Decisão

151 4 0
                                    

No caminho para a casa meu pai coloca uma música calma e tranquila, o lado bom do meu pai é que mesmo estando em silêncio não é algo constrangedor, e quando ele conversa não preciso ficar desesperado atrás de assunto pois ele flui naturalmente tanto quanto o silêncio. Ele me observa de forma descontraída e eu percebo ele sorri de forma calma e passa a mão no meu cabelo bagunçando novamente. E eu resolvo conversar com ele e deixar claro o que eu quero para que eu possa ficar tranquilo sem me esconder.
_ Pai gostaria de falar com você, sei que o tenho evitado a dias. - Digo me sentindo culpado, pois sei que fui insensível com ele.
_ Tudo bem meu filho. - Ele diz, com a voz tranquila. A voz do meu pai é a única que eu gosto de ouvir, a que me acalma. _ E o que você tem pra falar?
_ Pensei muito na sua proposta. - Digo. _ Quero que saiba que voltar com a minha rotina não é algo que eu quero para mim, não me sinto a vontade talvez devesse me dar mais tempo, tenho medo do que possa acontecer.
_ É isso realmente que você quer? - Ele me pergunta olhando nos meus olhos, mesmo eu sabendo que ele está decepcionado com minha decisão, ele ainda esta sorri para mim, o seu semblante é de alguém que aceita minha decisão porém não concorda.
_ Sim é exatamente isso que eu quero, e gostaria que entendesse. - Digo me sentindo mal pela minha escolha.
_ Caio, eu sei que você está inseguro por conta de tudo que você passou. E tenho certeza que isso lhe incomoda. - Diz Augusto. _ Tenho consciência que você vive se superando a cada dia, tenho o observado constantemente. E ficar preso no seu quarto não está lhe fazendo bem. Eu fiquei muito feliz quando você estava me evitando todas as noites para vir a casa do seu amigo, percebi que você só saia quando eu não estava em casa, e todas as noites eu fingia sair, para você pode ir a casa do seu amigo. - Fico vermelho de escutar essas declarações e me sinto mais culpado ainda por não querer estagiar com ele. Ele pousa a mão em meus ombros e deixa que o silêncio faça parte do momento para que eu absorva o que ele me confidenciou. Depois de uma longa pausa minha voz volta a minha garganta e tenho a coragem de admitir o que venho escondendo de todos.
_ Realmente não está sendo fácil pai. - Digo segurando as lágrimas que ameaçava a sair. _ Estou tentando.
_ É um bom sinal tentar. Se agarre a algo meu filho, volte a estudar, trabalhar, essas distrações vão lhe fazer bem. Assim como você está saindo todas as noites. Percebo que você volta mais feliz e sorridente pra casa quando você esta com seu amigo. - Diz Augusto. _ Não precisa trabalhar comigo, e não faça isso para agradar a mim ou a sua mãe, faça por você. Quero lhe ver feliz independente de suas escolhas.
Eu o olho e ele a mim, e por um instante eu penso que ele sabe de todos os meus segredos e o que ele disse vai muito além da proposta que me fez. Ultimamente ando desconfiado que ele acha que estou tendo um caso com meu melhor amigo, pois ele é visivelmente gay, meu pai não tem preconceito mas minha mãe é uma incógnita.
Não consigo me abrir com ninguém, pois fui criando camada e mais camada de proteção chegando ao estágio de sufocamento entre minha mente e os meus desejos. Um conflito interno que é só meu, minhas dores e minhas escolhas entendem. Medo de que eu não seja capaz de administrar os negócios da família, de ter desejos por outros homens e não sucumbir a eles, das vozes tomar controle novamente da minha razão.
Talvez ele queira que eu confidencie que sou homossexual ou quer eu me abra com ele, para que ele possa me entender e me trazer novamente pra vida, deixando o passado obscuro e as vozes longe. Mais não consigo.
_ Pai posso tentar por algumas semanas. - Digo pensando em cada palavra que eu pronuncio. - Mais quero ter a liberdade de desistir a hora que eu quiser!
_ Irei fazer com que essas semanas sejam as mais feliz, e se mesmo assim você decidir não contínuar irei compreender. - Diz Augusto, com um sorriso enorme de orelha a orelha. É tão fácil deixar meu pai feliz.
_ Vou tentar então. - Digo quando ele já está estacionando o carro em nossa garagem, ele olha para mim e me puxa em um abraço meio desajeitado e diz no meu ouvido.
_ Você me deixou muito feliz com a sua decisão. - Saímos do carro e ele joga o braço em cima do meu ombro e continua falando sobre os ofícios de sua profissão. Pelo que ele me disse eu irei trabalhar no arquivo pois a pessoa responsável por essa função entrou de licença maternidade. O que é bom, pois não irei lidar com os processos e com os clientes diretamente.
Minha mãe está tão ocupada com os preparativos da boldas de prata que não nos dá muita atenção.
Meu pai continua falando do trabalho que ele tem planejado para mim e me acompanha até o quarto e entra.
Deita em minha cama e me pergunta o que vamos fazer, e eu fico surpreso com aquilo e um pouco desconfortável pois queria mandar mensagens pro Antonio, mais não o proibo de ficar um tempo comigo. E coloco na quinta temporada de Game Of Thrones para assistirmos.
Não sei se ele esta chocado com as cenas que está vendo ou se ele está mesmo gostando da série, e comento alguns pontos cruciais para que ele entendesse o que estava acontecendo. E ele fica absorto ao seriado. Já no terceiro ou quarto episódio minha mãe entra silenciosamente no quarto e pede pro meu pai se afastar e se deita com a gente.
E ficamos os três juntos assistindo vários episódios. Nunca antes isso tinha acontecido, foi bom passar esse tempo os três juntos, e o sono estava começando a vir e adormeço e não vejo mais nada, e entro em um mundo só meu onde meus desejos carnais afloram e nos meus sonhos aparecem o Antônio com os músculos cobertos por uma camisa branca e molhada em um quarto escuro me envolvendo nos seus braços e beijando de forma avassaladora, passando a boca nas minha orelhas o que me faz arrepiar e a gemer, coloca a mão dentro das minhas calças e começa a massagear meu pênis em movimentos ordenados. Ele abre meu zíper e vai descendo e beijando minha barriga e umbigo e chega na parte mais vulnerável do meu corpo colocando meu pênis inteiro na boca, me contorço com o contato da sua língua com meu pau, uma língua quente e macia, eu o olho e vejo que ele está me encarando e diz com meu pau entre os lábios para que eu gozasse na cara dele e eu me contorço de desejo por aquele homem, e acabo acordando e vejo que era apenas mais um sonho, dentre vários outros que tive com ele, com o padeiro, o menino da minha sala, meu primo. Olho para aquela escuridão e não encontro meus pais na cama, seria algo constrangedor ter um orgamos do lado dos meus pais.
Ainda de pau duro e melado e vou me limpar pensando no sonho, saindo do banho vejo meu celular e olho as horas 4:47 da manhã e tem 8 mensagens todas elas do Victor me perguntando do Antônio. Ignoro as mensagens e ligo novamente a televisão e fico relembrando o sonho.
E espero o meu sono voltar.

Obsessão (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora