Dizem que "Decepção não mata, ensina a viver."
Para Mia Clark, a frase certa seria "Decepção não mata, ensina a querer matar idiotas".
Depois de ter sua primeira desilusão amorosa, ela não quer saber de amor nem se estiver recheado com Nutella. Mas...
Encontro o Chris parado em frente a porta da sua sala, esse povo gosta de ficar em frente a porta, eu hein, junto com ele, estão o Matt, o Nick, que estuda no terceiro ano, e a Angel. Me aproximo deles e penso (milagres acontecem) que merda eu vou dizer:
1) Oi, Chris, eu não gostei dessa sua prima porque ela tem cara de vadia, mas eu acabei de descobrir que também odeio pessoas fofas.
2) Chris, seu filho da puta, você me fez achar que estava com essa garota fofa e tinha me deixado de novo.
3) EU VOU TE MATAR SEU IDIOTA!!! Quem mandou você sumir e aparecer com outra?
Antes que eu pudesse ter tempo pra escolher uma opção, uma voz, insuportavelmente, doce preenche o local.
- Você é a Mia? - ela me pergunta e eu vejo o Matt e até o Nick, olharem encantados pra ela. Ao menos os olhos do Chris estão fixados em mim.
- A própria. Mas não me dirija a palavra porque eu estou no meu modo assassino nesse momento, e eu vou matar o filho da puta do seu primo. - ela dá um passo pra trás assustada.
- Eu também senti saudades, Mia. - Eu ouvi Mia? Por que caralho ele me chamou de Mia? Não tem graça ele me chamar de Mia. Você que mandou ele parar de ser fofo, apelidos faziam parte do pacote. Obrigada por passar na minha cara, voz maldita.
- Vai me explicar por que sumiu? Ou você estava muito ocupado com sua prima que esqueceu de mim? - pergunto e vejo o Matt rir, o desgraçado sabe de alguma coisa. Nesse momento, o sinal toca e várias pessoas passam por nós, pra entrar na sala.
- Mia, tente não matar meu amigo, mas se você quiser eu te ajudo a se vingar. - o Matt pisca o olho pra mim e entra na sala. O Nick entra com ele, e restam apenas o Chris, eu e a Angel.
- Está com ciúme da Angel, Mia? - o imbecil ainda tem a cara de pau de perguntar.
- Desculpe se atrapalhei as coisas entre vocês, não foi minha intenção. - ela fala e o Chris olha pra ela. Por que ela não é uma vadia? Seria mais fácil odiar ela assim.
- A Mia que é exagerada, Angel. Não foi culpa sua. - e fala de mim como se eu não estivesse aqui. Seu olhar volta pra mim. - Você não tem que ir pra sua sala, Mia?
- PARA DE ME CHAMAR DE MIA, CARALHO! - grito e um sorriso aparece no rosto dele e a Angel me olha como se eu fosse um monstro. Se eu bater nessa menina sem ter um motivo, vai ser errado?
- Qual o problema em te chamar pelo seu nome? - sinto vontade de gritar, de chorar, de bater, de me jogar no chão, de dançar a metralhadora, de quebrar a cara dessa menina pra ela parar de parecer tão fofa, mas eu uso o que sobrou do meu autocontrole e me controlo, esse babaca está testando minha paciência.
- Para com esse joguinho, Chris. Se você acha que eu vou implorar alguma coisa de você, está perdendo seu tempo. - cruzo os braços e espero ele dizer que vai desistir dessa palhaçada. Mas ele estende a mão pra Angel e ela segura.
- Já que estou perdendo meu tempo aqui, com licença. - ele abre a porta da sala pra entrar, mas eu seguro a mão dele, fazendo ele voltar o olhar pra mim.
- Tem alguma coisa pra me falar? - ele provoca.
- Eu te odeio! - ele morde o lábio pra prender o sorriso e o resto da minha paciência vai pra puta que pariu. Levo minhas mãos ao seu pescoço, ele entende e cola sua testa na minha minha deixando nossos lábios a centímetros um do outro.
- Se você quer que eu me arrependa por ter mandado você parar de ser fofo, você venceu. Seja a merda que você quiser, mas não fique com esses joguinhos.
- Já desistiu? - pergunta ao mesmo tempo que me prende entre a parede e seu corpo. Já tá virando um hábito, fazer isso.
- Eu nem comecei, mas se você quer brincar, Chris, tome cuidado, eu também sei jogar. - provoco e ele sorri ainda mais. Ele morde meu lábio inferior o puxando e coloca uma mão na minha nuca, puxando levemente o meu cabelo, a outra mão ele desliza por minhas costas e a deixa na minha cintura, sua língua, quente e macia, passa nos meus lábios, abro um pouco a boca pra dar início ao beijo, e ele de afasta.
- Um ponto pra mim. - olho para o sorriso convencido no seu rosto, e eu sei muito bem como tira-lo de lá.
- Se você diz... - falo sorrindo também e abro a porta da sala dele.
- O que você vai...
- MATT... - chamo meu lindo amigo safado e como eu previ, mãos se envolvem na minha cintura e uma boca cola na minha. Minha intenção era me afastar quando ele me beijasse, mas foram três dias sem sentir esses lábios grudados nos meus, por isso não consegui me afastar.
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O beijo que começou suave se tornou algo selvagem. Suas mãos se prenderam em meus cabelos e as minhas passeavam no seus braços. Escuto alguém limpar a garganta, mas não damos importância, continuamos nos beijando como se estivéssemos sozinhos ali, levo minhas mãos para o seu cabelo e bagunço o mesmo, ele junta ainda mais nossos corpos e a pessoa faz o mesmo barulho de novo e dessa vez nos separamos.
Vejo o professor gostoso, parado ao nosso lado e com uma expressão nada divertida no rosto.
- Acho que estamos empatados. - o Chris sussurra no meu ouvido e eu sorrio. Se ele quer brincar, eu só entro pra ganhar.
- Deveriam estar na sala de aula. - ele diz com sua voz grossa, mas que não demonstra irritação.
- Já vamos fazer isso, até mais Mia. - diz o Chris e pisca um olho pra mim, mostro a língua em resposta. Quando me afasto do Chris, vejo a Angel com as bochechas vermelhas. Sorrio docemente pra ela e vou na direção da minha sala.
Como tudo na minha vida, tenho certeza que esse joguinho vai acabar em merda.
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Pra quem ainda não viu, o livro do Matt e da Bella já está postado. Procure-o mas minhas obras. ❤
