002
Vampiro Klainhall – parte 2
A cena a seguir não foi planejada.
Antes de sair procurando pelo suposto vampiro, Koa citou algo de suma importância. Na verdade, duas: não temos pistas e estamos famintos. Sem mais delongas, fui brutalmente forçado a levá-lo em um local adequado para comer até termos alguma pista.
Koa tem o hábito de constantemente rejeitar com total indiferença desconhecidos. Mas visto que ele, um híbrido de homem e gato, se tornou meu melhor amigo após o que houve nas três semanas antes de virmos para Shinjuku, começo a questionar esse lado antissocial dele. E, mesmo que a desculpa para tal comportamento seja baseado em um passado difícil, Koa poderia, no mínimo, tentar ser um pouco gentil. Pelo menos com uma garçonete.
– Eu repetirei só mais uma vez. Eu pedi água, e você me trouxe um refrigerante, por quê?! – exclamou Koa em uma lanchonete lotada.
– Eu sinto muito, trarei o que pediu em um instante.
– Você precisa pegar mais leve.
E como sempre, bastou meia dúzia de palavras para fazê-lo contar um discurso.
– Leve? Estamos pagando por um serviço, eu exijo que tragam o que eu pedi.
– É apenas uma lanchonete, não fale como se fosse da alta classe.
– Tem razão. Este lugar nã...
– Estou falando de você. Não atue como uma garotinha com complexo de superioridade de um anime moe.
– Eu não sou uma garotinha moe.
– Isso só reforça. Garotinhas moe não aceitam que são garotinhas moe.
– Se eu sou uma garotinha moe, o que você seria?
– O protagonista de um harém.
– O quê?! O que te faz ser o protagonista de um harém?!
O tom de Koa subiu tanto nesta frase que todas as pessoas pararam de comer e nos olharam com rostos confusos. Não os culpo, até eu não entendo como chegamos nisso enquanto eu tentava ensinar bons modos ao Koa.
– Shh... Baixe o tom. As pessoas estão prestando muita atenção na gente.
– A culpa é sua por insinuar que seria o protagonista de um harém.
– Pois possuo os dotes necessários.
– Está falando do tamanho do seu p-
– Não! Claro que não. Nossa. O que... como é que você pensou que eu falaria disso?
– Ei, ei. Não fique tão agitado, somos homens, não seria estranho em algum momento desta amizade começarmos a vangloriar nossos genitais.
– Cale a boca! Pare de falar sobre isso. É desconfortável demais.
– Uh, se sente desconfortável por medo de que seus genit-
– Por favor, pare de usar essa palavra, mesmo que seja um termo científico, ainda é constrangedor. Melhor, pare de falar sobre isso.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Zokugatari: Exodus
HumorZOKUGATARI: EXODUS "A dramaturgia do Êxodo" História e Arte por Matheus Santos Revisão e Edição por Sagami Riku Distribuição: My Light Novel - www.mylightnovel.com.br Sinopse: Hamada, um garoto com uma estranha habilidade, e seu amigo Koa, um híbrid...