosos para trás das orelhas,simplesmente estavam a escapar mesmo presos.
-Já pensou se acaso ,amanhã mesmo ele resolve acabar com essa dúvida?-sim,aquele novo sorriso insano voltou nos seus lábios finos.
-Eu não vou nem pensar em tal barbarie-alerto-A sério,combinamos tirar sua carteira de motorista dos fundos do jeans. Estou errada?
-Poderia...?
-Valentina!
-Ai,tá,ok,ok. Que jeito..-ela resmunga e eu rio,ligando o velho carro a muito custo. Não tocamos mais no assunto até o proposto caminho,apesar de saber que pela minha amiga o assunto seria "o maior da história".

O homem que estávamos a negociar não facilitou tanto no início,ele devia estar na casa entre os 30,40 anos. Suas piadinhas eram uma descontração barata,mas não fora assim como ele devia planejar. Checamos os minímos detalhes do seu suposto Opala-segundo ela o ideial sonho de consumo-e bem,eu não era ninguém para vir a discordar. O carro era usado,mas devo ressaltar que está em perfeitas condições.

É um simples preto básico,mas revelador por dentro,a sério. Valentina não se continha em não tocar nos botões,ou mesmo na buzina! Meus risos ao ver o homem a queixar-se são completamente abafados pelo barulho pertubador.
-Está decidido,vai ser este mesmo!-com a empolgação sua mão bate outra vez na buzina,mas agora retiro-a dali antes de perder o pouco da audição que resta.

Levamos um tempinho extra para convencê-lo de baixar 300 libras que fosse,pois voltando as análises encontramos um porém. O porta-malas tinha seu pequeno problema em pesar muito para abrir,e convenhamos,a grana fará diferenças se for necessário o concerto. No fim ele razoavelmente foi aceitando,esperei Vale acertar a papelada,enquanto isso eu recordei que minhas folhas deviam estar no carro. Lá estava todo meu projeto,qual eu não posso nem pensar em deixar a qualquer canto. As possibilidades de algum dia vir a funcionar são absurdas na verdade,por agora.

Quando ela passa pela grande entrada mais do que depressa vai até seu carro e,seu sorriso era contagiante.
-Preciso tocá-lo agora mesmo,mas pra valer,sabe?-ela diz e em seguida entra.-Assim eu posso te dar sua primeira carona-oferece.
-E deixar meu carro por aí? Não,obrigada-rio-E de qualquer forma eu já tenho uma meta pra hoje. Me empregar-suspiro.
-Tipo,em que?
-O que vier,tenho duas opções,mas válidas não por muito tempo.
-Certo,então não vou insistir-cede,e fico grata por não ter de prosseguirmos na mesma tecla. O velho fusca.-Se manda lá,nem precisa voltar-ela sorri e soco seu braço.-EI!
-Fica aí sentindo minha falta,porque eu vou mesmo-digo já me afastando.
-Nunca!
-Me deseje sorte!-grito de volta.
-COMO SE PRECISASSE-retruca e eu rio ao entrar no meu carro.

Dou a ingnição assim que Vale sai,o mais rápido que posso,pois o homem engravatado já estava afim de me tirar a pontapés.

Quando entro na reta pego o jornal do porta-luvas,ajudante de costureira foi o que primeiro caiu na minha aposta e assim seria.
( ... )
1,2,3,4,5 horas! Perambulei a cidade com tudo que havia em anúncios,desde de os jogados nas lixeiras. Nada. Os mais prováveis se tornaram tão improváveis quanto pensei ser...Todo meu otimismo foi engolido a cada não,e olha que eu não entrego a bandeja tão fácil.

No caso,nem foi necessário,não é?

Hahaha. Subsconciente nas melhores horas. Minha cabeça estava encostada no banco duro do motorista,levei algum certo tempo ali,suponho. Devia estar mesmo perdida das horas e de onde estava,minha fome parecia de outro mundo. Quando um Starbucks pairava logo ao outro lado da rua.

Já havia escurecido ,eram cerca de 7pm. Resolvi descer e seguir meu instinto maior,bolinhos. Fecho o carro e trago a carteira no bolso da blusa de moletom,não achava seguro no jeans e não consigo achar até hoje. Entro no pequeno local agitado,com pessoas conversando animadamente,dava pra ouvir de outras sobre a merecida promoção e como fariam jus aquilo. Não seria de todo mal se algum dia eu fosse alguma dessas pessoas,quero dizer,ser apenas a Chrizan.

Escolho uma mesa nos fundos de três que estavam livres,meu pedido fica nos bolinhos recheados e um forte cappucino. Enquanto não chega aproveito a checar meu celular,encontro 10 chamadas não atendidas,sendo 7 da vovó. Resolvo lhe mandar uma mensagem explicando que logo estava de volta,à Vale lhe disse apenas que as tentativas foram falhas,mas segueria o ritmo com café por perto.
-Moça?-a voz da garçonete desperta-me e vejo meu pedido logo assim.
-Ah,obrigada-sorrio levemente e a mesma retribui,indo para a próxima mesa.

Começo com os bolinhos ,o café ficando por último ,costumes. O barulho dos sininhos me levaram a observar o movimento a ir e vir,o rapaz que acabara de entrar refugiou-se para o balcão. Minhas bochechas começaram a arder sem aviso prévio,pois ele estava a olhar pra cá agora e ao menos consegui disfarsar.

Da forma menos indelicada vou engolindo um bolinho atrás do outro com a ajuda do líquido quente,apresso-me a tirar as libras da carteira e coloco embaixo do copo de guardanapos.

Solto o ar que estava acumulado nos meus pulmões assim que saio do sufoco que lá estava,ao atravessar a rua quase vazia eu poderia jurar que só havia o barulho das minhas sapatilhas. Tinha que ser.

Assim como o gongo qual badalava na minha cabeça nublada,eu senti que alcancei as chaves ,mas elas estavam a deslizar...Ou não era nada disso,e sim meu corpo que perdeu qualquer movimento.

Eu E Você Um Amor Sem LimitesOnde histórias criam vida. Descubra agora