Supernatural: Boys Don't Cry

Prólogo

Sam's POV

Vida de caçador não é nada fácil. Às vezes é tão parada que chega a ser tediosa e às vezes, a maioria das vezes, é muito cansativa e perigosa. 

Depois de tudo o que aconteceu com mamãe, com Jessica e com o sumiço de papai, lá estava eu novamente, caçando. Eu não queria aquilo, não queria solucionar todo caso que encontrasse no meu caminho, queria apenas encontrar o papai e matar a coisa que matou mamãe e Jessica. Dean e eu estávamos dormindo em um quarto de um motel qualquer, descansando depois de muito tempo na estrada, cada um em uma cama de solteiro. Era uma das noites raras em que eu estava tão cansado que praticamente desmaiava na cama e não tinha pesadelos, mas como nada nunca dá certo para os Winchester, o celular de Dean começou a tocar insistente em cima do criado mudo e eu resmunguei chamando Dean para atendê-lo, mas o preguiçoso do meu irmão nem se moveu, parecia uma pedra em sua cama.

Resmunguei mais uma vez enquanto pegava o celular e atendia com uma voz sonolenta horrível.
- Alô?
- Sammy é você? – uma voz rouca perguntou do outro lado da linha me deixando tão surpreso que mal acreditei no que estava escutando, por um minuto cheguei a acreditar que era algum tipo de sonho.
- Pai? - perguntei, sentando-me na cama ansioso, chocado e feliz. Essa ligação significava que John Winchester estava vivo, pelo menos. – Pai! Tudo bem?
- Tudo bem, filho. – respondeu ele enquanto o alivio dominava meu ser.
- Procuramos você por toda parte, não sabíamos onde estava e se estava bem. – falei, olhando pro meu irmão que estava acordando aos poucos.
- Sammy, eu estou bem. – disse ele - E você e o Dean, estão bem?
- Pai, estamos bem. Onde você está? – perguntei aflito e vendo Dean se sentar rapidamente na cama ao ouvir a palavra "Pai". Os olhos dele se arregalaram de surpresa, dava para ver a ansiedade tomando conta do meu irmão.

- Eu não posso dizer. – lamentou John do outro lado da linha, sua voz saiu quase num sussurro.
- O quê? Por que não? - perguntei indignado. Eu queria fazer tantas perguntas, queria estar com ele para juntos caçarmos a coisa que acabou com nossas vidas, mas pelo modo como estava falando, ele não deixaria que as coisas fossem assim.

- É nosso pai? - perguntou Dean curioso, com seus olhos verdes arregalados, mas eu o ignorei.

- Eu sei que é difícil de entender, você vai ter que confiar em mim. – disse papai.

- Está caçando não é? A coisa que matou a mamãe.
- É, Sam. – respondeu ele.
- Sabe onde ele está? – perguntei ansioso.
- Sei, já estou quase chegando nele.
- Então podemos aju...
- Não podem, não podem se envolver. – papai me interrompeu rapidamente.

Eu nunca fui o tipo de cara que se irrita fácil, mas com John Winchester, eu sempre saia do sério. Ele tinha uma mania irritante de nos tratar como crianças e de nos dar ordens esperando que a gente obedeça sem questionar.

- Por que não? – perguntei meio nervoso, minha voz saiu como um grito.

- Me passa o telefone. - disse Dean na minha frente enquanto estendia a mão esperando que eu entregasse o aparelho, mas eu queria respostas do nosso pai e essa era a primeira vez que falava com ele depois de muito tempo.
- Sam, por isso liguei, você e seu irmão tem que parar de me procurar. – Disse John Winchester calmo, mas autoritário. - Eu quero que você anote uns nomes.

- Nomes? Que nomes? – perguntei confuso. Ele não podia estar falando sério. Nós estávamos há meses procurado ele por todo o país, para ele ligar e dizer que tínhamos que parar de procura-lo? - Pai, conversa comigo, fala o que tá acontecendo.
- Não temos tempo pra isso, Sam. – respondeu ele, perdendo a paciência comigo. O que sempre foi bem comum. - Estou dando uma ordem, vocês param de me procurar e fazem o trabalho. Estão me entendendo?

Assim que abri a boca para dizer que não ia fazer nada até ele me explicar o que estava acontecendo, Dean tomou o celular de minha mão.

- Pai, onde está? – Dean perguntou e ouviu calmamente o que papai tinha a dizer antes de olhar para mim por alguns segundos - Sim, senhor. – disse pegando uma caneta e um papel. - Já peguei a caneta, quais são os nomes? – perguntou.

Eu me senti raivoso enquanto via Dean anotar os nomes que papai passava a ele. Era típico do meu irmão mais velho sempre obedecer meu pai sem contestar.

Mas eu não, eu ia dar um jeito de descobrir onde John Winchester estava e o que estava fazendo.