CAPÍTULO19:
Para seres como nós, deprimentes e loucos, nada é possível de concretizar, é inverossímil mergulhar na felicidade e até mesmo no amor.
Nós pensamos, ou pelo menos pretendemos colocar na nossa mente que tudo o que acontece de bom é um simples acaso, um momento falsificado. E tudo deve-se ao simples facto de vivermos sempre na miséria, na dor, no lado obscuro.
Todavia, existe sempre uma esperança, esta que não se perde por vários caminhos, mas que nos encontra e nos tenta envolver com ela. É ela que nos faz acreditar,que nos faz cair na ilusão de que, finalmente, encontramos a virtude.
A atmosfera da cidade encontrava-se gélida, com uma escuridão que obedecia às nuvens, das quais pequenos raios solares rompiam.
Não era o clima prostrado que impedia Zayn de me agarrar com força contra o seu corpo, de estar com os seus dedos presos aos meus, como se eu pudesse fugir a qualquer momento.
Zayn mantinha a sua promessa e nada o iria impedir de não a cumprir.
Eu sentia-me feliz, o que era raro, mas como à tempos o referi, Zayn era o motivo de tal felicidade, de tal contento. Estar assim, com Zayn, agarrados e embalados pelo vento calmo que embate contra os nossos corpos, é algo inexplicável e até mesmo irreal.
-Diz-me que nada disto terminará.-eu peço, num sussurro.
-Diz-me antes que me amas e que nada irás fazer, porque eu ficaria de coração partido se fizesses algo.-Zayn pronuncia, olhando-me como se tal frase tivesse o significado de uma promessa.
-Não o posso prometer.- digo, baixando a cabeça.- Mas, é por isso preciso de ti, para me deixares acreditar que eu não sou quem penso que sou, preciso da tua ajuda para embeber amor, este que não o olho da mesma forma como tu, ou como qualquer pessoa.-declaro, fazendo-o assentir tristemente.
Zayn agarra na minha mão e leva-nos até à beira da estrada, o rapaz de cabelo preto senta-se na passadeira e eu imito o seu ato. Zayn envolve o seu braço à volta do meu corpo, fazendo-me sentir a necessidade de deitar a minha cabeça no seu ombro.
No nosso campo de visão encontra-se um restaurante, do qual saí um casal com os seus dois filhos a sorrirem para os bonecos que se encontram nas suas mãos.
-Estás a ver aquele casal?-Zayn questiona olhando para o mesmo casal que eu observo.
-Sim...-respondo.
-Estás a ver os sorrisos, a troca de olhares e até mesmo as mãos unidas? São provas da vivência de um amor.-Zayn explica.
-É difícil de explicar, pela minha perspetiva. Todas essas características podem ser meros acasos do momento, ou até podem ser atos falsos.-dou a minha opinião.-Zayn, não vale a pena...-desisto, levantando-me.
Zayn coloca-se de pé e agarra o meu rosto com as suas mãos.
-Tu não acreditas mesmo, pois não?-Zayn questiona, fazendo-me dar uma resposta sincera, como um simples "não".
-Acreditas no nosso? Acreditas que eu te amo?-o rapaz de cabelo comprido pergunta, enquanto me olha.
-Quero acreditar que sim. Eu peço desculpa. Peço imensa desculpa.-peço enquanto puxo os meus cabelos para trás.
Zayn abraça-me e sinto-me desabar nesse mesmo momento.
-É difícil saber que eu te amo, que te quero ao meu lado, que preciso de ti mais do que ar, mas que no entanto, que eu sou, metaforicamente, a tua morte. Que eu posso ser a causa da tua dor, da tua angústia, da tua mágoa. E a dor é tão louca e perturbadora, que chega a preencher o meu sangue.-digo, entre lágrimas.
-Nada vai acontecer, a nenhum dos dois. O amor destrói, corrompe, tal como tu dizes, mas ele também cura feridas. Lembra-te disto,
meu amor.N/a:
Consegui publicar!!!
Sinto-me tão bem com esta última frase e com a fic em geral.
Tenho pena de serem poucas as pessoas que apreciam o meu trabalho, mas enfim...
Escrevi um texto de três páginas em Word sobre a eutanásia e estou extremamente feliz, por o meu professor o achar "maravilhoso", como ele diz e o colocar na revista da escola.
Espero que estejam bem e que sejam felizes, apesar de tudo o que possa estar a acontecer na vossa vida.
Adoro-vos♥
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TOXIC//Z.M #Wattys2016
AcakAmor tóxico é aquele que têm limites, aquele que nos deixa em desemparo, aquele que nos obriga a acreditar que não seja possível viver com o amor sentido, como existe nos contos de fadas. É aquele cujo os sentimentos são tão insanos, ao ponto de não...