A Filha De Romeu e Julieta

Capítulo 3 -A viagem e vida nova...

 "A vida é cheia de mudanças, às vezes são dolorosas, às vezes são lindas e, às vezes, ambas as coisas."

Smallville

Na manhã seguinte acordo com alguém pulando em cima de mim, quase me matando sufocada e de susto. Peter realmente tem algum problema mental, como alguém pula em cima de outra pessoa que está dormindo?

- Bom dia cabelo de fogo, como você acordou?

- Esmagada por um elefante, como é que você me acorda assim? Perdeu a noção do perigo Peter? – pergunto e ele ri.

- Acordou com a corda toda né pimentinha. Não é a toa que você tem o cabelo vermelho, de tanto pegar fogo com esse mau humor.

- Vai se catar, e me deixa dormir – empurro-o fazendo cair da cama. Puxo a coberta até a cabeça.

- Aí você vai perder o voo... – ele diz tranquilamente, como se fosse uma coisa muito normal a se dizer.

- O que? Que voo? – pergunto tentando entender a bobeira que ele está falando.

Peter sorri com deboche para, finalmente, conseguir prender minha atenção.

- O nosso voo para New Jery.

- Nós vamos de avião? – pergunto ainda sem compreender direito.

- Sim, na verdade havia outro envelope que não tínhamos visto, junto com a carta, onde continha três passagens de avião, embora meu pai tenha ligado para o seu avô avisando que não irá junto.

- O padrinho falou com o meu avô? – pergunto atônita.

Levanto da cama e caminho em direção ao armário, pego algumas roupas e vou para o banheiro lavar o rosto.

- É, ontem, logo quando descobrimos da carta e você subiu para o quarto, ele ligou para o cara e avisou – Peter levanta da cama e coloca as mãos nos bolsos enquanto me observa.

- Licença ou você vai ficar aí me vendo trocar de roupa?

- Já fui – sai batendo a porta do quarto.

Visto a regata preta por baixo de um moleton azul escuro, com calça jeans rasgada e o All Star preto. Passo rímel e lápis preto nos olhos, nos lábios apenas gloss. Uma maquiagem básica para disfarçar a cara de defunto. Desembaraço o cabelo com os dedos, saio do quarto exausta. É a primeira vez que viajarei de avião, estou ansiosa para ficar acima das nuvens. Observo a correria de Paulo e, depois de alguns minutos, vendo-o passar de um lado para o outro da casa, agitado, ele finalmente me nota.

- Bom dia pequena – nem me olha, continua correndo de um lado para o outro.

- O que está havendo aqui? – pergunto.

- Estou arrumando toda a casa para poder levar vocês até o aeroporto – bocejo e passo a mão no rosto tentando me manter acordada.

- Hum, que horas que sai o avião?

- Às 7h – ele responde gritando lá de fora.

- O que? Que horas são? – pergunto também gritando, em parte por desespero, em parte por ele estar lá fora e não me escutar direito.

- 5h – responde ele como se fosse normal acordarmos antes do sol.

- Vocês me acordaram 5h da manhã sendo que a gente só vai pegar o voo às 7h?! – exclamo indignada.

- Sinto muito minha pequena, mas temos que ir para a cidade vizinha e vai levar pelo menos uns 45 minutos até chegarmos ao aeroporto. Temos que nos apressar, ajude Peter com as malas – sem ter como me opor faço o que ele pediu.