*Capitulo 12*

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Bella: hora das mocinhas dormirem... – bocejei, e fiz sinal pra elas subirem. Mellody já dormia praticamente no sofá, então Edward a pegou no colo e a levou pra cima.

Sai arrastando Mellany, e depois de muito sacrifício, conseguimos fazer as duas pegarem no sono no quarto da casa de meu pai, onde antigamente morávamos quando crianças. As acomodei no meu antigo quarto, que não tinha muito daquela época, só as paredes cor de rosa, e a cama de casal com o mesmo jogo de cama que deixei, e o guarda roupa branco vazio.

Edward e eu íamos dormir no quarto antigo dele.

Edward: nossa, está... Igual. – ele olhava em volta, e via que o quarto onde estávamos era exatamente o mesmo de cinco anos atrás.

Bella: acho que ela tem mais rancor de mim do que de você. – cruzei os braços, e me sentei na cama que era mesmo, idêntica a das minhas lembranças. Ele fechou a porta, e parou de frente pra janela... Ficou olhando. Me levantei, e caminhei até ele. Parei ali, e observei o balanço que mais gostávamos no mundo ainda inteiro embaixo da árvore maior do jardim, bem ao lado da piscina. – meu Deus, faz tanto tempo! – segurei no ombro dele, e fiquei ali, contemplando o passado.

 Edward: eu não acredito que conseguimos. – murmurou olhando lá pra fora – não acredito que nossa vida seja tão boa... Quando pecamos tanto... Quando estamos juntos, Bella.

Bella: não acredito que não vamos ter castigo. – murmurei – eu tenho certeza que ainda vamos recebê-lo. – o abracei por trás, e grudei o meu rosto em suas costas – suporto tudo no mundo, menos ficar sem você. Qualquer coisa, menos ficar sem você.

Edward: não pense tão negativamente. – sugeriu, virando na minha direção, e me puxando pra eu ficar a sua frente. Agora nós dois olhavam a janela, com ele me abraçando por trás – você lembra? – sussurrou – lembra de quando éramos crianças, e eu ficava te empurrando naquele balanço?

Bella: claro que eu me lembro... – sorri – acho que foi o melhor tempo da nossa vida. Quando não devíamos nada pra ninguém, e nem tínhamos consciência de nossos sentimentos.

Edward: é. – concordou – eu ficava lá te empurrando, e imaginando se no mundo existiria uma menina como você. Uma tão bonita tão legal – disse com empolgação infantil. Eu ri – e que eu amassa tanto. Tanto quanto amava você. – parei de rir, e fiquei o ouvindo falar. Fechei os olhos, e foi como se eu voltasse no tempo.

Eu podia ver meus cabelos castanhos voando no vento, cumpridos até a minha cintura. Podia ver meu vestido rosa de princesa de sempre, os meus pés descalços indo pra frente e pra trás conforme o balanço. Podia ouvir as minhas risadas, e as de Edward. Podia vê-lo ao meu lado... Conforme o balanço ia mais alto, mais ele sorria pra mim. Embaixo, sem camisa, de short e pé no chão. Cabelo loiríssimo e arrepiado.

Um dente faltando na boca porque tinha acabado de perder, me olhando com os olhos muito verdes pelo sol, e corpo tremulo pelo quão frio estava à água da piscina quando o joguei lá dentro, minutos antes.

Edward: eu ficava pensando se existiria uma menina assim esperando por mim no mundo. Pra ser minha esposa... Se um irmão estaria a empurrando no balanço, e um dia ela cairia direto nos meus braços. Ficava pensando no homem que se casaria com você. Se ele seria bom o suficiente, e em como ele tinha sorte por te ter como mulher. – murmurava no meu ouvido. – mais essa menina nunca chegou pra mim... Pois a menina dos meus sonhos estava bem na minha frente, e quem estava a empurrando no balanço era eu.

Bella: eu também pensava assim... – falei sentindo que quase chorava. – eu também pensava que um dia você ia arrumar uma mulher, e eu um homem. E que nos separaríamos... – me virei pra ele, e fiquei na ponta dos pés pra alcançar seu rosto – eu não podia suportar isso. Passava a noite toda chorando, e terminava indo me deitar com você, porque os pesadelos eram insuportáveis. – acho que ele estava impressionado – eu te amava tanto, e ainda amo, que quando eu pensava assim não via mais sentido pra existir. – notei que Edward secava as lágrimas nas minhas bochechas – eu era só uma criança, e não entendia os meus sentimentos. – gaguejei – eu queria morrer em pensar que você não iria estar pra sempre no quarto ao lado, me esperando pra dormir. – sorri – a minha vida era atormentada por fantasmas do futuro.

Sangue do meu sangue {Edward & Bella}Onde histórias criam vida. Descubra agora