Capítulo Seis

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-Eu.. Te a..mo.. Lie- foi apenas o que eu consegui dizer, uma onda de sentimentos me devastava, não sabia como reagir ao que ele disse e o pior de tudo é que ele estava certo, eu amo a forma como ele faz as coisas acontecerem e o nosso relacionamento nunca cai na mesmice, tudo ocorre com leveza, de forma espontânea e nunca de uma maneira forçada -Você..- disse me afastando o suficiente para olhar nos olhos dele -Você disse que me ama, mas e..

-Eu nunca estive com outra pessoa depois de você Mal- ele disse antes de eu terminar a frase. Virou moda me interromper e sair sem se despedir

-Como você sabia que eu..

-Eu sei quem você é, eu sei o que você faz, e na maioria das vezes sei até o que vai falar, mas mesmo assim, eu te amo, cada dia de um jeito diferente

Antes que eu deixasse meu emocional falar mais alto, eu tinha que saber

-Então estamos namorando?- ele desfez o contato visual e segurou minhas mãos

-Mal quero que sejamos livres, e que não se sinta obrigada a..

-Não me sinta obrigada a quê?- foi minha vez de interromper
-Você me faz feliz e tenho que reconhecer isso mas preciso saber se está disposto a correr riscos por mim também. Poxa! Eu tenho vinte e quatro anos, e como toda mulher eu quero me casar, ter filhos, uma casa maior, saber que eu sou a metade da laranja de alguém. Merlee e eu temos a mesma idade e vai se casar em alguns meses, eu como psicóloga sei que não devo comparar minha vida com a de outra pessoa, mas eu também quero ser feliz. E se você entrou por aquela porta com o intuito de dizer que me ama e com a certeza de que eu voltaria correndo para você. Desculpa informar mas está estupidamente enganado! Não quero passar a vida inteira tendo bons momentos com você e te amando sem saber qual o espaço que eu ocupo na sua vida. Se é essa a condição para ficarmos juntos, eu dispenso, não quero achar que minha vida está toda resolvida e um dia acordar e você não estar mais do meu lado, sair como se tudo que vivemos foi como um amor de verão e ficar por isso mesmo- limpei meu rosto com a manga do pijama e andei até a porta abrindo-a
-Por favor sai!

-Mal, nós..

-SAI! Não existe mais "nós", nunca existiu, agora sai- com a cabeça baixa ele saiu e eu bati a porta com toda a força que pude. Como ele pode me propôr isso, dizer que vamos ser felizes sem compromisso?

Meu celular tocou durante toda a nossa conversa mas ignorei, na que pareceu a milésima chamada, eu atendi

-Oi Merlee o que você quer- não estava com a menor vontade de conversar com ela agora e ainda forcei a voz para não ficar evidente minha voz de choro

-Meu Deus mulheeeeeer quer me matar do coração? Já liguei para a polícia especializada em sequestro!

-Eu estou bem. E você poderia muito bem vir até meu apartamento. Você mora a duas quadras daqui então não me venha com desculpas. Diz logo o que você quer- eu não tinha tempo para as reclamações de Merlee agora

-O problema é que eu não estou em casa. Estou na casa do Arthur

-E daí?

-E daí que é o aniversário dele e você não apareceu até agora

Ah droga! Como eu pude esquecer. Arthur é nosso amigo desde que tínhamos 8 anos. Ele praticamente nos obrigou a ir nesse aniversário, como se fosse a deixa necessária para ganhar um milhão de reais

-Desculpa eu não posso, eu tenho muito.. hm.. Trabalho por fazer- menti, eu precisava mesmo ficar sozinha

-Ah vamos Male!

-Sabe que não gosto de quando me chama de Male

-E você sabe que não gosto quando me esconde as coisas. Eu te conheço e sei que está mentindo

-Eu não posso agora, peça desculpas para ele em meu nome

-Não! Você vem sim. Eu já pedi um amigo para ir te buscar, se apronta que em poucos minutos ele chega aí- ela finaliza a ligação antes que eu pudesse contestar. Poderia ligar de volta, bater pé e dizer que não posso ir mas preciso me distrair agora. Esquecer que a única pessoa que eu amei e levei realmente a sério, não passa de um moleque querendo curtir a vida, e não o posso impedir, se ele está feliz dessa forma. Bom, eu ficarei também

Tomei um rápido banho e me arrumei, fiz um coque para esconder meu cabelo mal arranjado, passei uma leve maquiagem e vesti uma calça jeans preta, sapatilhas verdes e blusa branca

A campainha tocou, peguei minha bolsa, dei uma última olhada no espelho e sai, tranquei a porta e me virei para o corredor mal iluminado. Meus olhos fitaram os dele e paralisei ao encontrar o rosto familiar

Sei que o capítulo ficou MUITO pequeno, mas prometo que o próximo será um pouco maior. Deixe a estrelinha se gostou e comente se achar que deve (;

Quase AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora