I - Espantalho

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Dean's POV


- Os nomes que o papai disse não de casais? - Sam perguntou enquanto dirigia, prestando atenção na estrada.

Nós estávamos na estrada, mais uma vez, indo resolver um caso para o papai que nos passou alguns nomes de pessoas desaparecidas em Indiana. Eu sabia que Sam estava bravo porque estávamos fazendo exatamente o que papai nos pediu para fazer e não o contrário. Quando se tratava de papai, ele era o rebelde, para ele tudo que papai dizia tinha que ser desobedecido.
- Três casais diferentes, os três sumiram. – respondi enquanto analisava procurando o melhor caminho para chegar a Indiana em um mapa.
- Todos são de cidades e estados diferentes? – Sam perguntou novamente.
- Isso aí. Washington, Nova York, Colorado, cada casal viajava pelo país e nunca chegava ao destino. – respondi novamente, dando de ombros.

- O país é grande, eles podem ter sumido em qualquer lugar, Dean. – respondeu ele cético.
- É, mas todos eles passaram pelo mesmo lugar de Indiana. Sempre na segunda semana de abril, um ano após o outro. - respondi, levantando a sobrancelha e esperando o contra argumento dele.
- Essa é a segunda semana de abril? – perguntou ele.

- É.
- Então papai nos mandou pra Indiana para caçar aquela coisa antes que outro casal suma?
- Isso aí. - respondi voltando a minha atenção ao mapa e aos nomes que papai tinha nos passado. - Já pensou conseguir sacar um padrão desses? Todos os óbitos que o papai pesquisou... O cara é um mestre. – falei com admiração.

Logo percebi que Sam começou a parar o carro no acostamento e levantei os olhos do mapa sem entender o que estava acontecendo. Eu tinha perdido alguma coisa? Alguém tinha pedido carona? Tinha um animal morto na estrada ou o que? - O que foi? – perguntei.

- Não vamos pra Indiana. - disse ele, tirando as mãos do volante.

- Não? – perguntei ainda confuso, mas eu meio que já sabia o que estava acontecendo. - Não, nós vamos pra Califórnia. – disse Sam decidido. - O papai ligou de lá, o código de área é de Sacramento.

- Oh, Sam. – respondi passando as mãos pelas têmporas, impaciente. Ele estava demorando demais para se rebelar, era sempre a mesma coisa.
- Dean, um demônio matou a mamãe e a Jess, ok? E o papai tá chegando perto dele agora. A gente tem que estar lá pra ajudar. – disse ele tentando me convencer, mas não ia funcionar comigo, ao contrário do pequeno Sammy, eu sabia cumprir ordens.
- Nosso pai não quer nossa ajuda. – respondi.
- Eu não estou nem aí. – disse ele irritado.
- Ele nos deu uma ordem. – respondi também me irritando com a teimosia do meu irmão.
- Eu não estou nem aí, não temos que fazer tudo que ele manda. – retrucou ele.

Essa era a maior diferença entre nós dois, eu sabia que o melhor era fazer exatamente o que meu pai mandava, mas para Sam era difícil aceitar. Suspirei pesadamente me preparando para uma possível discussão.
- Sam, nosso pai quer que a gente trabalhe pra salvar vidas, é importante. – respondi calmamente.

- Está legal, eu entendo, eu entendo... – disse ele concordando com a cabeça. - Mas estou falando de uma semana, pra ter respostas e ter vingança. – disse ele.

- Tá legal, eu sei o que você sente... – comecei a falar, mas fui interrompido por um Sam nervoso, que estava a pronto de começar a gritar.

- SABE? Quantos anos você tinha quando a mamãe morreu? Quatro? – ele nem esperou que eu concordasse, apenas continuou falando. - A Jess morreu há seis meses. Como pode querer saber o que eu sinto?

Eu não queria medir com ele as dores que sofri com as dores que ele estava sofrendo, só queria ir pra Indiana fazer o nosso trabalho.

- Papai disse que é perigoso e se ele disse pra ficar longe, ficamos longe. – respondi com convicção, Sam, as vezes, parecia uma criança que só sabe reclamar.
- Eu não consigo entender essa fé cega que você tem no papai. – disse ele balançando a cabeça, inconformado. - Você nem questiona o que ele diz.
- É PORQUE SOU UM BOM FILHO. - respondi, levantando o tom de voz. Eu, honestamente, já estava de saco cheio dessa discussão e acabei falando sem pensar o que não devia.

Supernatural: Boys Don't CryOnde histórias criam vida. Descubra agora