AARON THOMAS CARLSON

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Que dia foi esse? Desde que assumi a direção do hospital de minha família parece que todo dia vem sendo de provação, mas ontem com certeza bateu todos os recordes. Já era fim de tarde quando estava saindo de um restaurante junto com os outros diretores do hospital quando ouvimos uma batida forte e vimos uma moça sendo arremessada ao chão, nessa hora o instinto de salvar vida falou mais alto e corremos para socorrê-la, quando digo nós, me refiro também ao meu amigo Jake, que como eu também é médico, quando me abaixei para verificar seus sinais vitais e imobiliza-la a mesma ainda estava acordada, perguntei se ela me ouvia, mas ela só me olhava, aqueles olhos verdes me encaravam profundamente, mas só conseguia ver um misto de confusão e incredulidade neles. Essa troca de olhares não durou mais que uns dez segundos, no entanto pareceu-me muito mais, de repente ela desmaiou, o que me deixou muito preocupado, apesar de aparentemente ela não ter nada quebrado sabíamos que poderia ter alguma hemorragia interna e deveria ser urgentemente levada ao hospital para exames detalhados, quando a ambulância chegou pedi ao meu amigo que acompanhasse e solicitei aos socorristas que a levassem diretamente ao meu hospital.

Pode parecer estranho, mas como eu fiz os primeiros socorros quis ter certeza que seu estado não iria se agravar, e apesar dos hospitais públicos terem um excelente corpo médico, inclusive alguns trabalham comigo, preferi leva-la onde teria certeza que seu atendimento seria mais rápido, pelo menos era isso que o meu lado racional estava dizendo, mas no fundo eu sabia, algo mexeu comigo ao encarar aqueles olhos verdes, eu precisava saber mais dessa moça.

Peguei com meu motorista as coisas dela que haviam se espalhado no chão e levei comigo para o hospital, com certeza ela iria perguntar por elas quando acordasse, e seria um jeito de descobrir mais sobre ela.

Quase 24 horas depois do acidente me encontro em minha sala depois de ter tido uma conversa com a dona dos olhos verdes, senhorita Nathalie B. Reynard. Quando entrei no quarto ela não estava em seu leito, bati na porta do banheiro mas não ouve resposta, será que ela havia desmaiado, era só o que me faltava, na terceira batida ela finalmente respondeu, pude respirar tranquilamente, mas que diacho estava acontecendo comigo?, enquanto esperava do lado de fora aproveitei para verificar as mensagens que minha irmã caçula havia mandado e ainda não tive de responder, Sophie, era uma figura, só mandava mensagem reclamando que eu não tinha mais tempo pra ela, só pro hospital, estava tão entretido na conversa que não percebi que a senhorita Reynard já havia saído e estava me observando com um olhar curioso, quando encarei seu olhar ela voltou o rosto em outra direção. Será que ficou envergonhada?

Como um cavalheiro que sou, ajudei-a a voltar pro seu leito, quando minha mão entrou em contato com suas costas, pude perceber que sua pele era macia, mesmo ela estando vestida com a camisola hospitalar, por um breve momento tive vontade de sentir mais da maciez de seu corpo – Mas que porra de pensamento é esse? O que anda acontecendo comigo? Foco Aaron, foco, você é um profissional e não um adolescente que não consegue se controlar, caramba eu sou um profissional, nunca flertei com nenhuma paciente antes e não vai ser agora que isso vai mudar.

Após explicar todos os procedimentos a qual ela foi submetida e todos os sintomas que ela deveria ficar atenta caso sentisse algum deles, me surpreendi quando ela disse que queria logo ir embora, mas que coisa, será que ela não estava gostando do atendimento ou seria da minha presença? La vem essas divagações de novo, foco Aaron, foco.

Fiz algumas perguntas, mas pelo que parece ela não lembrava nada do acidente, e claro que fiz questão de lhe informar tudo que havia acontecido, em alguns momentos tive a nítida impressão que ela não estava ouvindo nada do que estava dizendo, isso me preocupou, será que deixei passar alguma coisa no seu exame neurológico, não impossível, eu sou muito bom no que faço, alias, chego a ser excelente de tão perfeito que sou.

Infelizmente a senhorita Reynard não tinha nenhuma pergunta no momento a me fazer, não estava querendo ir embora, mas como ela alegou dor de cabeça, tive que sair informando-a que pediria a enfermeira para lhe trazer suas coisas e seu remédio, mas antes de sair frisei que qualquer coisa que sentisse ou se estivesse se sentindo melhor e surgisse alguma que não hesitasse em pedir para me chamar.

Eu realmente precisava sair dali, agora estou aqui, jogado no sofá da minha sala pensando naquela pequena de olhos verdes, cabelos negros, de olhar penetrante e confuso, no mínimo ela deve ter me achado arrogante, todos me dizem isso antes de realmente me conhecer. Acho que preciso sair desse hospital, eu realmente preciso socializar, onde já se viu, devo ser exaustão, preciso sair daqui agora, e antes que a coragem fugisse pego minhas coisas e resolvo ir pra casa, um longo banho e uma noite de sono era o que eu precisava pra voltar ao meu normal, só isso.

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