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Simplório Ivhan – parte 4
Em Omori, aprendi algo muito importante.
Não idealize conclusões às pressas.
Isso soa até um pouco sórdido de se falar, mas foi necessário estar algemado em uma cadeira dentro de um prédio à noite para entender isso.
— Pare de sussurrar, isso me incomoda.
A dona dessa voz é uma pessoa curiosa, bonita e curiosa.
Caso ela não estivesse tentando me matar agora, certamente flertaria com ela, mesmo aparentando ser mais velha.
— Eu disse para parar, entendeu?
— Tudo bem, tudo bem, é difícil ficar sentado direito com minhas pernas assim.
— Não posso facilitar também, sei o que faria se tivesse até uma perna solta.
— Bem... verdade, não dá pra confiar muito quando se quer manter um usuário de pilar cativo.
— Eu devia amordaçá-lo, você fala demais.
Ok.
Isso não era necessário, agora tenho um pano na boca.
Antes de mais nada, isso deve ter ficado absurdamente confuso; ora, a última coisa que você soube foi que eu e Koa iríamos nos preparar para o festival, e do nada nos reencontramos nesta situação.
Mas não se preocupe, tentarei resumir ao máximo o que houve até aqui.
Caso não se lembre, estamos em maio, e isso indica um festival em Omori, então era viável afirmar que pelo menos dois terços da cidade estariam neste festival no mesmo dia e na mesma hora.
Costumes.
Nada melhor que isso.
Quando um grupo de pessoas se acostuma a ir para um mesmo evento social, essa mania jamais é perdida, ou seja, mesmo que Ivhan não queira, ele estará indo até o festival.
— É uma certeza que só você possui, mas tentarei não ser tão desconfiado assim — disse Koa, poucas horas antes do festival.
— Você precisa acreditar mais nos demais, essa desconfiança exagerada não faz bem.
— Te direi o que não faz bem, arriscar tudo em um palpite precipitado.
— Tudo bem, se acalme, não é tão ruim assim.
— Verdade, pelo menos não sou você...
Eu poderia gritar com Koa agora, mas nem mesmo eu quero ser eu.
Para deixar mais claro, ele não se refere à grande pessoa que eu sou, mas sim à minha aparência agora.
Por algum motivo, mesmo eu tendo tirado a fantasia de mais cedo, sim, aquela de peixe frito, o gerente achou em algum lugar e me fez vestir novamente.
Punição?
Sadismo?
Não, ambos.
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Zokugatari: Exodus
ComédieZOKUGATARI: EXODUS "A dramaturgia do Êxodo" História e Arte por Matheus Santos Revisão e Edição por Sagami Riku Distribuição: My Light Novel - www.mylightnovel.com.br Sinopse: Hamada, um garoto com uma estranha habilidade, e seu amigo Koa, um híbrid...