-Eu.. Te a..mo.. Lie- foi apenas o que eu consegui dizer, uma onda de sentimentos me devastava, não sabia como reagir ao que ele disse e o pior de tudo é que ele estava certo, eu amo a forma como ele faz as coisas acontecerem e o nosso relacionamento nunca cai na mesmice, tudo ocorre com leveza, de forma espontânea e nunca de uma maneira forçada -Você..- disse me afastando o suficiente para olhar nos olhos dele -Você disse que me ama, mas e..
-Eu nunca estive com outra pessoa depois de você Mal- ele disse antes de eu terminar a frase. Virou moda me interromper e sair sem se despedir
-Como você sabia que eu..
-Eu sei quem você é, eu sei o que você faz, e na maioria das vezes sei até o que vai falar, mas mesmo assim, eu te amo, cada dia de um jeito diferente
Antes que eu deixasse meu emocional falar mais alto, eu tinha que saber
-Então estamos namorando?- ele desfez o contato visual e segurou minhas mãos
-Mal quero que sejamos livres, e que não se sinta obrigada a..
-Não me sinta obrigada a quê?- foi minha vez de interromper
-Você me faz feliz e tenho que reconhecer isso mas preciso saber se está disposto a correr riscos por mim também. Poxa! Eu tenho vinte e quatro anos, e como toda mulher eu quero me casar, ter filhos, uma casa maior, saber que eu sou a metade da laranja de alguém. Merlee e eu temos a mesma idade e vai se casar em alguns meses, eu como psicóloga sei que não devo comparar minha vida com a de outra pessoa, mas eu também quero ser feliz. E se você entrou por aquela porta com o intuito de dizer que me ama e com a certeza de que eu voltaria correndo para você. Desculpa informar mas está estupidamente enganado! Não quero passar a vida inteira tendo bons momentos com você e te amando sem saber qual o espaço que eu ocupo na sua vida. Se é essa a condição para ficarmos juntos, eu dispenso, não quero achar que minha vida está toda resolvida e um dia acordar e você não estar mais do meu lado, sair como se tudo que vivemos foi como um amor de verão e ficar por isso mesmo- limpei meu rosto com a manga do pijama e andei até a porta abrindo-a
-Por favor sai!-Mal, nós..
-SAI! Não existe mais "nós", nunca existiu, agora sai- com a cabeça baixa ele saiu e eu bati a porta com toda a força que pude. Como ele pode me propôr isso, dizer que vamos ser felizes sem compromisso?
Meu celular tocou durante toda a nossa conversa mas ignorei, na que pareceu a milésima chamada, eu atendi
-Oi Merlee o que você quer- não estava com a menor vontade de conversar com ela agora e ainda forcei a voz para não ficar evidente minha voz de choro
-Meu Deus mulheeeeeer quer me matar do coração? Já liguei para a polícia especializada em sequestro!
-Eu estou bem. E você poderia muito bem vir até meu apartamento. Você mora a duas quadras daqui então não me venha com desculpas. Diz logo o que você quer- eu não tinha tempo para as reclamações de Merlee agora
-O problema é que eu não estou em casa. Estou na casa do Arthur
-E daí?
-E daí que é o aniversário dele e você não apareceu até agora
Ah droga! Como eu pude esquecer. Arthur é nosso amigo desde que tínhamos 8 anos. Ele praticamente nos obrigou a ir nesse aniversário, como se fosse a deixa necessária para ganhar um milhão de reais
-Desculpa eu não posso, eu tenho muito.. hm.. Trabalho por fazer- menti, eu precisava mesmo ficar sozinha
-Ah vamos Male!
-Sabe que não gosto de quando me chama de Male
-E você sabe que não gosto quando me esconde as coisas. Eu te conheço e sei que está mentindo
-Eu não posso agora, peça desculpas para ele em meu nome
-Não! Você vem sim. Eu já pedi um amigo para ir te buscar, se apronta que em poucos minutos ele chega aí- ela finaliza a ligação antes que eu pudesse contestar. Poderia ligar de volta, bater pé e dizer que não posso ir mas preciso me distrair agora. Esquecer que a única pessoa que eu amei e levei realmente a sério, não passa de um moleque querendo curtir a vida, e não o posso impedir, se ele está feliz dessa forma. Bom, eu ficarei também
Tomei um rápido banho e me arrumei, fiz um coque para esconder meu cabelo mal arranjado, passei uma leve maquiagem e vesti uma calça jeans preta, sapatilhas verdes e blusa branca
A campainha tocou, peguei minha bolsa, dei uma última olhada no espelho e sai, tranquei a porta e me virei para o corredor mal iluminado. Meus olhos fitaram os dele e paralisei ao encontrar o rosto familiar
Sei que o capítulo ficou MUITO pequeno, mas prometo que o próximo será um pouco maior. Deixe a estrelinha se gostou e comente se achar que deve (;
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Quase Amor
RomanceEsperar é sempre o problema. Esperar o ônibus. Esperar para ser atendida numa fila de banco. Esperar uma mulher passar um carrinho inteiro de compras na sua frente enquanto você só quer passar uma barrinha de chocolate pelo caixa. Esperar por atend...