CAPÍTULO 3 -Será que ainda faz sentido existir?

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Eu quero morrer! Eu odeio a vida, as pessoas, Deus e a mim mesma. Se o inferno existe, o seu endereço é aqui, ao meu lado. Minha alma sangra diariamente... Há um vazio tão grande nela, que nem Deus pode preenchê-la. O que será de mim? Será que me suicidar é a única saída? Há saída para mim? Inferno de Vida!" – Bradava flor de lis, todos os dias, ao deitar e ao levantar-se, sem esperança e chorando copiosamente. O desespero era absoluto. Ela relembrava as cenas do acidente todos os dias, e estas perturbavam a sua mente e infligiam uma grande angústia.

Depois do acidente sua vida jamais fora a mesma. Ela era muito apegada a sua família, principalmente ao seu irmão; foi um duro golpe da vida. Desde então, sua vida, em todas as áreas, virarão um caos. Temia que fosse o seu fim, pois nunca vivera um caos de tamanha magnitude. Nunca sentira um vazio tão intenso. Havia uma forte e intrigante angústia que sugava as suas energias. A vida perdera o brilho. A bela, alegre e contagiante moça, "morrera". O seu cardápio diário era: angústia, desprazer e medo. Não Conseguia reagir.

O dia raiava e demorava uma eternidade para passar. As noites eram inquietantes, não conseguia dormir, pois a insônia era a sua companheira e, por consequência, no dia seguinte, acordara indisposta, cansada. Seus pensamentos a perturbava. Sua vida virará uma peça de terror. Sua rotina se tornara um tédio, insuportável.

Onde estão seus amigos ou amigas? Não se sabe, sumirão. O que... Se ela pedira ajuda a familiares ou a membros da igreja que frequentara? Sim, mas eles sempre estavam preocupados demais consigo mesmos. Ninguém a levara a sério quando ela falara sobre suas mazelas e dificuldades. A jovem se abria com poucos, os que ela pensara que podia ajudá-la, mas ninguém a compreendia, portanto, de tanto tentar e nada acontecer, desistiu. Isolou-se! Os dias e as noites se passavam e tudo permanecia a mesma coisa. A jovem sentia que sua vida estava estagnada; o navio de sua vida não seguia o seu destino, pois sua ancora permanecia imerso no mar. Os problemas e os conflitos se multiplicavam. Não via saída. Não via ninguém.

Não tinha mais força para reagir.

E, infelizmente, fora acometida pelos tentáculos da depressão. Num lindo dia de primavera, flor de lis estava em seu cárcere – no seu quarto. Comia pouquíssimo, isso quando comia.

Não tomava mais banho. Não tinha mais prazer de ir para frente do espelho e se arrumar. Não passeava. Não queria ver ninguém. Perdeu o emprego. A situação só piorava. Ela ficara quatro meses em seu quarto sem sair para nada. Ela não dizia uma palavra. Sua mãe ia todos os dias ao quarto dela para levar comida, água, etc. Tentava fazer sua filha reagir e, nada conseguia. Então sua tia decidiu procurar profissionais para ajudá-la – ela, Flor de Lis, não queria, mas o "amor de tia" falava mais alto, não podia deixar sua sobrinha morrer dentro daquele quarto. Depois de muito custo, ela conseguiu – aos prantos – convencer Flor de lis a se tratar. D. Allana, primeiro, leva a moça para se consultar com um renomado Psiquiatra. Ele receitou antidepressivo e ansiolítico e pediu para retornar ao consultório, após duas semanas. Paralelamente Flor de Lis fazia terapias semanais, com uma conceituada Psicóloga. Com o decorrer do tratamento ela apresentara ligeira melhora, mas os sintomas depressivos ainda persistiam em chicotear o seu corpo, e a sua mente. Os profissionais estavam dando tudo de si para curar Flor de lis, mas a cura definitiva não acontecia. Apesar de ter excelentes profissionais a ajudando, estava difícil livrar-se das garras da depressão. Os dias iam se passando... E a cura não vinha.

Numa certa noite, Flor de lis toma seu remédio, e vai repousar – só conseguia dormir se estivesse "dopada". Mas essa noite, não seria uma noite comum. Por quê? Ela terá um sonho... O sonho que irá ajudá-la a sair do seu cárcere. Ela sonhara que estava andando por um lindo parque. E em seu sonho havia uma voz que dizia: "Levante-se amanhã pela manhã, tome um delicioso café e vá ao parque dá um passeio. Lá você encontrará um senhor, sente-se próximo dele e, o converse com ele". O dia amanheceu. Antes de todos acordarem, ela levantou-se, fez sua higiene e foi tomar um delicioso café e, partiu para o parque – conforme tinha visto em seu sonho. Fica a três quarteirões de onde ela mora... Será que flor de lis vencerá o seu cárcere?... Precisava vencê-lo, pois ela estava enlouquecendo presa dentro de seu quarto. Seus pensamentos a perturbava e seus problemas a asfixiava. Precisava respirar ar puro; precisava ver a vida funcionando; precisava de esperança. Ao chegar lá – no parque –, iniciou uma caminhada por uma estradinha de pedra, estreita. De um lado, havia um paredão de arvores, pássaros cantando, lindas flores, esquilos e coelhos correndo, e um lindo rio. Os raios solares "passavam" por espaços entre as árvores e incidiam sobre a água do rio, gerando uma espécie de arco-íris em miniatura. Nossa! A natureza era um colírio para os olhos. Mas não para Flor de Lis.

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⏰ Última atualização: Mar 18, 2016 ⏰

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Flor de Lis: Em busca de um sentido para VIVER... (SEM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora