Capítulo 3

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Pessoal, olá! Então, deixa eu explicar como serão as postagens por aqui. Como eu já falei anteriormente, o livro está praticamente concluído, só faltando alguns ajustes. Dessa maneira, estou planejando postar dois capítulos por semana. Ou dois no mesmo dia, ou em dias separados. Como vocês já devem ter reparado, não são capítulos gigantes. Gostaria de saber o que vocês acham desse método.

Vou dedicar este capítulo a gabrielacoutinhom, porque eu quero que ela tenha algo para ler enquanto espera. E para ter do que reclamar também. Ela sempre tem do que reclamar hahaha! Amiga do meu coração, seu apoio é imensurável.

Sim, o book teaser já está disponível na no resumo. Espero que gostem.

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Fazia umas três semanas desde a última vez em que ele veio à padaria. Não que eu achasse que ele ficaria vindo sempre, eu só... Queria vê-lo outra vez. De alguma forma, ele mexeu com alguma coisa dentro de mim. Fora a parte puramente física, havia também algo em seus olhos claros, na maneira de falar e no jeito de me provocar, quando o normal era ninguém me ver realmente, atrás daquele balcão. Apesar de toda aquela conversa defensiva, de ele me considerar algum tipo de adolescente pura vivendo de sol e amor e de ele obviamente ter problemas com alguma mulher, eu me vi esperando que ele aparecesse de novo, nem que fosse só para eu ficar olhando. Não precisava de muita coisa, eu não era gananciosa. Era só uma espécie de curiosidade, um interesse genuíno, e isso ultimamente não me acontecia muito. Ele me fizera ficar imaginando coisas, querendo coisas. Fazia tempo que eu não queria nada.

Depois da segunda semana de ligeira expectativa, terminei me conformando que aquilo tinha sido apenas um tremor na normalidade mansa da padaria e voltei a não pensar em nada importante, enquanto fazia meu trabalho. Era melhor assim, pensando melhor. Ele era só uma complicação a mais; coisas com as quais eu não podia lidar. Nem naquele momento, nem nunca mais. Não na vida que eu tinha agora, não precisava de distrações.

O movimento da padaria havia diminuído e eu estava colocando pedaços de goiabada dentro da massa dos pastéis, que iriam para o forno, e também pensando se daria tempo de sair para comprar uns tomates para levar pra casa, na feira ali perto. Planejava fazer molho para congelar e facilitar o meu jantar da semana, que vinha consistindo em vários tipos de macarrão, já que tinha congelado massa caseira para um mês.

Quando ouvi passos na porta da frente, levantei os olhos por puro reflexo. Senti o rosto queimar, por ser idiota.

— Olá.

Era ele de novo. Depois de todas aquelas semanas, tinha quase me esquecido de como eram impactantes aqueles olhos azuis de cílios escuros. E de como era arrasador o seu sorriso, ainda mais direcionados a mim. E de como ele inteiro parecia delicioso, mesmo por baixo daquele terno escuro. Minha face estava insuportavelmente quente e era tão constrangedor que virei o rosto de volta para meus pastéis, sem dizer nada.

Ele aproximou-se e sentou-se no banco perto do balcão em que eu estava fechando os pastéis. Eu sabia que estava sendo mal educada e que seu João, meu chefe, poderia me chamar a atenção mais tarde. Mas eu não sabia o que dizer. Tirei uma mecha de franja da frente dos olhos, com as costas das mãos e continuei meu trabalho.

— São pastéis lolita?

Acenei que sim com a cabeça. Emendei um olhar e um sorriso, para amenizar a ausência de palavras.

— Minha avó fazia desses pastéis — ele disse. — Acho que não como um que preste desde que ela faleceu. Era uma excelente cozinheira. Minha mãe não puxou isso dela. Nem eu. Nem minha irmã. Só minha tia Judite faz algumas das coisas que ela fazia, mas nunca fez pastel lolita.

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