Capitulo 14

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Está tudo pronto, eu não sei o que vestir, pra falar a verdade eu queria ficar toda empacotada para que ninguém visse meu corpo, estou tão envergonhada, sinto como se eu tivesse feito algo errado para ser assediada mas sei que não fiz. As meninas me convencem e a por um vestido azul meio para o lado violeta, ele é colado em cima e solto em baixo, Maika colocou um macacão branco e Jennifer um vestido meio bege.

Ao longo da festa eu via a Jennifer dando beijinhos e paparicando o Jeremy, senti dó dela, ah se soubesse da verdade. Bebi um pouco mas não exagerei, eu não queria dançar mas Evan me convenceu. Vou admitir fazia tempo que não dançava tanto, meio que liberei minha raiva enquanto dançava. Mais tarde as pessoas que estavam começaram a dormir na nossa cama improvisada, uma em cima da outra mesmo porque estavam tão bêbadas que não conseguiam se levantar. Eu e Evan fomos para o nosso cantinho de sempre.

-Ei, eu te amo viu? Eu nunca seria capaz de te magoar - eu disse quase caindo em lágrimas.

Tenho medo de que se eu contar tudo ele pense que eu o traí, que foi porque o eu quis, ele deve pensar que demorei para falar porque estava com a consciência pesada. Meu Deus o que faço?

-Eu sei meu amor, porque está dizendo isso? - ele rebateu com um olhar curioso.

-Nada vai nos separar.

E deixei ele me envolver em seus braços, eu queria estar ali para sempre, queria esquecer dos problemas.

Mais tarde sem que percebemos nos afastamos, foi então que senti uma mão pesada na minha nuca e a outra na minha boca, abafando meus gritos. Era Jeremy. Ele me arrastou até um canto me prendeu contra uma árvore e começou a passar a mão em mim.
Tentei gritar mas sua mão estava em minha boca, sem pensar duas vezes mordi sua mão e consegui gritar.
Em flashes vi todos levantando e correndo em minha direção, não sei se foi a bebida ou o susto mas eu sentia que ia desmaiar, alguém estava me segurando, outra pessoa agarrou Jeremy. Minha visão começou a embaçar, vi Evan, ele estava batendo em Jeremy.

Abri um olho, eu estava em um carro, muito rápido por sinal. Evan, cade ele? Ele está dirigindo.

-Calma, por favor, vamos bater se continuar assim. Para o carro Evan. - digo quase entrando em desespero.

-Porque não me disse o que ele estava fazendo? Porque não me disse?- ele diz parando o carro, numa calma quase assustadora.

-Eu não queria te magoar, nem a Jennifer, eu fiquei com medo meu amor, me desculpa.

-Você estava me traindo com ele?

-Não nunca, eu estava com medo de te contar, quando voltamos pra cidade ele tentou me agarrar, porque acha que cheguei aqui chorando? Eu estava desesperada.

-Você devia ter me contado Eliza, se você não tivesse gritado eu nunca iria descobrir, você pelo menos tinha a intenção de me contar?- ele gritou.

-Eu ia te contar, eu juro, só estava tentando achar o momento certo. O que você fez com ele?

-O que fiz foi pouco. - quando ele diz isso cai para frente e levanta quase que com um pulo.

-Meu Deus, Evan, o que está acontecendo?

Ele está com falta de ar, com uma mão no peito, o que eu faço agora?
                          °°°

Não sei de onde tirei forças para tirar ele do banco do motorista e passar para o do passageiro, mas fiz, não sei como dirigi, o primeiro hospital que encontrei eu pedi socorro, Evan estava desmaiado quando chegamos.
Fiquei esperando. Evan está internado, precisando de doação de sangue, sem forças nem para falar, talvez morrendo de dor, porque? Por causa de mim, por causa daquele idiota do Jeremy, por causa dessa merda dessa doença.
Preciso ficar calma, reclamar e xingar nesse momento não vai adiantar nada. Preciso avisar os pais dele.
Ficaram desesperados, já era de esperar.

Após aquela noite, o doutor que atendeu Evan na emergência pediu para que ficasse de repouso por um tempinho, continuar com o tratamento, e aproveitar a vida enquanto der. Essas palavras foi como uma facada no meu peito, o quadro de Evan é crítico, muito grave, não conseguiram explicar como ele teve forças para fazer tudo o que fez, mas ele é teimoso, devia estar sentindo dor mas resolveu ficar calado, talvez para não incomodar. Agora eu estou incomodada, indignada.
Deus realmente existe? Porque fazer isso com um garoto incrível? Uma pessoa tão boa com a vida toda pela frente, uma vida comigo. O que eu fiz de errado pra merecer isso? O que fizemos de errado? A vida é injusta.
                             °°°
Essa semana foi bem complicada, várias idas ao hospital, noites em claro. Mas muita gente veio nos visitar, nos desejaram boa sorte com o tratamento e disseram que estavam lá se caso a gente precisasse de alguma coisa.

-Eliza, porque não vai pra casa? Você não merece me ver nesse estado.- diz Evan pela milésima vez.

-Não comece de novo meu amor, vou ficar com você e fim de conversa. Onde já se viu sua noiva te abandonar? - digo brincando com ele.

-Você falando assim fica tão linda. Minha noiva.

De repente escorre uma lágrima de seus olhos.

-Mas não vamos nos casar, não vamos ter uma vida juntos. Eu não vou sobreviver -ele começa a chorar desesperadamente -, eu não queria chorar na sua frente, desculpa.

Depois disso eu não consegui falar nada, as palavras fugiram, estremeci ao seu lado, meu faltou ar para aguentar aquela situação toda. Por mais que doa, ele está falando a verdade. Vou perder o amor da minha vida...
                            °°°

Efeito BorboletaOnde histórias criam vida. Descubra agora