I - UM...

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Um...

Dois...

Três...

Quatro...

Conto carneirinhos mas bem que já devo ter contado mais do que os possíveis para embalarem uma multidão, completando mais de uma vez o rebanho que cabe neste estábulo aconchegante de lençóis e cobertores, paredes e móveis, histórias e memórias a que chamo quarto... Conto os segundos que passam desde o aparecimento de um carneirinho na minha mente até este passar a função a outro que se revela muito parecido, pois imagino-os sempre brancos, muito fofinhos e acolhedores fazendo justiça aos que os desenhos animados nos apresentam... Conto os minutos em que deitada neste longo e comprido berço, continuo a olhar para o teto como um bebé sem sono à espera do aconchego paternal ... Conto as horas em que estou acordada à espera de também eu picar o dedo num fuso e adormecer, também não precisamos ser tão radicais, pode não ser uma "picada num fuso" nem é preciso um "sonho profundo", até porque ainda não tenho nenhum príncipe que me acorde num futuro próximo e o meu sono não é assim tanto, mas não me importava que um leve toque na minha consciência me fizesse descansar até ao acordar das goelas do galo.

Esta falta de sono misturada com ansiedade atacou-me especialmente hoje, pois já daqui a menos de 5 horas, a rotina vai voltar a impor a sua ordem e a dominar o mundo, pelo menos o meu. É isso mesmo, amanhã começam as aulas e como todos os anos, neste dia o sono lembra-se de ir tomar café e não me deixar dormir.

Nem me posso queixar muito porque avizinha-se o ano mais fácil do secundário (É o que dizem!) o tão esperado 12ºano, ano de decisões e confusões, dos famosos "18 anos" da carta de condução, o ano do ganho de mais responsabilidades e juízo (É o que dizem!), sobretudo avizinha-se o ano onde a aventura de crescer é mais brusca e eficaz, se por um lado nos testa, por outro completa-nos com as ferramentas necessárias para encontrarmos a resposta correta (É o que dizem!).

Filosofias à parte, o mais importante deste tão desejoso ano é que, a adesão ao sedentarismo tem tendência a ser menor, penso eu, pois são menos as horas impostas aos alunos para estarem sentados em cadeiras desconfortáveis, rodeados de pessoas igualmente desconfortáveis, a ouvir matéria muitas vezes desconfortável. O que faz com que haja mais tempo para outras actividades mais confortáveis e, quem sabe se não sobra algum tempo para os mais preguiçosos darem sola aos sapatos.

Para quem não sabe o trabalho escolar é um trabalho árduo que requer e retira muita energia, tendo como único remédio, muito descanso num sofá ou numa cama que se apresentem confortáveis, muitos caiem no erro incompreensível de confundir esta cura com preguiça.

A culpa, como para todos os males, não tem outro responsável que não as estrelas e, agora que estas estão ocupadas a conspirar os desastres que ocorrerão amanhã, dão-me um bocado de descanso. Já quase sem saber o que escrevo e imaginando mais o som das palavras do que desenhando correctamente a ordem lógica das letras, concedo a minha vitória e fecho os olhos para mais um céu estrelado.


PIP ... PIP... PIP ... PIP

Bom dia para ti também!!!!

(21/09/2015)



Não sei se alguém vai ler esta nota, mas escrevo-a na mesma, na esperança de que alguém a leia. É a primeira vez que escrevo algo e desde à algum tempo que esta história é o meu SONHO, por isso espero que gostem e me ajudem a concretizá-lo. 


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