Ladrão Toru - parte 1

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Ladrão Toru – parte 1

          Desfecho.

          Aquilo que é considerado o fim do que geralmente é um conto, o encerramento de um drama ou uma pequena jornada.

          O desfecho nem sempre é ato final, mas normalmente funciona como um "ponto e vírgula", deixando, assim, uma ponta que gera um novo começo ou uma continuação, ou até mesmo um prelúdio.

          Porém.

          Este desfecho não é uma ponta para uma continuação — nem mesmo um recomeço — ou para um prelúdio, é apenas... um desfecho.

          Onde uma história que começou na metade irá continuar avançando até encontrar um ponto onde possa dizer que irá parar... mas, assim como citado anteriormente, isto não é a etapa final.

          — Muito menos o meio.

          Justamente por ter iniciado na metade, irá se desenrolar até seu ponto real, ou seja, o clímax, este que por hora nada mais será do que um conjunto de revelações, mas que, ainda assim, não explicará tudo e talvez o deixe frustrado.

          Deprimido.

          Magoado.

          Ou até mesmo, em algum dos casos, confuso.

          Visando essa ideia como a base para este desfecho, digo de antemão que o final não agradará à esmagadora maioria dos que acompanharam desde o princípio. Isso se deve ao fato de que nem todos conseguirão entender, ou melhor, reconhecer que, desde um princípio, esta obra jamais teve a obrigação de contar tudo; e isso parece ser frustrante.

          Não mais que isso, este é seu desfecho, ou pelo menos o início dele.

          Onde eu e Koa, um vislumbre de uma anomalia não-existente e um humano preso à não-existência, iremos nos aventurar mais uma vez em um arco totalmente confuso e louco com um evento sobrenatural diferente.

          Onde será dito o porquê de Hamada Hasumaru ter decidido voltar à sua casa após os eventos com Ivhan em Omori, o que, até então, jamais foi a ideia principal, jamais sequer foi cogitado por ele, e isso deverá ser explicado de uma maneira que pareça natural e não arquitetada.

          Onde você possa compreender rapidamente os motivos que o levaram a sair em primeiro lugar, e então os que o fizeram voltar se tornarão ainda mais fáceis de aceitar. Assim se tornando um evento plausível que, com o passar do tempo, você possa também se identificar com alguém como Hamada Hasumaru.

          Agora, uma semana após Ivhan ter aparecido em Omori, Koa e eu decidimos ir embora.

          Levando o fato de nada especial ter acontecido nesse período, além de inacreditavelmente termos conseguido pagar a dívida com o gerente e ficarmos com noventa por cento de nossa saúde, não havia mais motivos para permanecer.

          Não havia mais desculpas.

          Porém.

          Assim como todos os eventos até o momento, um "porém" sempre surge para mudar a ordem do que pensamos que irá acontecer.

          O nosso destino, que antes era o norte, foi totalmente esquecido quando recebi um telefonema na manhã de segunda-feira.

          — Entendo... pode me dizer daqui a quanto tempo isso irá acontecer?... Obrigado... ligarei de volta quando chegar na quarta-feira, até breve.

Zokugatari: ExodusOnde histórias criam vida. Descubra agora