Vinho

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Aquela garrafa de vinho
que manchou minha aquarela
aquela rolha imunda
que saiu voando livre!

O vermelho rubro do sangue
Pingou na minha tela,
E foi tão forte e obscuro
Quanto uma jarra de tine.

A meu belprazer
Quem sabe eu faça agora
E que eu pudera ser.

Ai que sensação gostosa
Respirar de pulmões abertos
Tirando sarro dos banhistas
Que se secam
A céu nublado.

Sorrindo toscos olhando o pôr do sol
Bebendo aquele vinho
Que manchou minha camisa
E não sai numa só lavagem
De sabão em pó
Mas...

Aquela praia serena
O vinho do Porto
A mancha na camiseta
E dois sorrisos num rosto.

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