Capítulo 7

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Noite passada fui para casa, Evan insistiu para me levar, mesmo não precisando, combinamos de sair hoje à noite, me arrumo para ir para a escola, quando estou saindo de casa ele não está lá, certo Evan, hoje eu vou te buscar; ele não está na porta da casa dele então entro, ele não está na sala, vou para seu quarto, ele não está lá. Será se levaram ele para o hospital e esqueceram a casa destrancada? Sinto uma lágrima descer pelo meu rosto, de repente algo me agarra pela cintura e me joga na cama, não vejo nada pois meu olho está embaçado por causa das lágrimas, sua boca vem de encontro com a minha, é Evan.

-Nossa você quer me matar do coração? - digo assustada - não faça mais isso.

-Desculpa meu amor, queria só brincar.

-Tudo bem, vamos agora? Já devemos estar atrasados.

-Calma aí, ainda tenho que fazer uma coisa.

-O que?

-Feche os olhos Eliza.

Fecho meus olhos, seu corpo saiu de cima do meu, sinto frio, ouço um barulho de sacola, sinto algo molhado na minha boca, são os lábios do Evan, ele me beija com intensidade, depois sua boca desce até meu pescoço, fico nervosa, nunca fiz nada a mais do que beijar alguém, suas mãos descem até meu quadril.

-Evan, não..., temos que ir agora. - afasto ele.

-Ei, não farei nada que você não queira, olha o que comprei para você.

Ele me mostra um macacão com capuz, lilás, alguns detalhes rosa com azul e verde, é um monstrinho, que lindo. O abraço.

-Obrigado meu amor, mas não precisava.

-Por nada linda, agora vamos?

Ficamos conversando até chegar na escola, ele segura minha mão com força quando entramos.

-O que foi?

-Tenho medo de passar mal e você não estar perto de mim, pra me ajudar.

-Eu vou sempre ficar com você, se você passar mal eu vou saber e vou estar do seu lado antes que você possa ver, não se preocupe ta bom?

-Ta bom - ele me dá um beijo na testa - quer que eu te leve na sua sala?

-Claro que quero, acho que teremos uma aula juntos hoje, senta do meu lado ta?

-Sempre, vamos.

Quando apareço na porta da sala um menino grita lá de dentro:

-A esquisita veio, volta pra sua casa nerd.
E ele e grupinho começam a rir, tenho nojo desses caras.

Quando vejo Evan já está lá dentro e diz:

-Esquisita ne? Aham sei, esquisita que você é louco pra pegar mas ela não te dá bola, fica aí pagando de malandro ofendendo os outros mas é um bosta.

Puxo ele pra fora antes que algo aconteça.

-Evan vem, eu não ligo para o que eles falam, vem por favor - é como tentar mover uma parede.

-Aí que gracinha, a esquisita arrumou um namorado? Você sabe o que ele quer não é? Já abriu as pernas pra ele?

Quando vejo o Evan foi pra cima dele e deu um murro no rosto, ele coloca as mãos no joelho, arfando, percebo que tem um pingos de sangue no chão, três pingos, quatro, corro até ele.

-Evan eu falei pra você não ligar, ai meu Deus, vamos no banheiro, da conta de andar? Se apóia em mim.

Tiro minha blusa de frio e coloco no nariz dele, ele é pesado, não to dando conta de carregar ele, chegamos no banheiro, tem uns 4 meninos lá dentro.

-Sai todo mundo - grito para eles.

-O nariz dele ta sangrando? Quer que eu ajude? - pergunta um dos meninos.

-Pegue alguns papéis ali pra colocar no nariz dele - sento ele em um banco - Evan? Ei, o que você está sentindo?

-Estou com muita... falta de... ar, está tudo girando.

-Calma, vou buscar água.

-Não me deixa... aqui.

-Pega uma água pra ele - grito para outro menino.

O garoto traz os papéis toalha e me ajuda a colocá - los no nariz do Evan, o sangramento está parando.

-Está melhorando amor? Toma aqui a água, devagar.

Ele respira fundo várias vezes, bebe a água aos poucos, agora o sangramento parou.

-Estou melhor, a tontura parou, ei cara, obrigado viu - diz ele ao garoto.

-Que isso, qualquer coisa pode chamar sou o Peter.

-Amor vai lá nos achados e perdidos e pega uma blusa pra mim, e pra você olha a bem.

Nem tinha percebido, minha roupa está toda suja, e meu rosto só as lágrimas.

-Fica aqui está bem? Já volto - beijo sua testa.

Acho uma blusa azul marinho para ele e uma preta para mim, a minha vai ficar apertada, mas todas as outras são enormes.
Ajudo o Evan a tirar a roupa dele e o visto, tiro a minha e visto a limpa.

-Eu estou no banheiro masculino, meu Deus vamos, você quer ir para casa?

-Não precisa, foi só um susto - ele começa a chorar.

-Ei, o que foi? Já passou.

-Não posso nem te proteger daqueles caras, essa droga dessa doença não deixa, desculpa meu amor.

-Eu suportei a vida toda esses comentários idiotas, antes eu achava que era verdade mas agora nem ligo, eles não vão me incomodar, não se preocupe ta?

-É claro que me preocupo, me leva na sala?

-Claro vamos.

Levo ele na sala, a aula já tinha começado, chamo o professor na porta e explico o ocorrido, ele entende e diz que sente muito, vou para minha sala, explico novamente o que aconteceu para minha professora, quando bate o sinal da troca de aula corro até a sala para ver se ele está bem, levanto o polegar quando vejo que sim.
Quando estou voltando o menino chamado Karl que me xingou e fez aquilo com o Evan está na porta.

-Eliza eu estava só brincando, não queria que aquilo acontecesse, ele está bem ? O que tem com ele?

-Ele está com leucemia, está satisfeito? Agora vê se deixa em paz e nunca mais apareça na nossa vida.

-Desculpa eu não sabia.

-Vai ser um babaca longe de mim ok?

Finalmente essa manhã acabou, levo o Evan para casa e ligo para a Maika, tínhamos combinado de sair para conversar.

-Hoje vou te deixar com seus pais está bem? Mas se precisar de qualquer coisa me liga, vou sair com a Maika, se quiser ir também me fale tá bom?

-Está bem, passo na sua casa 19:30 para te pegar ta bom? Iremos naquela balada daqui perto.

-Ta bom, beijos, te amo.

Dou um beijo nele e vou para casa, 14:00 a Maika chega e vamos no parque, estamos planejando algumas coisas.

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