Capitulo 1

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19 ANOS DEPOIS...

Brenda P.O.V.

Eu devia saber que meu dia não iria ser bom assim que abri os olhos. Acordei com Anna me gritando loucamente.

- BRENDA, BRENDA!! ESTÃO GUINCHANDO SEU CARRO. – Anna gritava enquanto entrava em meu quarto feito um mamute.

- O QUE?! – Levantei da cama correndo apenas de pijama.

Cheguei do lado de fora do apartamento que dividia com minha melhor amiga e me deparo com um guincho levando meu carro.

- EI EI!! POR QUE ESTÃO LEVANDO MEU CARRO?! – eu gritei para o homem que escrevia alguma coisa em sua prancheta.

- Estava em local proibido moça, será que nunca viu aquela placa de proibido estacionar? – ele apontou para a placa.

Para falar a verdade aquela placa estava ali há muito tempo, mais, tanta gente estacionava ali que eu nem vi problema, pelo menos ontem à noite eu não estava em condição de pensar muito... Eu realmente tenho que parar de beber.

- Mais tanta gente estaciona aqui, por que só vieram guinchar quando EU estacionei? – reclamei.

- Olha só moça, eu não tenho nada a ver com as outras vezes, recebemos um telefonema sobre um carro estar estacionado em local proibido e nós viemos guinchar. – ele falou sem paciência. – Dá próxima vez que ver um carro estacionado aqui denuncie também, nós viremos. – ele arrancou a folha da prancheta e me entregou, era uma multa no valor de 200 libras.

- DUZENTAS LIBRAS!? Isso é um absurdo, eu não vou pagar isso! – semicerrei os olhos para o homem que naquele momento eu estava odiando.

- Então você não terá seu carro. – ele sorriu debochado e subiu no guincho levando meu carro embora.

Entrei em casa derramando vários xingamentos, se meu pai estivesse aqui nesse momento ele estaria me dando uma lição de moral do tipo:

"Brenda, moças como você não devem sujar sua boca com esse tipo de palavra. Está parecendo um troglodita falando dessa forma"

Sinto muito papai, mais sua filha tem sido má ultimamente.

-O que foi que houve? – Anna entrou preocupada.

- Levaram meu carro, estacionei naquele local proibido que ninguém respeita. – Ela arregalou os olhos.

- Alguém denunciou você? –perguntou.

- Parece que sim, a multa é duzentas libras e eu to dura. – suspirei me sentando no sofá.

- Eu recebo hoje mais só depois do espediente. – ela se senta ao meu lado.

Eu e Anna somos amigas desde o 1° ano do ensino médio, ambas tinha o desejo de fazer jornalismo, viramos melhores amigas muito rápido. Quando concluímos o ensino médio conseguimos uma faculdade em Londres e nos mudamos juntas, nossos pais nos ajudaram a arrumar um apartamento, já estamos aqui há dois anos e nós conseguimos um estagio, ela em um jornal e eu em uma revista.

- Eu recebo na sexta-feira vamos ter que ir de táxi. – nos suspiramos.

Anna fez o café da manhã, ela tinha ótimos dotes culinários, ainda bem, afinal a única coisa que eu sei fazer é café pois é a coisa que eu mais tomo durante o dia todo. Tomamos nosso café e fomos para o trabalho.

Eu ainda era uma estagiaria mais eu tinha muito talento com a escrita, mais ainda tinha que ralar muito para conseguir uma coluna só minha, além de agüentar meu chefe, que é o cara mais insuportável do mundo.

- Senhorita Miranda? Espero que não tenha nada para fazer hoje. – meu chefe caminhava até mim com as mãos lotadas de trabalho. – Porque não vai sair daqui tão cedo.

E ele não estava brincando, era trabalho acumulado do mês todo, esse é o problema em ser estagiaria, eles sempre dão os trabalhos acumulados para você fazer, afinal você não pode reclamar. Eu terminei meu trabalho bem depois do meu turno, meu turno acabava as 21hrs e eu estava saindo as 22h30m.

O problema em sair a essa hora é que os taxis já pararam de circular, e os que circulam sempre estão ocupados, é muito raro você conseguir algum. E para piorar o meu dia que já estava sendo "maravilhoso" o tempo fechou e logo as gotas geladas da chuva começaram a cair.

- Que ótimo. – murmurei para mim mesma. – Deus só pode estar zombando comigo.

Eu avistei uma lojinha de conveniências aberta e entrei a fim de comprar um guarda-chuva, ainda estava longe de minha casa.

- Olá senhor, pode me arrumar um guarda chuva? – o homem apenas assentiu e trouxe o objeto, tirei minha carteira da bolsa e o paguei. Quando fui guardar de volta eu me descuidei e deixei a carteira cair.

- Muito bom Brenda. – falei comigo mesma, mas antes que eu pudesse me abaixar para pegar um par de mãos se adiantaram.

Era um homem alto, de cabelos longos e com olhos verdes, ele era muito bonito sem duvida nenhuma, tanto que eu fiquei um pouco atônita enquanto olhava para ele. Mas algo nele não me era estranho, me parecia que já havia o visto algumas vezes.

- Aqui está. – ele disse tentando chamar minha atenção e me estendendo a carteira.

- Obrigado. – disse pegando a carteira e guardando na bolsa.

- Você vai mesmo andar nesta chuva, á esta hora? – ele arqueou as sobrancelhas. – você não fica com medo?

- Eu não costumo fazer isso, mais hoje não está sendo um dia bom. – Suspirei.

-De vez em quando temos que dar um pouco de trabalho para o anjo da guarda. – ele disse rindo um pouco, mas ele não olhava pra mim.

Que cara estranho.

- é mais eu não acredito muito nessa coisa de anjo da guarda. – ele olhou para mim surpreso, mas logo se recompôs.

- É mais acho que devia acreditar. – Ele sorriu, mas sua frase me fez sentir um frio na espinha. E naquele momento eu senti medo dele. Algo em mim gritava para correr.

- Bom eu vou indo, vai ficando cada vez mais tarde. – falei já abrindo meu guarda chuva. – Tchau.

- Tchau Brenda. – ele respondeu quando eu já estava saindo.

Ele disse meu nome?

Eu nunca fui muito religiosa, mais naquele momento eu pedi proteção, alguma coisa naquele cara me deixava apavorada, ele me deixou apavorada, seus olhos gritavam que ele era perigoso. E eu jurava que se existisse anjos da guarda, o meu naquele momento estava gritando para eu sair o mais rápido possível.

"E Brenda não estava errada, mesmo que ela não pudesse ver Liam seu anjo da guarda estava realmente gritando para que ela saísse dali, Liam sabia que teria que estar atento pois Harry começara a atacar"

Locked Out Of Hell Onde histórias criam vida. Descubra agora