A Carta Mais Esperada do Ano

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Silena acordou naquela manhã de domingo, com o seu pequeno irmão pulando sobre ela. Ele tinha cabelos louros avermelhados, uma mistura dos cabelos de sua avó e de sua mãe. Seus olhos eram verdes e brilhantes, exatamente como os do seu avô.
Silena pegou um dos bichinhos de pelúcia e jogou no menininho, que riu e se jogou para o chão. Ele pulava freneticamente ao lado da cama de Silena, e gritava algo que Silena não entendia.
Tentou afastar um pouco do sono. Pescou algumas palavras que pareciam sem sentido para seu cérebro entorpecido pela manhã. "Carta" e "vovô", foram as palavras que decifrou. Carta. Silena arregalou os olhos, e se sentou na cama rápidamente.
-Oi? O que disse?- Perguntou ela, o olhando.
-O vovô vem pra cá nesse fim de semana! É a vovó também. Chegou uma carta pra você lá embaixo, com um símbolo estranho. Eu ia abrir mas a mamãe não deixou.-Ele respondeu, ainda pulando.
-Carta?!-Ela perguntou, animadíssima. Ajeitou as tranças e colocou suas amadas pantufas de dragão que fugiam soltando fogo teoricamente falso, mesmo que o pequeno Newt jurando que foram aquelas pantufas que queimaram o tapete e não ele tentando fazer feitiços com a varinha de Guiller.
Saiu de seu quarto e desceu as escadas numa velocidade incrível. Seu pai e sua mãe estavam na cozinha. Jared Potter, o mais novo dos três filhos de Harry e Gina Potter, estava sentado lendo jornal e tomando uma xícara de chá, enquanto Lisa preparava os ovos na frigideira ao mesmo tempo em que a louça se lavava sozinha.
       Silena apareceu arfando e Jared levantou os olhos, com um pequeno sorriso nos lábios para uma de suas filhas do meio.
-Acordou cedo querida. Alguma ocasião especial?-Ele perguntou, antes de tomar um gole de seu chá, enquanto lia o Profeta Diário, que continha uma matéria sobre o Campeonato de Quadribol.
-Acordei. Newt fez o favor de pular em cima de mim.-Ela disse, se recompondo e sentando-se a mesa. Newt veio logo depois, Guilly demorou mais um pouco e Hazel, de apenas três anos, ainda estava dormindo. Silena pigarreou e olhou para seu pai.-Chegou alguma carta pra mim, papai?
-Chegou alguma coisa, Lisa?-Perguntou o Sr. Potter, se virando para sua mulher, que tinha os cabelos louros platinados presos em um coque.
-Não sei, por que não vai verificar, Sil?-Perguntou ela, com um sorriso cúmplice para seu marido, colocando os ovos fritos na mesa, e distribuído-os um em cada prato, junto com duas tiras de bacon e panquecas com mel. Ela também encheu copos com suco de abóbora e colocou um pequeno cesto de pães de queijo para cada um.
Silena correu até a porta de entrada e deixou escapar um gritinho quando viu uma carta de papel grosso e leu o verso da mesma, escrita em tinta verde. Ela foi saltitando até a sala de jantar, e sorriu para a sua grande família.
-Parece que temos realmente uma carta, huh? Que tal esperar seus avós? -Lisa Potter perguntou, sorrindo para Newt, que comia seu bacon animadamente.
A campainha tocou e Silena engoliu seu ovo frito em uma mordida, ainda encarando a carta ao lado de seu prato. A ansiedade queimava dentro da menina, e ela mexia em suas madeixas negras presas em uma trança freneticamente, para tentar se acalmar.
-Oi pai, mãe. -Disse a Sra. Potter, para o casal de senhores que entrou na casa. Os Longbottom eram o casal mais simpático de todo o mundo bruxo. A Sra. Longbottom, chegou sorrindo na sala de jantar, e deu um beijo em cada um dos netos, incluindo Hazel, que estava no berço móvel, num sono mais do que profundo.
-Vovó, vovô! Eu recebi uma carta! -Exclamou Silena, saltitando novamente, enquanto as pantufas de dragão rugiam e soltavam fogo a cada passo que dava. O Sr. Longbottom sorriu e a abraçou, colocando o chapéu pontudo e o casaco no gancho entrada.
-Ah! Lindinha!-Ele disse, sorrindo.-Harry já chegou?-Perguntou, olhando para os pais de seus netos.
-Ainda não.-Falou o Sr. Potter, com um suspiro, colocando a mão sobre a boca, e rapidamente se desligando da conversa ao redor. Seus olhos azuis e as sardas diziam que ele realmente era filho de uma Weasley, além do fato de até mesmo em seus cabelos, o vermelho lutara para permanecer, deixando as mechas castanho-avermelhadas.
O velho senhor Potter se tornara anti-social, para dizer o mínimo. Optou por viver longe de quase todos, na floresta perto de Hogwats, de vez em quando saía para pescar, e fazer longas caminhadas pelos arredores de sua antiga escola. Ainda mantinha contato com seus velhos amigos, Rony Weasley e Hermione Granger, ia de encontro a Hermione ás vezes. Mas Hagrid era o velhinho que ele sempre visitava. Já seus netos, ele via raramente, mas quando o fazia, contava histórias que apesar de já terem ouvido mais de uma vez, seus netos amavam. Harry Potter se afeiçoou muito a Silena, particularmente, mas ela nunca soube o porquê.
A família comeu em silêncio por meia hora, antes que a campainha tocasse novamente. Quem atendeu dessa vez foi o Sr. Potter. O velho e bom Harry Potter, com um chapéu de felpa preta e um sobretudo pesado, entrou na casa, sem fazer quase nenhum barulho. Ele trocou palavras sussurradas com seu filho e bagunçou-lhe os cabelos, falando algo sobre seus irmãos Albus e Lilian.
      Sua mala pesada de couro marrom, veio flutuando magicamente até o pé da escadaria que levava para o segundo andar. É tinha isso também. Quando o velho senhor Potter visitava, era pra ficar pelo menos por duas semanas.
Newt pulou no colo do avô, que riu e o levantou acima de sua cabeça.
-Como você cresceu!-Ele sorriu.
Silena foi a última pessoa com quem ele falou, como sempre. Harry tinha o hábito de sempre deixar o melhor para o final. Os presentes que ele trouxe ficaram no sofá, mas nem Silena nem seus irmãos pareceram ligar, pois sabiam que seu avô gostava de dá-los no jantar, um por um.
Ela correu até o avô Harry, e ele deu um sorriso largo quando a abraçou.
-Olhe, vovô, eu recebi a carta!-Ela disse, sorridente. Seus onze anos recém completos não deixaram a menina nem um pouco menos animada do que quando havia oito, cinco, ou três anos para que finalmente chegasse o dia em que deixaria seu lar para estudar na melhor escola de magia do mundo (segundo ela).
Ele riu, e olhou o carimbo selando a carta. Seus olhos umedeceram, mesmo ganhando a sua carta de requerimento para se tornar professor de Defesa Contra Artes das Trevas todos os anos, desde que se demitiu do emprego de Auror devido à doença de Ginny.
-Venha, vamos abri-la e você lê para nós.-Ele disse, sentando em único lugar vago. Antes, haviam mais três cadeiras, mas depois que Hermione Granger e Ronald Weasley se separaram e Ginevra Potter faleceu, essas cadeiras ficavam guardadas no porão da casa.
Todos se viraram para a menina, que era alta e muitíssimo esperta para sua idade. Ela limpou a garganta e colocou as duas tranças para trás.
-Srta. Potter
Terceiro Quarto no Segundo Andar
Rua das Flores Luminosas, 19
Londres
Inglaterra.-Ela falou, antes de soltar o ar que prendia, nervosamente. Ela virou a carta e olhou o carimbo cuidadosamente pressionado. Ela delicadamente descolou a cera, fazendo o envelope se rasgar um pouco, mesmo com todo o cuidado que teve.
Retirou o papel dobrado do envelope, e o colocou na mesa, antes de desdobrar a carta, se deparando com um texto meticulosamente bem escrito, em tinta verde.

- ESCOLA DE MAGIA E BRUXARIA DE HOGWARTS
Diretora: Minerva McGonagall
(Ordem de Morgana, Primeira Classe, Ótima Feiticeira, Professora Rígida, Parte da Confederação Nacional de Bruxos)

Prezada Srta. Potter,
Temos o prazer de informar que V. Sa. Tem uma vaga na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts. Estamos anexando a lista dos livros e equipamentos necessários.
O ano letivo começa em 1º de Setembro. Aguardamos a sua coruja até o dia 31 de julho, no mais tardar.

Atenciosamente,
Professora McGonagall,
Diretora Efetiva.

-Continua igualzinha.-Disse Harry, rindo consigo mesmo.
-Já sabemos que a nossa querida Silena vai para a Grifinória, sim?-Disse o vovô Neville.
-Quem sabe Corvinal!- Contestou a Senhora Longbottom, sorrindo para a sua neta. Seus cabelos brancos se misturavam aos louros platinados, e o azul de seus olhos continua tão forte quanto antes.
-Ah, por favor Luna.-Rebateu Neville, sem paciência.-As chances são mínimas. É muito normal que ela siga a casa de sua família, da maioria dela.
-Nunca se sabe, Neville, lembre-se do que aconteceu com de Rony Weasley.-Rebateu Harry, baixinho.
-O que aconteceu com o filho da tio Ron?-Perguntou Silena, com uma sobrancelha erguida.
-Bem... Ele foi para outra casa.-Respondeu Lisa Potter, engolindo um seco, desconfortável.
-Qual casa?-Perguntou Guilly, se manifestando pela primeira vez.
Os adultos se entreolharam antes do Sr. Potter virar para os filhos e suspirar. Um dia todos saberiam, de qualquer forma.
-Sonserina.- Ele falou, remexendo as madeixas castanhas.- Ezra Weasley foi para Sonserina.

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Oi gente! Primeiro capítulooooo! Espero que curtam, comentem e divulguem, é super importante para nós, escritores.

Quero esclarecer algumas coisas. Muita gente pode perguntar, "Ah, mas por que você não fez o Rony & Hermione tererem uma filha e o Harry & Ginny tereme um filho, pros dois casarem e terem filhos?

Pelo simples fato de que eles seriam primos. Se ninguém nunca se tocou. Nada contra romance com primos, é que a trama não teria a metade da graça que terá. Já vou avisando que não sei quando posto mais, já que tenho várias coisas pra atualizar ainda.

Beijos, pipoquinhas! Até a próxima.

Silena Potter e o Herdeiro das TrevasOnde histórias criam vida. Descubra agora