Desperto com um baque surdo.
De início achei que um dos pilares da construção ao lado havia caído na minha janela. Tá, exagerados os meus achismos. Mas eu não duvido nada. Meus amigos me chamam de Murphy, porque, vocês sabem né? Se tem a possibilidade de dar errado, vai dar errado. E sempre dá errado quando o assunto sou eu.
Desço do sofá para descobrir a origem do barulho, e descubro que minha sala está completamente molhada pela água que vem da banheira.
À medida que caminho em direção à porta, percebo que a água passou debaixo dela, e é bem provável que tenha molhado o corredor. Céus! Quanto tempo eu dormi?
Ao abrir a porta, me deparo com uma cena nada convencional. Um homem loiro - muito bonito, diga-se de passagem- está aparentemente desmaiado em frente ao meu apartamento. Desvio os olhos dele para a pilha de documentos e folhas caídas no chão, e estão completamente encharcadas.
É o meu vizinho, presumo. E se ele estiver morto? Ou, me processar? Ou... Deus me livre e guarde, ele for um assassino? Cale a boca, lado negativo!
Tá... essa é a hora em que vocês dizem que sou idiota, e se perguntam "Por que as mocinhas são sempre tão burras? Ela está pedindo pra morrer!"
Mas mesmo contra meus instintos de mulher-indefesa-sozinha-na-cidade-grande, levo o estranho para dentro do meu apartamento.
Seja o que Deus e meu horóscopo quiserem.
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Memórias de nós mesmos
Romance[HIATUS POR TEMPO INDETERMINADO] Benjamin odeia a internet. Odeia todos seus aplicativos, usuários, sites - a odeia inteiramente. Ele é o mais pé no chão possível, e tenta realizar apenas o que está ao seu alcance. O típico cara comum (ou careta). V...