Eu não sei como aconteceu, nem quando exatamente, de repente eu me vejo aqui, rodeada de tantas pessoas, tantos sorrisos, e me sentindo completamente só. Tento puxar na memória como cheguei aqui, na tentativa de encontrar uma resposta, resolvo sair, caminhar, apesar do frio e da chuva, lá fora com certeza é melhor do que a prisão das paredes frias e impessoais deste escritório.
Nos últimos dias o tempo tem estado fechado, quando não esta chovendo, como agora, o céu sempre fica nublado, com suas nuvens carregadas em tons de cinza, e o vento frio presente contribuem para que essa sensação ruim só aumente , sempre gostei da chuva, me traz uma sensação de liberdade, de limpeza, de libertação. Acho que era disso que estava precisando, sentir a chuva no meu corpo, levando essa angustia, renovando a esperança, quem sabe renovando a fé que eu julgava ter perdido há tempos...
O caminho ate o meu apartamento não era tão longe, uns trinta minutos de caminhada, talvez, mas como não tinha pressa nenhuma em chegar em casa, acho possível demorar duas vezes mais... Apesar da chuva ter diminuído sua intensidade, era o vento frio constante que fazia as pessoas andarem mais apressadas, eu particularmente não me importava, apenas observava, a rotineira pressa e falta de tempo habitual, eu inclusive so andava assim, mas hoje não, hoje era meu dia excepcional, onde eu saíra mais cedo do trabalho, onde eu não tinha que ir correndo pra casa, hoje era meu dia, ao menos era o que eu pensava...
Já tinha saído há uns quinze minutos do trabalho, caminhava devagar, sem pressa, observando as pessoas, o tempo, as lojas, adorava essa chuva, estava despreocupada, ouvindo as musicas da seleção "Musicas para pensar" do meu Ipod. Eu deveria estar muito distraída mesmo, pois no segundo seguinte eu apenas senti, a sensação que eu tive era que tudo estava suspenso no ar, e somente eu me movia em câmera lenta, eu só lembro de ser atingida por algo muito pesado e ser arremessada de encontro a uma superfície muito dura e molhada, dor, uma dor absurda tomou conta de meu corpo, minha cabeça parecia que ia explodir a qualquer minuto, um gosto estranho na boca, e a ultima coisa que me lembro era de varias pessoas me olhando de cima, mas especificamente um par de olhos azuis, pode parecer meio piegas o que vou dizer, mas aqueles olhos azuis, que me olhavam intensamente deviam ser os azuis mais lindos que eu já havia visto, eles me lembravam o mar, mais especificamente o mar do Caribe e sua infinita beleza, depois disso eu só me lembro de ser tomada por uma escuridão absurda, era como se estivesse caindo num buraco negro sem fim...
VOCÊ ESTÁ LENDO
Até que enfim te encontrei - Disponível Na Amazon
RomansaAs pessoas acham que te conhecem, mas no fundo, nem voce mesmo sabe do que é capaz... Nathalie - 27 anos, publicitaria, solteira, sempre traçou objetivos e metas em sua vida, tanto na carreira como em sua vida pessoal, no entanto, alguma...