Capítulo 2

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Imerso em meus pensamentos, despertei ao som de batidas na porta. Saltei da cama, ainda descalço, para ver quem era. Quando abri, dei de cara com Vanessa, usando uma blusa transparente, mostrando um sutiã preto de renda. Não estava usando maquiagem, mas continuava incrivelmente linda.

- Oi Ed. Desculpa perturbá-lo a essa hora, mas preciso de sua ajuda.

Faltara-me a voz quando a vi daquele jeito provocante. Vanessa tinha uma pele aveludada e branca como leite, com o aroma das rosas a inebriaram-me com violência. Seus seios se espremiam magnificamente naquele sutiã apertado, formando uma saliência sublime e reluzente.

- Pois não? - disse eu, praguejando por não ter pensado em algo melhor para dizer.

- A sua internet está funcionando? A minha caiu faz horas. Não sei o que aconteceu.

Não havia navegado naquele dia. Tinha muitos trabalhos da faculdade para fazer. Porém precisava de uma resposta rápida e satisfatória.

- A minha está funcionando perfeitamente - esse "perfeitamente" saiu praticamente engasgado, pois não tinha certeza se realmente estava funcionando.

- Isso é ótimo. Se me permite, gostaria de usar o seu computador. Preciso fazer algumas pesquisas para um trabalho da faculdade. Prometo que não vou demorar - essa última palavra veio acompanhada de um sorriso indeclinável.

Vanessa segurava na mão direita um livro sobre "Análise de Comportamento". Provavelmente esse era o tema do seu trabalho.

Senti-me impelido a deixá-la entrar, mas uma parte de mim, teimosa e odiosa, pedia para mandá-la embora, para evitar algum constrangimento para os dois lados.

- Entre, por favor - venceu o bom senso.

Graciosamente, quase sem tocar no carpete, Vanessa dirigiu-se para o meu quarto. Eu a segui, mas detive-me a tempo. Meu lugar, até ela sair, era na sala. Não poderia ficar sozinho com ela, ainda mais sendo uma moça comprometida.

Aproveitei para terminar de ler um romance; mas estava difícil se concentrar com aquele aroma doce que emanava do quarto. A fragrância dos longos cabelos loiros de Vanessa disputava espaço com seu perfume, fazendo-me mergulhar numa profusão divina de odores.

Desisti do livro e liguei a TV. Estava passando um filme de terror da década de 70, que já havia visto uma centena de vezes. A mocinha, uma morena de cabelos curtos, fugia do "Serial Killer" aos gritos. Este segurava uma faca afiada, e em seus olhos, havia muito ódio. Por mais que ela corria, o assassino parecia cada vez mais próximo. Desliguei a TV e tentei cochilar.

Nem bem preguei os olhos e ouvi a voz de Vanessa, chamando-me, naquele tom de súplica apaixonante.

Fiquei vermelho, para variar, mas precisava me conter. Ao chegar ao quarto, notei que Vanessa deslizava os dedos sobre os lábios.

- Parece que a sua conexão também caiu - disse ela, me fitando com aqueles olhos azuis penetrantes. - Você pode verificar para mim?

O roteador ficava ao lado do monitor. Fiquei ao lado dela, tentando não sentir o seu perfume, prendendo a respiração enquanto ficava mais vermelho. Ela, por sua vez, me seguia com os olhos, ainda deslizando os dedos sobre os lábios. Eu poderia estar enganado, e até desejaria que estivesse, mas tinha a impressão de que ela estava me dando mole. É complicado para um rapaz como eu chegar a essa conclusão. Poderia ser tachado de convencido, ou pior, não ter a mínima capacidade de interpretar os trejeitos de uma mulher.

Desliguei o roteador e religuei. Fiquei olhando para a tela do computador como único refúgio para esconder a minha timidez. Mal pude acreditar quando percebi que Vanessa estava deslizando o dedo indicador em direção ao decote.

O Tímido do 28Onde histórias criam vida. Descubra agora