Capítulo 8

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Chrizan Pov's
O cheiro de mofo e madeira velha era tudo que eu conseguira registrar,não sentia conforto nenhum,apenas frio,muito frio. E uma dor fora do comum...não sei ao certo,estava a doer tudo,principalmente a região das minhas pernas. Mas por que? Onde eu estava afinal?
O esforço para abrir meus olhos não batia com a luz forte ,só podia ter amanhecido. Trago minhas mãos num lento abraço até meus braços arrepiados,deixei-as livres para tatear minha pele exposta? Continuei os movimentos e o máximo que estava ali eram as peças íntimas. O que...não,não tem como ser...não ,eu vou acordar desse pesadelo,sim ,é apenas um inútil pesadelo. Tem que ser!

A ansiedade se tornou tão grande que simplesmente meus olhos pesados como âncoras se abriram,as lágrimas começaram surgir automaticamente no mesmo momento. Meu corpo estava irreconhecível com a pequena poça de sangue que me cercava,os roxos e o frio não tinham medidas...Eu estava um verdadeiro trapo humano a engasgar-se em soluços num beco tão vazio quanto o oco que estava dentro de mim. Procurei forças para ao menos conseguir me sentar,um enorme erro. As dores pareciam multiplicar e minhas pernas estavam como gelatina.

Corri os olhos pelo local desagradável,era certo que minhas roupas não estariam ali,o pensamento de como eu sairia dali já me assombrava. Encolhi meu corpo numa forma de ter um apoio,não sei por quanto tempo mais eu iria aguentar. Psicologicamente ,tanto quanto fisicamente.

Entre meus vagos soluços ouvira um ...bip? Seguido de mais outro. Eu sei que reconhecia-o,tive certeza quando vi um pequeno aparelho em cima do monte de sacos de lixo. Apressei-me em tomá-lo em mãos,a bateria indicava que logo acabaria,então precisava ser rápida.

Digitei uma sequência de números sem ter noção de quem seria,em 2 toques e o outro alguém atende.
-Alô?
-Me ajuda...me ajuda..por favor..eu sei que ...não vou...aguentar-os soluços só se intensificavam,e o outro alguém parecia confuso.
-Chrizan? É você? Mas..esquece. O que tá acontecendo?
-Por favor...-sinto-me zonza ,o dia estava a cair ,de novo.

Niall Pov's
-Chrizan?! Ei? Chrizan...-esperei por qualquer resposta que fosse,mas não. Nada.
-Eu estou indo-digo e logo assim a chamada cai.

Estava a caminho do colégio como previsto,bem,não mais. Minha cabeça estava tão confusa,desorientada,era ela . Seu desespero era incomum,e pra piorar: o meu também. Não tenho pistas,ou noção do que ela pode estar a passar. Mudo meus planos e sigo até a casa do Liam,sei que ele poderá me ajudar.
( ... )

Buzino,uma,duas,três,quatro vezes. A possibilidade dele já ter ido existia,é o mais pontual de nós todos. Respiro pouco mais aliviado ao vê-lo sair resmungando ,teria rido do seu mau-humor se fosse em outra ocasião,então apenas indiquei para que ele entrasse.
-Desde quando essa pressa toda de vir me buscar? Está cedo ,não acha?-ignoro-o e vou direto ao assunto.
-Eu preciso da sua ajuda,urgente. É muito certo que vamos faltar,preciso que vá comigo na delegacia-explico e seus olhos arregalam-se.
-Olha,se você...
-Não é nada comigo,é a Chrizan-ligo o carro de vez e sigo o caminho até lá,Liam parece não entender a gravidade,então vou-lhe explicando como as coisas aconteceram. Ao decorrer a interrogação continuava no seu rosto,acho que eu não estaria diferente.
-O que eu não entendo é como ela foi ligar exatamente pra você,a não ser que teve algo por trás daquele livro. É isso-ele sorri impertinente.
-Harry,Louis,realmente eles fizeram uma lavagem cerebral nessa cabeça oca!-me altero,teria alguma lógica,talvez. Só que não aconteceu.-Não sei como ela descobriu,mas isso é o de menos- eu sei que não vou aguentar . Sua voz desesperada não deixava de ecoar pela minha mente perdida e,mesmo com tudo Liam se propôs a falar com o delegado.

Quando a luzinha vermelha na tela começara a piscar no mesmo lugar é imediata a ação que minha boca faz.
-O Starbucks do outro lado da cidade-bagunço meus cabelos ainda focado no pequeno ponto.
-Ao que parece,sim-o delegado fala.-Vou mandar uma viatura para acompanhá-los,quem sabe o que poderemos encontrar lá-diz e simplesmente o telefone que estava ocupado há tão poucos segundos,volta-se para seu ouvido.-Sim...eu preciso do Phill e Danny...para agora preferivelmente. Aquele mesmo Starbucks-explica a fazer gestos com as mãos,sendo tão sem sentido sabendo que eles não o poderiam ver.

Ele dá as coordenadas finais,então descemos logo assim. Liam contesta em que fosse ele a dirigir,não discuti ,o único objetivo é encontrá-la e é o que vou fazer.
( ... )

A viatura acabou por ir pelo outro lado para facilitar,nós pelo oposto,onde eu já tinha conhecimento. Ali era o ponto,Liam não poderia vir conosco.
-Para aqui-peço. O carro para e mais que depressa eu desço. Meus passos se tornam uma urgência,Liam grita algo,mas não ouço mais nada por já estar longe. O cheiro de madeira pobre e mofo estava tão forte que a possibilidade dela estar por aqui até assusta.

Nada diferente das gotas de sangue já secas a cada passo a mais. De repente ela possa ter se ferido. Haviam mais marcas,mas desta vez era uma poça.

Seu corpo quase todo despido e com roxos.

Corri até ela e apressei-me a retirá-la do lugar gélido,mesmo desacordada estava a tremer e,a temperatura caiu ainda mais ,antes mesmo de eu sair de casa. Tiro minha blusa e visto nela cuidadosamente,trato de sair o mais rápido,pois o frio só se intensificava. Meu peito se aperta ainda mais com as pequenas lágrimas que deslizavam pela sua face assustada.
-Esse imundo não vai se atrever a voltar nunca mais,não comigo
por perto.

Eu E Você Um Amor Sem LimitesOnde histórias criam vida. Descubra agora