Gritos

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Pov. Nico

Me levantei de cima de Leo olhando para Enrico, estremeci mas logo o medo diminuiu ao sentir Leo passando o braço por minha cintura. O homem sorriu maldoso para nós.

-- Pobre d ' Angelo, acredita que um dia pode ser como os outros? -- ele fala com um tom de pena -- ainda não estendeu que se aproximar das pessoas é o mesmo que assinar seus atestados de óbito? Principalmente nutrindo sentimentos platônicos garoto!

Estremeci mas não sai do lado do outro semideus. O que fez o morto me olhar como se nos julgasse.

-- Não acredita em mim criança? Então olhe! -- ele desvia o olhar para o Valdez e vira a mesma nuvem negra que agora atravessa seu peito o fazendo cair no chão tremendo.

Empalideci e ouvi Piper correndo até o filho de Herfesto que parecia entrar em uma convulsão, ela colocou a mão em seu rosto mas Leo segurou o seu pulso e começou a queimá-lo em quanto a garota gritava. Enrico. Chutei seu braço e ele largou a filha de Afrodite que caiu para trás em um grito sem vós enquanto lágrimas de dor rolavam em seu rosto moreno e ela olhava para o pulso em carne viva, rapidamente me sentei ao lado dela e a entreguei ambrósia que fez em pouco tempo uma camada fina de pele acinzentada em cima da ferida, ouvi um suspiro aliviado mas não a olhei porque sabia que a garota também observa o Valdez que agora chorava.

Meu coração apertou no peito nunca pensei que veria tanta energia negativa emanar de alguém que não fosso eu e ainda pior vindo do garoto que quase me fez sorrir tantas vezes...

-- Nico, você não pode mandar ele sair do corpo do Leo-a voz de Piper tremia levemente - eu sei o que você disse mas vocês dois não tiveram exatamente "laços afetivos" não é? além disso eu posso te ajudar, eu sei que o meu charme falhou até agora mas podemos tentar não é? é só eu me acalmar!

Olhei para a índia, ela realmente gosta do Leo, senti uma pontada de ciúmes mas ajudei Piper a levantar com um sorriso de lado.

-- Podemos tentar!

Andamos até Leo mas antes de abrirmos a boca para proferir qualquer coisa ele parou de tremer e se levantou em um salto com um olhar sereno.

-- Leo ..-a menina ia abraça-lo mas a segurai pelo pulso saldável. Leo tirou uma espada de seu cinto que se aproximou de nós no mesmo ritmos que recuávamos.

-- L-leo pare-e! -falou Piper gaguejando e não provocando reação alguma.

-- Piper se acalme vai dar tudo... - uma investida de Leo, defendi não queria machuca-lo - certo

Defesa, defesa, direita, direita, esquerda, ataque (o ataque foi por instinto e Enrico se aproveita para deixar guarda baixa de propósito cortando um fio fino de sangue em seu queixo) "Leo" corta minha bochecha e quase me dá uma voadora. Quase, me abaixo e o dou uma rasteira (não antes do chute acertar o estomago de Piper que cai sem ar no chão). O fantasma rasteja para pegar sua espada mas puxo seu corpo e lhe soco a boca, pego sua cabeça e bato no chão mas mesmo assim ele não desmaia, pelo contrário sorri com um sarcasmo que não combina com o rosto Leo.

-- Deboli [Fraco] demais para bater neste corpo magrelo, como espera salvar seus queridos amigos? - senti uma onda de raiva.

-- Do mesmo jeito que eu o matei com 10 anos, senhor - sorri com escárnio e vi raiva (nos bel..) Nos olhos de Leo.

Ele me deu um soco no pescoço que me fez curvar o pescoço vi um brilho de lâmina sendo levantada e rolei para o lado.

-- Enrico pare! - o charme na voz de Piper era tão impressionante que também me fez parar por um momento, Leo se levantou e foi na direção dela. - Durma Leo!

O fantasma continuou andando até ela, com o corpo sonambulo de Leo.

--Pa..-ele tampou a boca da filha de Afrodite.

A filha da deusa do amor deu-lhe um chute nas regiões baixas, um grunhido veio de sua garganta, ela mordeu sua mão e quando ele curvou o corpo com a mão ensanguentada em seu peito a mesma bateu com o pomo de sua adaga atrás da orelha do amigo. Leo deu uma rasteira na garota a levando ao chão enquanto eu me aproximo falando o que ela deve fazer. E ela obedeceu, deu mais um chute entre as pernas do filho do fogo e inverteu sua posição agora imobilizando as penas dele com suas cochas e o enforcando com as mãos, alguns segundos e Leo estava desmaiado. Enrico saiu do corpo do garoto mas quando ia falar algo sus pés afundaram no chão, olhei naquela direção e vi varias mãos brancas que o puxavam para baixo.

Piper saiu de cima dele e pegou seu pulso, choque.

-- N-nico eu acho que - e ela se pôs a chorar no chão. Gelei, eu sinto sua vida por um fio mas não ainda perdida.

Me ajoelho no chão ao seu lado e começo a fazer respiração boca a boca no semideus desacordado como aprendi anos atrás.

Pov. Leo

(meia hora atrás)

Em movimentos lentos vi Nico sair de cima de mim mas permanecendo ao meu lado encarando Enrico.

" Seja cuidadoso com meu amigo Valdez " me levantei junto a ele e passei meu braço pela sua cintura, o filho de Hades tremia porém bem menos agora. O homem sorriu maldoso para a cena.

-- Pobre d ' Angelo, acredita que um dia pode ser como os outros? -- ele fala com um tom de pena -- ainda não estendeu que se aproximar das pessoas é o mesmo que assinar seus atestados de óbito? Principalmente nutrindo sentimentos platônicos garoto!

Nico estremeceu mais, porém não tirou meu braço de entorno dele como eu esperava (ainda assim ele não olhava para mim, como se esperasse que eu me afastasse). O fantasma nos olhou como se fossemos crianças fazendo birra.

-- Não acredita em mim criança? Então olhe! -- ele desviou o olhar para mim, me analisou rapidamente e em um segundo ele se transformando formou em uma densa nuvem negra que me atravessou o coração.

Dor. Frio. Escuro. Ouvia vozes mas elas pareciam distantes, porém os fantasmas que eu lutei tanto para esquecer agora gritam em meus ouvidos como se fossem reais.

Ouvi as músicas de ninar que minha mãe cantava para mim se transformarem nos gritos impotentes dela sendo ceifada pelo meu descontrole;

Ouvi as palavras confortante de minha tia se transformarem em gritos e ofensas para o "assassino" de sua irmã;

Ouvi as palavras carinhosas de Srta. Peregrine se transformarem em gritos de ordem;

Ouvi o silencio nas ruas que andei em minha primeira noite de fuga se transformarem no grito das sirenes policiais;

Ouvi as palavras maldosas de Gaia se transformarem em gargalhadas que me atingiram como gritos;

Escuro

Senti mechas de cabelo como seda negra deslizando por meu rosto, gotas caindo em minhas bochechas e ar gelado sendo empurrado a força pelos meus lábios por lábios gelados e finos e abri os olhos. Lambi o lábio inferior do filho de Hades que parou de fazer respiração boca a boca e me fitou de joelhos ao meu lado no chão, um tapa em minha cara e olhei incrédulo para o garoto (ele está com olhos inchados mas as lagrimas não correm mais por seu rosto quase angelical, seu cabelo está bagunçado, há cortes em seu rosto ainda sangrando e pingando no meu junto ao suor, mas mesmo assim ele está lindo). Ele sorri para a minha cara de besta e se inclina novamente colando nossos lábios.

Sorriso PassadoOnde histórias criam vida. Descubra agora