|Treino|

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(30/12/20)

Pov_ Primeira pessoa, Rafaela. 

   Eu tive que pegar minhas coisas no chalé de Hermes. Foi meio tenso porque eu ainda estava sendo encarada. Connor se despediu de mim, foi legal. Alice Miyazawa também se despediu mesmo só tendo falado comigo umas duas vezes, não esperava nada além já que ela é naturalmente elétrica e cheia de energia.

   Percy, meu meio irmão foi comigo até lá e me acompanhou até meu novo lar. Ele foi gentil em me dar uma mochila para transportar as minhas coisas. Não trocamos muitas palavras no caminho, me pergunto se ele não gostou de saber que sou sua irmã, ou se está apenas chocado.

   O chalé três é lindo. É baixo em altura, mas compensa com seu longo comprimento. Todas as janelas são de frente para o mar. As paredes são de pedra cinzenta e áspera e tem pedaços de conchas e coral, parece o fundo do oceano.

   Quando entro posso ver a vastidão. Há apenas seis beliches, cada um com uma pequena cômoda do lado. Apenas duas não estão vazias, escolho uma das outras e boto minhas coisas em cima da cama com mantas azuis e verdes. A vista das janelas é de tirar o folego já que da visão direta para a praia dos fogos. Uma dessa janelas tem um lindo canteiro cheio de plantas que parecem ser subaquáticas. O teto brilha com bronze e imagens de hipocampos.

   Isso nem mesmo é o mais impressionante. No meio do chalé tem uma fonte de pedra, parecida com a das paredes de fora. No meio um peixe jorra a água de sua boca para os lados. No fundo tem diversas moedas que aprendi serem chamadas de dracmas, além de mais plantas e corais.

   Tudo é lindo, se você puder ignorar a bagunça na cama e cômoda de Percy.

- Eu vou arrumar, prometo. - Percy junta algumas roupas no chão ao lado de sua cama e joga o bolo dentro e uma gaveta. - Eu só não estou acostumado a ter ninguém aqui. Nosso meio irmão, Tyson, quase nunca vem.

- Está tudo bem Percy, eu entendo. - Me sento na cama macia.

- Vai ser legal ter uma irmã pra dividir o chalé. As vezes aqui pode ser solitário. - Percy se apoia na armação que delimita o fim da cama.

- Eu sinto o mesmo. Vai ser bom poder ter um irmão de novo. - Desvio o olhar dele.

- Como assim de novo? Pensei que era filha única.

- E eu sou, mas houve uma época que eu não era. - Ele se sentou na cama ao meu lado, mas meus olhos não desviaram das minhas mãos.

- Ele morreu? - A voz dele falhou, provavelmente pelo peso do assunto.

- Aí meus Deus, não. - Arregalo meus olhos e o encaro novamente. - Ela fugiu de casa. Era minha meia irmã mais velha. Eu nunca mais a vi, mas ela deve ser um pouco mais velha que você agora.

A filha de Poseidon - Jason GraceOnde histórias criam vida. Descubra agora