Capítulo 2

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A saudade de casa nunca bateu nas portas em que Charles estivera. No Brasil ele trocava de casa com poucos meses de estadia. Misturou bebida com a sua profissão de escritor e com pouco tempo nessas loucas misturas ele começou a ter casos com mulheres bêbadas. Frequentou festas de faculdade. Era contraproducente esse investimento na bebida, mas ele estava satisfeito escrevendo um romance de terror, não sabia a pé que a estória acabaria, mas divertia-se escrevendo um horror em que as fantasias de seus personagens consumiam suas mentes.

Agora que terminara de escrever "Mortos ao Amanhecer", ele investia mais uma vez em escrevendo sobre aberrações que correm atrás das pessoas. Pessoas aleatórias, criaturas horrendas. Algumas criaturas tiradas das histórias contadas para criancinhas, com algumas mudanças, algumas inspiradas e adaptadas das estórias de seus autores preferidos.

A manhã gélida americana, dava início ao dia. O vento que corria lá fora, parecia também correr dentro do apartamento. Charles, sentiu um vento arrepiar suas costas de uma maneira descomunal o bastante para que os pelos de todo o seu corpo de eriçassem, ficando totalmente em pé.

Assim como seus pelos se eriçaram, ele se despediu do conforto da cama e estalando o corpo todo como um pedaço ambulante de torresmo caminhou até o banheiro, depois para a cozinha. Precisava de um café.

Caminhou por horas conhecendo algumas partes daquele lugar. Conheceu bosques, cafeterias, caminhou pelos corredores de um shopping, foi a pontos turísticos, entrou em uma livraria comprou alguns livros, parou em uma grande praça e ficou horas a fio sentado lendo.

* * *

A madrugada começava a emergir trazendo consigo muitas ideias para a escrita de mais algumas páginas do novo romance de Charles. Ele antes de dedicar atenção ao seu livro passou longas horas no mesmo bar que frequentou quando chegou. Os desejos do passado o acompanharam até aquela mesa de bar, em sua mente a mão invisível agora espancava suas ideias com tanta força e com tanta raiva que suas mãos tremiam, mas ele não sabia ao certo que era por conta de seus pensamentos ou mesmo por conta do quanto já havia bebido. 

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