Quando pisaram na calçada da escola, naquela manhã de domingo, oito alunos da Westminster mal imaginavam que suas vidas estavam prestes a mudar.
Eles desceram dos seus carros, um por um, não necessariamente juntos, mas sim propositalmente separados. Não se davam muito bem, era verdade, porque todos ali – ou a maioria – tinham seus motivos para competirem. Alguns tentavam serem simpáticos, outros tentavam apagar os erros do passado ignorando a pessoa em questão, e havia até alguns deles que forçavam um relacionamento que nunca iria para frente.
Mas eles tinham coisas em comum. Ah, se tinham.
Todos ali tinham dinheiro. Muito dinheiro. A não ser, é claro, a única bolsista entre eles, essa era de classe média. Mas o resto? Esses eram filhos de pessoas famosas, importantes, e até escandalizadoras. Eram inimigos.
Eles eram falsos uns com os outros.
Todos eles também tinham problemas em casa: mães ausentes, pais gays, câncer terminal, problema com bebidas e drogas, falta de atenção... A lista era longa.
E, ao passarem pelo portão, todos eles ganharam mais uma coisa em comum: uma notificação da diretoria. Uma convocação inesperada.
Eles não se despediram de seus pais, porque não estavam acompanhados. Seus motoristas os largaram na porta de escola para voltarem as suas rotinas: o internato. Depois de passarem as férias de natal e ano novo com suas famílias, eles estavam de volta. Sem saída, sem vida social, sem nada.
Somente eles.
Os oito franziram o cenho quando encontraram os bilhetes dentro dos seus respectivos quartos, dobrados e assinados pelo diretor da escola.
Esperavam encontrar convites para festas, bilhetes de namorados secretos, ou até mesmo uma calcinha perfumada de uma biscate qualquer. Mas não era nada disso.
Louis, inicialmente, nem reparou nos bilhetes em cima das camas. Ele entrou no quarto apressado, indo direto até o minibar escondido estrategicamente atrás de uma estante de livros e começou a guardar as garrafinhas térmicas que ele carregava na bolsa.
Quando se vivia em um internato, garrafinhas de bebida eram uma mina de ouro.
Ele escutou a porta ser aberta, mas não olhou para trás para ver quem era. Ele tinha tido o azar de ter ficado em um dos quatro quartos que abrigavam três pessoas, mas pelo menos dessa vez seus roommates não eram um pé no saco, como da última vez. Louis teve que dividir um quarto por um ano com um nerd viciado em vídeo game que quase o dedurou para a diretoria por causa das suas garrafinhas de bebida.
-Cara, eu não acredito que você trouxe mais! – ele escutou Niall dizer.
Louis ignorou o comentário e continuou tirando mais garrafas da bolsa. Niall segurou em seu braço antes que ele colocasse mais uma.
-Você devia procurar os AA ou algo assim. – comentou.
-Eu posso parar a hora que eu quiser, o negócio é que eu não quero – Louis disse entredentes.
Niall abriu a boca para dizer outra coisa, mas a porta foi aberta pela segunda vez. Ele não se virou para ver Harry entrar no quarto cheio de sacolas.
-Mais muffim da sua mãe? – Niall perguntou quando o cheiro preencheu o quarto.
Louis fez cara de nojo sem que ninguém visse e Harry grunhiu, largando tudo na sua cama.
-Ela não cansa de me mandar trazer essas coisas.
-Ela deve achar que você passa fome aqui – Niall brincou.
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Psichology
Teen FictionEssa é uma história sobre oito adolescentes que tiveram seus problemas no passado. Cada um deles tinha algo contra o outro, cada um deles tinha um motivo para competir, fingir, enganar e mentir. Cada um deles tinha motivos para querer passar a perna...