Imagination

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IMAGINAÇÃO n.f.

1. Habilidade de inventar, produzir ou conceber imagens, ideias ou fantasias: possuir uma imaginação privilegiada;
2. Habilidade de representação de coisas, situações, peripécias ou vínculos que ainda não se podem verificar; sonho, fantasia ou devaneio: a imaginação de um mundo sem fome;
3. Capacidade de compatibilizar ou reestruturar pensamentos, ideias ou componentes de maneira produtiva ou útil;
4. Pensamento errado ou falso que é construído como consequência de um julgamento precipitado ou uma avaliação insensata; engano, ilusão ou mentira;

A mão de cor pálida bateu fortemente contra o despertador em cima da mesa ao lado da cama, sua vontade era de tacar o objeto contra a parede, porém sabia que aquele era o terceiro comprado em menos de seis meses e sua mãe já lhe alertou que não gastaria dinheiro comprando outro, que a filha deveria aprender a controlar a raiva existente dentro de si.

_ Filha acorde, senão vai se atrasar pra faculdade. - A voz fina de Clara se fez presente pela fresta da porta proporcionada após a mesma ser rapidamente aberta.

A muito contra gosto a morena de olhos verdes levantou-se da cama e praticamente se arrastou até o banheiro.

Se olhou no espelho pelo o que julgou ser a quinta vez em menos de cinco minutos, não tinha muito o que ver ali, estava igual aos outros dias da semana: jeans desbotado, coturnos pretos, blusa com a estampa de alguma banda que julgava boa o suficiente para gastar dinheiro comprando algo deles e o moletom com a bandeira da Inglaterra, o mesmo moletom que usou nos últimos dois meses, o moletom que ela lhe deu. Pegou a mochila com os livros e cadernos e saiu do quarto rumo a cozinha.

_ Estávamos falando de você agora mesmo querida. - Mike, seu pai, disse ao notar que a filha se aproximava. - Sente-se, sua mãe fez panquecas.

_ Estou sem fome. - Informou, porém sentou-se a mesa com o resto da família, seus pais e os dois irmãos mais novos.

_ Mas panquecas sempre foi seu café da manhã favorito. - O tom de voz da mãe não conseguiu esconder a tristeza. - Aconteceu algo?

_ Não, só estou sem fome.

_ Você não toma café da manhã conosco há dias Lauren. - Chris, o irmão do meio, se intrometeu colocando um pouco de panqueca na boca. - E é sempre a mesma desculpa.

_ Chris não fale assim com a sua irmã, ela está passando por um momento difícil. - O pai tentou intervir, sabia o que uma discussão sobre aquele assunto causaria a filha mais velha.

_ Esse momento difícil já dura mais de dois meses e nem foi tanto tempo de namoro assim para ela ficar nesse estado. - Resmungou o garoto.

_ Talvez quando você encontrar alguém, mas alguém de verdade, que te faça voltar a ter sonhos e sentir vontade de ter e fazer coisas que nunca pensou ser possível, talvez você entenda o porque de eu estar assim agora.

_ Vinte dias de namoro não é de fato considerado um namoro, Lauren. - O garoto voltou a dizer. Enfurecida e tentando controlar a vontade de agarrar o irmão pelo pescoço, a mais velha levantou-se e pegou suas chaves presas no chaveiro atrás da porta de entrada.

_ Querida, não quer carona para a escola? - A mãe ainda tentou amenizar a situação, recebendo um aceno negativo como resposta.

_ SUPERA LAUREN, SUPERA! - Ainda teve que ouvir o irmão dizer antes de bater a porta de entrada com força e caminhar pelo entre o jardim até a rua rumo a faculdade.

Conjunto de Oneshot'sOnde histórias criam vida. Descubra agora