Obsessão

Não sei porque, mas eu sentia que tinha algo errado,mas não sabia o que era e nem porque sentia aquilo.

Recebi a explicação alguns meses depois quando misteriosamente pessoas começaram a desaparecer, no começo era assim, mas logo as coisas começaram a piorar, pessoas eram encontradas mortas em suas proprias casas e algumas estavam se suicidando e aquilo estava ficando cada vez pior, temia que soltassem uma bomba ou sei lá, mas por ora era melhor ficar escondida.Mas eu estava até que bem, é bem certo que eu estava mais magra que de costume por falta de alimento e talvez um pouco desidratada por falta de água, tá eu não estava bem.

Mas esse negócio de ficar trancada dentro de um porão estava me enlouquecendo, eu sou do tipo de pessoa que não consegue ficar parada e olha só pra minha maravilhosa sorte O que eu tinha que fazer? Isso mesmo! Ficar parada o dia inteiro.

Teve momentos que me perguntei se não devia estar morta, mas mamãe vazia de tudo pra afastar essa ideia da cabeça de todos, mas eu ja estava farta, aquilo era muito chato. Queria saber o que estava acontecendo, eu era, não, sou muito curiosa e eu sei que tem gente que vai falar que a curiosidade matou o gato, mas o que eu posso fazer?
Nada, é o meu jeito, nè?

O porão tinha um cheiro enjoativo de mofo. As quatro paredes que o fechava me sufocavam, era mal iluminado pelas duas luzes postas uma em cada canto. As seis camas ficavam bem próximas em um canto, a mesa na qual faziamos nossas refeições se encontrava logo a frente. Uma pia com dois armarios, um fogão e uma geladeira velha ficavam à direita da mesa. A beira das escadas velhas encontrava-se meu pai. Minha mãe estava na "cozinha" prerando alguma coisa para comermos.

Tá mais de um jeito ou de outro eu estava sentada na cama (como sempre) de pernas cruzadas, meu cabelo negro e despentiado caia sobre meu rosto e como meu irmão diz quando penso meus olhos castanhos-escuros quase preto brilhavam enquanto eu processava tudo.

Meu irmão chamado Natch estava sentado na cama ao lado seu cabelo ruivo estava bagunçado, a luz fazia sua pele ficar morena, seus olhos azuis estavam vidrados enquanto ele brincava com o lençol, parecia estar entertido, mas se você olhasse direito podia ver seu rosto, sua expressão pensativa era engraçada, ele levantava uma das sobrancelhas e mechia os lábios.Ele tinha 18 anos e apesar dele me irritar as vezes, eu gostava muito dele.

Minha prima de 7 anos estava a dar voltas pelo porão em busca de ficar entertida com algo, mas logo percebeu que não ia dar em nada e parou, começou a mecher com suas bonecas pentiar seus cabelos e arrumar suas roupas.

Bella era uma boa garota, linda, tinha olhos azuis claros da cor do céu, seus cabelos loiros escuros antes curtos agora batia na metade de suas costas.

Bella era bem organizada com suas coisas sempre cuidava direitinho, ela sempre esteve com um sorriso no rosto antes da tal tragedia acontecer, agora ela quase não sorria, mas quando sorria fazia todos abrirem um largo sorriso também.

Estava pensando nela e de como brincavamos no quintal de pega-pega ou esconde-esconde ou sei la qualquer coisa e de quando seus lindos olhos azuis claros brilhavam, nós nos divertiamos, mesmo eu tendo 15 anos gostava de brincar com ela de correr, se esconder, de bonecas, etc...

Minha mãe nos chamou para jantar, almoçar ou sei lá, não tinha ideia das horas, mas também não tinha interesse em saber. Nós tinhamos o de sempre feijão ou sopa e pequenos pedaços de carne, mas quando falo pequenos eu quero dizer pequenos mesmo minusculos. Por mais que eu quisesse mais eu tinha a consciência de que não poderia comer mais que aquilo. Como sempre a comida estava fria e ruim, comer só feijão ou carne de semanas atrás era nojento e enjoativo.

Meu pai como sempre vigiava a porta e as janelas, embora o fato de eu não saber como ele ainda ficava em pé, porque eu não o via comer por pelo menos umas 3 ou 4 semanas, ele apenas bebia água, ele estava magro com seu cabelo castanho claro que antes brilhava banguçado, tinha olheras profundas a baixo de seus olhos, por culpa das noites mal dormidas ou das noites que ele nem se quer pregava o olho, em uma de suas mãos tinha uma grande faca e armado na cintura uma pequena pistola para se defender de inimigos que estariam mais afastados.

Meu tio embora fizesse as mesmas vigias que eles estava melhor em estado fisico, pois ele comera quase todos os dias e durmia bem ou o mais próximo que nós conseguiamos chegar de bem.

Se você se perguntar da minha tia, eu até tenho receio de dizer, mas ela havia falecido a exatamente 1 mês atrás. Sim era muito triste, acho que você não queria ver a reação da Bella ao ver sua mãe morta no chão, ela chorou muito, mas o acontecimento serviu pra ela aprender a ser mais madura e responsavel.
Sim ela tem apenas 7 anos e nem eu com 12 tinha esse controle todo que ela tinha.

Parecia que estavamos na guerra, eu me sentia na guerra, apesar de eu nunca ter presenciado uma guerra, mas acreditava que seria mais ou menos assim.

Eu não estava conseguindo acreditar que por causa de um assassino idiota estavamos presos aqui em baixo, eu queria matar aquele cara. Sera que  tinha uma coisa boa?

Sem perceber ja tinha acabado minha minuscula refeição e iria ajudar minha mãe na cozinha. Minha mãe era a pessoa que tentava animar todos e no seu pròprio nome já estava marcado isto Summer, era esse seu nome. Minha mãe era muito bonita seus cabelos ruivos oundulados batiam em suas costas, seus olhos verde agua tinham um brilho especial, o seu sorriso era incrivel, é parece que ela realmente nasceu pra ser feliz e fazer a felicidade acontecer, o problema era que: a primeira opção ja tinha morrido e segunda estava falhando.

Mas ela fazia o máximo que podia. Eu estava lavando e louça e conversando com ela enquanto ela secava e guardava, pouco tempo depois Nath chegou com um sorrisinho no canto da boca e eu ja sabia o que iria acontecer. Ele deu um beijo na mãe e começou a guardar a louça, mas derrepende ele se aproximou de mim e começou a jogar agua em mim,eu joguei nele também e ficamos assim até acertar a mamãe.

-iii! Ferrou, a gente ta encrecado.

Mas eu sabia o que ela iria fazer aquele brilho nos olhos dela não me enganavam, sem eu perceber ela jogou muita água em mim, tipo muita mesmo. Natch ficou rindo até que mamãe jogou nele também, ele não estava preparado, dai começamos uma guerra de água, mas resolvemos parar pra poder continuar a louça. Além de encharcados estavamos sujos por causa da agua que não era tão limpa assim. Mas pelo menos valeu as risadas.

Deixa eu explicar, não tinhamos água totalmente potável, e a que lavavamos a louça normalmente ficava imunda, por isso estava suja.

Fui tomar um banho. Eu sabia que eu não podia ir la pra cima, mas eu queria ficar limpa, so que tipo de verdade. Subi as escadas escondidas, para minha sorte ainda era dia. Peguei as coisas e fui tomar banho. Depois com muito cuidado fui até a cozinha pegar algumas coisas peguei e voltei o mais rapido possivel para o porão mas quando eu estava quase lá eu vi uma sombra na porta, nesse momento gelei, não conseguia sair do lugar, ótimo por causa de uma brincadeira minha eu iria morrer, consegui me mecher fui rapido para o porão. Fechei a porta a tranquei e entrei. Assim que entrei todos olharam pra mim. Natch veio em minha direção, pronto to ferrada ele vai brigar comigo, mas ele simplesmente me abraaçou e falou:

- Fiquei preocupado com você-ele estava com uma voz de choro- por que não me chamou?

- Desculpa eu não queria fazer isso, mas olha estou aqui. Eu sei me cuidar lembra.-Eu disse com um sorriso forçado.

Vi a minha mãe vindo em minha direçao com os olhos vermelhos sinal que ela havia chorado. Quando me viu recomeçou a chorar. Eu a abraçei também.

Eu me senti culpada de te-los deixado tão preucupados. Então prometi não fazer mais isso por pelo menos umas 2 semanas, sò isso.

Por que? Bom porque eu sou muito curiosa e queria descobrir aquela sombra. E antes que eu pudesse perceber já estava obsecada pra descobrir isso.

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XO
OX