Imai Infinito - parte 5

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Imai Infinito – parte 5

          Emum piscar de olhos, ele simplesmente desapareceu da minha frente. Ele nãosaltou, não correu e nem tomou um taxi, simplesmente sumiu. Não conseguia nem sentir o cheiro do cigarro que até então dominava a fachada do hotel. Mesmo que de forma singela, ao meu redor, diversas pessoas começaram a surgir. Parecia uma piada.

          Murmúrios.

          As pessoas que até então eu jurava estarem sumidas, ou servindo de energia para uma criatura do futuro, voltaram. Na verdade, elas surgiram do nada. Bastou aquele homem sumir que eles retornaram, alguma ligação? Totalmente.

          O quarteirão, ou pelo menos, a rua em que eu estou mudou. Ainda que não tivesse percebido uma mudança radical, ao ver essa transição acontecendo, noto uma leve mudança no cenário, como se, por um segundo, tudo, desde os prédios até as ruas, estivesse ficando mais novo, ou seja, algo de fato havia mudado.

          Por algum motivo, talvez minha preocupação para com Koa...

          Koa.

          Nesse momento, uma ideia passou pela minha cabeça. Ela foi bem simples, mas forte o bastante como para esquecer ter encontrado um homem dotado de uma habilidade perturbadora. Todo meu corpo locomoveu-se agitadamente.

          De maneira simplificada, eu corri.

          Desesperadamente, se pudessem me dar uma nota. Não, se isso fosse uma corrida de cem metros, talvez ganhasse uma medalha de ouro. De qualquer forma, o restaurante onde deixei Koa não se encontrava muito longe, não é como se eu tivesse me afastado tanto assim, mas a pressão da pequena ideia que passou pela minha cabeça me deixou curioso.

          Não abri a porta, simplesmente chutei como se fosse um assalto. Se eu tivesse segurando alguma coisa na mão, nem que fosse meu telefone, eu poderia estar escutando as sirenes ao fundo.

          —......... Hm?

          O arrependimento de ter chutado aquela porta com tanta força e ter quebrado a fechadura só não foi maior que acreditar que Koa poderia continuar inconsciente.

          — Não faça barulho quando alguém está comendo, idiota.

          Sutil e delicado como sempre, de fato, era ele.

          Koa estava sentado em uma das mesas comendo. O desgraçado estava com meio peixe para fora do prato, e o resto do arroz na boca. De algum modo, eu queria enforcá-lo em vez de abraçá-lo.

          — Você... você está bem?

          — Estaria melhor se você tivesse conseguido dinheiro para comida antes.

          Novamente, uma preocupação tola.

          — Por que... não. Você não deveria estar caído no chão em agonia ou algo do tipo?

          — Eu acordei há alguns minutos. E não, eu não estava em agonia.

          — E essa comida, de onde veio?

          — Acha que roubei? O gerente me viu caído e pensou que eu tinha desmaiado. De certa forma, ele estava certo. Me serviu um prato do especial do dia, e aqui estou, falando enquanto minha comida esfria.

Zokugatari: ExodusOnde histórias criam vida. Descubra agora