CAPÍTULO 4

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*** Este é o início do nosso capítulo 4, consegui iniciá-lo e terminarei-o ainda esta semana, peço-lhes desculpas por não conseguir concluí-lo, mas recebi ainda a pouco a notícia do falecimento de uma leitora, uma amiga querida que me acompanhava desde o início, e isso sinceramente me tirou o chão. Este capítulo eu dedico-o  com todo o carinho, do fundo do meu coração, a LAURA JACKMAN, a criadora de todas as capas dos meus livros, uma jovem de 17 anos cheia de luz e alegria, que infelizmente foi mais cedo encontrar o nosso criador, que Deus possa recebê-la de braços abertos, descanse em paz minha querida amiga.***



                                                                                KLAUS SCHNEIDER

Lar, doce lar, após tanto tempo internado na clínica, essa máxima seria perfeita se eu realmente ainda tivesse um apartamento.

O que eu vejo ao meu redor é uma casca oca de paredes mortas que lembram uma casa.

Olho para as paredes e os meus quadros de Romero Brito, as esculturas que eu trouxe da minha viagem à Espanha, o sofá, os tapetes, as mesas da sala de estar e jantar, a geladeira, o fogão, o freezer, as camas, jogos de toalhas e... até as minhas malditas torneiras douradas do banheiro, tudo, absolutamente tudo foi tirado daqui.

Assim que a porta da sala se abriu e adentrei de cadeira de rodas, eu fui tomado pelo choque. Felipe e eu olhamos a sala vazia e ficamos sem palavras ao perceber o súbito furto que a casa sofreu.

Como? Quando essa quadrilha roubou a minha casa e principalmente onde os seguranças estavam que não viram esse crime acontecer?

Felipe gritou por Maria das Dores, a minha governanta e perguntou pelos seguranças, Das Dores tropeçou nas palavras ao respondê-lo, encarando-me com os olhos esbugalhados.

- Das Dores, que porra aconteceu aqui? Onde os seguranças estavam quando a casa foi assaltada?

Eu balbuciei, agarrando o braço emborrachado da cadeira de rodas.

- Eram muitos, por isso que eles não reagiram?

Das Dores nos olhava sem conseguir dizer nada, até que olhou Felipe e falou baixinho.

- É melhor eu explicar ao senhor, seu Felipe, em particular, o seu Klaus tá chegando do hospital agora, não pode se enraivar.

Eu, me enraivar? E por que ela agora resolveu falar sobre mim como se eu não estivesse presente?

- Das Dores, eu estou aqui, diga logo por que os infelizes dos seguranças não reagiram ao assalto, por que não chamaram ainda a polícia, eram muitos bandidos?

- O senhor não quer um chá? Eu passei um café fresquinho agora, do jeito que o senhor gosta, seu Klaus.

- Diga-me logo Das Dores, não defenda esses seguranças imprestáveis, eram quantos homens?

Das Dores tampou o rosto, chorando como um bebê desmamado e eu pedi que se acalmasse, até que ainda escondendo o rosto, disse-nos em um fio de voz.

- Uma... uma mulher, seu Klaus.

Só uma mulher foi capaz de orquestrar um roubo desses? Felipe coloca a mão na boca e eu arregalo mais os olhos, juntando os pontos, sem querer acreditar no que eu acabei de ouvir.

- Uma mulher?

- Dona Claudia. A gente não pôde impedir. Ela veio com um advogado, falou que o seu Felipe tinha autorizado ela levar tudo que era dela. Disse que tudo que tinha aqui, ela tinha direito à metade pelo tanto de tempo que foi noiva do senhor, veio com a equipe de mudança e foi embora uma hora atrás. Agora como é que eu vou cozinhar se ela levou também o fogão? Aqui seu Klaus, ela me pediu para entregar isso aqui para o senhor.

Fatalmente seu- DegustaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora