Minha curiosidade gritava mais alto.
Observava a floresta vasta diante dos meus olhos, totalmente verde, densa e cheia de neblina, semelhante àqueles filmes de terror. A beleza daquele lugar me encantou de tal forma que cogitava continuar. Sabia que era perigoso, mesmo assim, ignorei a placa de aviso na entrada.
Só um pouquinho, depois eu saio.
A entrada estava muito longe, caminhava pela trilha tranquilamente olhando as árvores espalhadas ao redor e as plantinhas com flores. Fiquei deslumbrada, era magnífico. O ar gelado queimava minhas bochechas, enfiei as duas mãos no bolso da blusa, visto que usava uma touca que protegia minhas orelhas.
Não sei por quanto tempo andei, parei até um certo ponto, onde tinha um pedaço de tronco no chão, a partir dali não havia mais trilha, foi nesse instante, quando virei os calcanhares decidida a voltar, que ouvi as vozes.
Eu tinha duas opções: Continuar, ou voltar para casa.
Entre meus conflitos internos, a curiosidade novamente gritou mais alto e eu dei ouvidos a ela, sem nem pensar duas vezes.
Esse foi o meu maior erro!
Andando devagar para a esquerda, seguia as vozes, cada vez mais aproximando, elas ficavam mais audíveis. Me escondi atrás de uma enorme árvore, adiante havia uma descida íngreme que levava para um pequeno vale, onde pude ver três rapazes reunidos. Então passei a prestar mais atenção na conversa, afinal, o que eles faziam ali?
- Cadê a presa? - gritou um deles, de sobretudo preto.
- Já, já vamos fazer o nosso banquete. - disse o outro loiro.
Presa? Banquete? O que aquilo significava? Será que são loucos?
As coisas que diziam, era muito bizarro e esquisito.
- Onde está o Guilherme? - gritou novamente o de cabelo preto, parecia zangado.
Um deles apontou para o outro lado, o quarto rapaz, usava uma jaqueta de couro preto, vinha arrastando algo, se aproximou e jogou no chão, foi quando percebi que era um corpo, um jovem, que estava amarrado, com uma mordaça e os olhos vendados.
Meu coração palpitou, minha respiração ficou pesada. Então veio a pior parte. O rapaz de sobretudo rapidamente o atacou no pescoço, o jovem se debateu e urrou, já que não tinha como gritar, o outro mordeu a parte do braço.
Entrei em estado de pânico, me recordando das falas, histórias antigas...
Vampiros!
Eu me dei conta de que precisava sair dali o quanto antes, não queria ser o café da tarde deles. Me afastei da árvore devagar e antes de correr, pisei em um galho e este se partiu fazendo barulho. Tudo ao meu redor se tornou vulto e a cada minuto escurecia. Continuei sem importar com a dor nas pernas, tropecei em alguns pontos, quase caí duas vezes. Até que a neblina foi se dissipando e finalmente pude enxergar a saída.
Aquele lugar para mim não era mais belo, a visão que tinha agora era de uma floresta fria, cheia de neblina e sombria.
Então parei para recuperar o fôlego.
Eles não me viram, estavam ocupados demais devorando aquele jovem vivo.
Olhei para trás, no intuito de verificar se não tinha sido seguida, antes de respirar aliviada, meus olhos captaram algo que estava a uma distância longe, mas mesmo assim, consegui enxergar a figura quase misturada com neblina, parado como uma estátua. Meu coração acelerou quando o reconheci. Era ele, o de cabelo preto.
Porcaria!
Disparei pela rua afora, mesmo de dia, os postes já estavam acesos e finas gotas caíam do céu. Foi questão de segundos até chegar a casa da minha avó, atravessei o quintal e logo quando adentrei a cozinha fechei a porta me escorando nela, novamente tentando recuperar o fôlego, um pouco aliviada.
Mamãe, vovó e a minha tia estavam conversando normalmente, Gabi nem notou quando entrei no quarto e tirei a blusa. Sua atenção estava totalmente voltada para o celular.
Nenhuma delas tinha notado a minha ausência naquela tarde.
Ainda bem.
VOCÊ ESTÁ LENDO
O Namorado da minha Irmã
Vampire[ * em revisão * ] "Estava tudo normal, até eu ir naquela floresta...." Maria Luiza é uma adolescente comum que acabou presenciando algo aterrorizante. Ao voltar com sua rotina normal, esquecendo-se da cena apavorante, pensou estar segura. O que el...